Fim de ano

Filhos influenciam os pais na escolha dos presentes de Natal

Compartilhar com os filhos a decisão sobre o presente a ser escolhido para a festividade do Natal pode ser uma atitude positiva, porém, é preciso esclarecer a realidade financeira da família e evitar abusos que comprometam os pagamentos das contas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

[e-s001]São Paulo - Cresceu a movimentação de pessoas pelas ruas dos centros comerciais do país. Com o início de dezembro, aumentou a disposição dos brasileiros para saírem às compras, em busca dos presentes de Natal. A maior procura é por produtos destinados às crianças e adolescentes, que, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), têm um importante papel na decisão daquilo que ganharão.

Os números revelam que, em 50% dos casos, os filhos participam da escolha do presente que receberão - 41% dos pais compartilham a decisão com os filhos, e os outros 9% deixam as crianças decidirem sozinhas. Do outro lado, 47% dos entrevistados centralizam a decisão, sem permitir a participação dos filhos no processo de compra.

A pesquisa ainda apontou um dado alarmante: 8% dos pais deixam de pagar alguma conta, para satisfazer os anseios dos filhos no Natal. Segundo o levantamento da CNDL, 5% disseram ainda não saber qual conta atrasarão para ver o filho feliz, e os outros 3% optaram por não quitar a fatura do cartão de crédito.

“O que é um grande erro”, afirmou o professor Carlos Afonso, autor do livro “Organize suas finanças e saia do vermelho”. “A família, quando está com algum tipo de crise financeira, precisa direcionar muito bem o seu dinheiro para o que realmente é prioritário. Do contrário, é gigantesco o risco de entrar em uma bola de neve e começar 2019 no vermelho. Não é certo deixar de honrar compromissos, por algo supérfluo”, chamou a atenção o professor, que também é contabilista e administrador.

Ele afirma que, em primeiro lugar, é preciso dar bons exemplos às crianças. “O que os pais estarão ensinando a essa pessoa em formação, quando deixam uma conta em aberto para fazer um mimo? É preciso, desde cedo, ensinar e mostrar os caminhos corretos para que, no futuro, essas crianças sejam adultos financeiramente responsáveis”, completou.

Durante este processo de decisão, é fundamental que os pais deixem bem clara a atual realidade financeira da família e não tentem a, qualquer custo, satisfazer a vontade da criança devido a simbologia do Natal. “Dentro de casa, falar sobre dinheiro precisa ser algo natural e compreensível. Os filhos devem participar dos assuntos que tratam das finanças. Lidar com as frustrações de não ter algo desejável, faz parte do crescimento e do amadurecimen­to de qualquer ser humano, e quanto mais cedo for aprendido a dar valor aos bens materiais, melhor será para todos”.

[e-s001]Por outro lado, o professor Carlos enxerga como uma atitude positiva os pais que compartilham a decisão dos presentes com os filhos, afinal, ambos entrarão em um acordo sobre o valor a ser investido e, a partir daí, escolherem entre as opções de presentes possíveis. “Com isso, ninguém ficará frustrado ou desesperado. E ainda, é um importante momento de orientar as crianças ou adolescentes sobre como funcionam as finanças e fazer com que eles entendam e valorizem os presentes recebidos e, sobretudo, aos esforços feitos pelos pais. A democracia é sempre o melhor caminho, e uma decisão em conjunto deixa uma relação saudável e que traz muitos ensinamentos à família”, encerrou o professor Carlos.

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