COLUNA

Desmantelamento em curso

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

O desmantelamento do Sistema de Saúde do Maranhão parece não ter ainda sido concluído no governo de Flávio Dino (PCdoB). Após a necessidade de ação judicial para manter os médicos trabalhando - eles haviam decidido paralisar as atividades devido a atrasos salariais recorrentes -, duas situações novas mostram que o governo comunista ainda mantém a política de arrocho com a saúde pública.
A Maternidade Maria do Amparo, que funciona há 37 anos e realiza cerca de 200 partos por mês, deixou de atender pacientes para internação de gestantes desde ontem. Em nota, a direção da instituição afirmou que há falta de anestesistas e pediatras, porque teve suspenso o auxílio da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que cedia os profissionais para manter o atendimento na unidade de saúde.
Outra situação preocupante é o comunicado da SES de que o governo estadual não mais manterá o funcionamento da UPA de Chapadinha. Agora, ficará para o Município conseguir manter o atendimento na unidade, o que não deve ocorrer, já que as prefeituras reclamam de falta de condições.
Estas duas situações estão “aliadas” ao fechamento de unidades de saúde no interior com até 20 leitos, falta de medicamentos em hospitais, atraso de salários de médicos, corte em verba para plantões médicos e ainda a denúncia grave da Polícia Federal que de 2015 a 2017 foram desviados R$ 18 milhões da Saúde do Maranhão.
O cenário não parece em nada com aquelas passadas nas peças publicitárias do Governo do Estado. Nem condiz com tudo o que o governador prometeu durante a sua campanha eleitoral.

Moeda de troca
O que chama atenção neste caso de Chapadinha é que foi a manutenção da UPA de lá nas mãos do governo estadual a moeda de troca do deputado do PCdoB, Levi Pontes, que queria o apoio do grupo do prefeito, Magno Bacelar, para sua campanha eleitoral.
Pelo visto, a promessa de Pontes de não deixar a UPA com a gestão comunista caso não houvesse apoio político foi cumprida.
Agora, se Bacelar quiser - e puder - terá de manter o funcionamento da UPA de Chapadinha com recursos da Prefeitura.

Esclarecimento
Sobre a suspensão de internações na Maternidade Maria do Amparo, a SES informou que mantém recursos para a unidade filantrópica, mas que aguarda resposta a uma proposta apresentada pela secretária de manutenção de pagamento.
A secretaria também se manifestou a respeito do repasse do SUS à maternidade, apesar de nada ter a ver com a parceria mantida com o governo estadual.
Segundo a SES - que teve a intenção de dizer que a unidade de saúde não carece de recursos -, a Maria do Amparo já recebeu mais de R$ 1,8 milhão do SUS de janeiro a outubro deste ano.

Orçamento I
A proposta de Orçamento para 2019 do governo estadual deverá ser votada hoje, na Assembleia Legislativa.
Não deverá haver maiores complicações para o Palácio dos Leões conseguir aprovar a peça. No máximo, haverá discursos dos deputados da oposição que discordam em pontos do projeto de lei.
Um dos que contestarão a proposta será o deputado Adriano Sarney (PV), que classificou o projeto de orçamento de “peça de ficção”, por não retratar a realidade financeira do estado.

Orçamento II
Quem não deverá ter problemas para aprovação do orçamento para o próximo ano será o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT).
Os vereadores não pretendem causar embaraços, até porque o pedetista já garantiu na peça a emenda impositiva conforme aprovou a Câmara de Vereadores.
Talvez os problemas serão a aprovação de emendas dos vereadores ao orçamento. Os parlamentares pretendem mudar verbas destinadas a áreas como Turismo, Esporte e Cultura.

Complicada
Complicada mesmo deverá ser a vida do secretário municipal de Saúde, Lula Fylho. Desde as declarações do gestor de que não lê todos os documentos que assina, vereadores sobem na tribuna para pedir a saída do titular da Semus.
Além disso, os autores do pedido de CPI - vereadores Estevão Aragão (PSDB) e Umbelino Júnior (PPS) - pressionam o presidente da Casa, Astro de Ogum, para que a comissão saia do papel.
Lula Fylho também deverá enfrentar problemas com órgãos de fiscalização e controle por não prestar contas do último quadrimestre de sua gestão.

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O vereador Aldir Júnior (PR) decidiu engrossar a história de que o deputado estadual Josimar de Maranhãozinho, que foi eleito para a Câmara Federal, vai disputar a Prefeitura de São Luís.
Em discurso na Câmara, Aldir, que é sobrinho de Maranhãozinho, criticou duramente a gestão de Edivaldo Júnior.
Pelo visto, o vereador faz parte da lista dos parlamentares de São Luís que estão insatisfeitos com o prefeito da capital.

DE OLHO

R$109 milhões é o orçamento previsto para 2019 para o Socorrão I, que é uma autarquia. Para este ano, a verba foi maior: R$ 117,5 milhões. O próximo ano deve ser pior para a unidade de Saúde.

E MAIS

• O governador Flávio Dino disse que o foco de seu segundo mandato será ajudar os municípios na promoção de direitos das crianças de 0 a 6 anos.

• Que a promessa do governador para as crianças seja diferente da que ele fez para os municípios maranhenses com menor IDH.

• Na verdade, piorou a situação de mais de 300 mil maranhenses, que em quatro anos passaram para baixo da linha da extrema pobreza.

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