SEMINÁRIO

Saúde materno-infantil é tema de seminário no MA

Evento promoveu debate e traçou estratégias para reduzir a mortalidade materna, infantil e fetal, além da eliminação da sífilis

Igor Linhares / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Evento, que reuniu centenas de profissionais de saúde e estudantes da área, discutiu vários assuntos
Evento, que reuniu centenas de profissionais de saúde e estudantes da área, discutiu vários assuntos (seminário)

Com o tema “Nenhuma mãe a menos; nenhum bebê a menos; muitas vidas a mais”, o Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAOP-MA), realizou o Seminário de Saúde Materno Infantil, no auditório da Procuradoria-Geral de Justiça, durante o dia de ontem (10). Evento teve por objetivo promover o debate e traçar estratégias para reduzir a taxa de mortalidade materna, infantil e fetal, além da eliminação da sífilis congênita e combate à violência obstétrica.

No Maranhão, os dados no que se refere à mortalidade materna ainda são discrepantes. No último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), datado de 2016, evidenciava que o estado registrava 122,2 mortes de mulheres a cada 100 mil nascidos vivos. A morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. Já quanto à mortalidade infantil, que consiste na morte de crianças no primeiro ano de vida, o estado registrou 16,3 a cada mil nascidas vivas.

Além destas, o evento, que reuniu centenas de profissionais de saúde e estudantes da área, abordou, também sobre a sífilis congênita, que ainda é uma realidade de muitos recém-nascidos na hora do parto - que pode, entretanto, ser diagnosticado ainda na barriga da mãe. A doença pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.

Já quanto a violência obstétrica, de forma direta e indireta, também foi pauta para a promoção do MPMA, que responsabilizou estado, município e sociedade sobre a falta de conscientização diante do assunto. “Precisamos erradicar a violência obstétrica, à medida que também precisamos oportunizar às mulheres maranhenses um parto sublime, mas não um momento de sofrimento”, frisou a titular da 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de São Luís, Glória Mafra.

“Devemos erradicar, ainda, a violência institucional, levando aos gestores a realidade das mulheres que não têm acesso a um exame, a um pré-natal, de buscar, também nesse eixo, entender que a negativa de acesso também é uma violência, do ponto de vista institucional”, concluiu a promotora.

A violência obstétrica ou violência no parto consiste em agressões físicas ou verbais contra a parturiente cometidas por profissionais da área da saúde. Esses procedimentos podem causar uma série de problemas de saúde na mãe e até mesmo no bebê. Listamos os 15 procedimentos e atitudes que são considerados violência obstétrica. Além disso, a violência obstétrica pode se manifestar por meio de uma cesária desnecessária, do não tratamento medicamentoso para alívio da dor, de realizar procedimentos sem comunicar a mãe, efetivar o corte do períneo sem necessidade, manobras bruscas e evitáveis, exames de toque em excesso e outros.

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