Violência

Macron recua e prepara resposta a manifestantes após novos protestos

Coletes amarelos, como são chamados os manifestantes, enfrentaram a polícia de Paris, queimando carros e destruindo lojas; 1.082 foram detidos e 96 ficaram feridos

Agência Brasil

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Manifestantes enfrentam a polícia em frente ao Arco do Triunfo, em Paris.
Manifestantes enfrentam a polícia em frente ao Arco do Triunfo, em Paris. (Manifestação )

Paris - Um total de 1.723 pessoas foram detidas no sábado na França no quarto sábado consecutivo de protestos dos “coletes amarelos”, que levaram às ruas 136 mil manifestantes, segundo o Ministério do Interior do país. Só em Paris houve 1.082 detenções e 96 pessoas ficaram feridas, delas, 10 policiais, segundo a Polícia. Dentre esses detidos, ficaram sob custódia 1.220 pessoas, disseram ontem, fontes do Ministério.

Neste domingo, 9, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que fará a qualquer momento um grande anúncio depois da ocorrência de mais atos violentos realizados por manifestantes, contrários ao governo atiraram queimaram carros e destruíram lojas e restaurantes no quarto fim de semana de protestos que abalaram a autoridade de Macron.

O presidente está enfrentando crescentes críticas por não se pronunciar por mais de uma semana após a piora da violência. Seu último discurso à nação ocorreu em 27 de novembro, quando afirmou que não será levado a alterar suas políticas por “bandidos”.

“Claro que o presidente da República fará anúncios importantes”, disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, à emissora LCI neste domingo. “Contudo, nem todos os problemas dos ‘coletes amarelos’ serão resolvidos com uma varinha mágica”, acrescentou.

Após os protestos das últimas semanas, o governo ofereceu uma série de concessões para tentar apaziguar os ânimos, cancelando aumentos de impostos sobre combustíveis planejados para janeiro e congelando os preços da eletricidade, no que foi considerado o primeiro grande recuo do governo Macron. O primeiro-ministro, Edouard Philippe, foi o responsável por fazer o anúncio.

Importantes aliados de Macron disseram na sexta-feira que o presidente faria um discurso à nação no começo desta semana. O presidente já desistiu de aumentar impostos sobre os combustíveis, mas a medida não conteve os “coletes amarelos”, que demandam menos impostos, aumento do salário mínimo e melhoria dos benefícios da aposentadoria.

Em outra entrevista, para a emissora BFM, Griveaux disse que o presidente vai discursar à nação no começo desta semana.

“Quando você vê esse nível de protestos, está claro que precisamos mudar o método, mas isso não significa que não faremos também importantes anúncios”, disse.

Apesar das concessões já feitas, Macron fechou as portas, até aqui, para realizar outros desejos dos manifestantes, devido ao receio de aumentar o déficit do país e descumprir regras da União Europeia.

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