COLUNA

Cadê os cortes?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Desde o início de novembro o governo estadual anuncia a necessidade de cortar gastos para tentar equilibrar as contas públicas. E o equilíbrio das contas também foi a justificativa usada pela gestão comunista para aumentar, pela terceira vez, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
No entanto, na contramão do discurso de cortes, a gestão estadual surpreende com uma licitação para compra de TVs de LED e outros eletrodomésticos. No total, a tomada de preço é de R$ 48 milhões e deste valor, R$ 6,6 milhões é só para comprar televisão.
O valor da compra assusta e a quantidade de TVs também: são 3,7 mil televisões. A pergunta que vem depois é: qual a necessidade de comprar tantos aparelhos?
Em um momento em que o governo atrasa salários de médicos, faltam medicamentos em hospitais estaduais, não concede reajuste salarial a servidores - pelo contrário, decretou que nem com decisão judicial, fará - e sem verba para pagar os aposentados e pensionistas com o Fepa sem dinheiro, o governador Flávio Dino decide comprar televisão, com preço médico de quase R$ 1,8 mil por unidade.
Para a realidade que hoje vive o Maranhão, com mais da metade da população abaixo da linha da pobreza, segundo o IBGE, a licitação do governo contrasta com a realidade dos maranhenses que tentam sobreviver com até R$ 400 por mês.

Preocupante
O presidente doSindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustiveis), Leopoldo Santos, deu um dado preocupante.
Segundo ele, de 2015 até agora, no Maranhão já fecharam mais de 30 postos. Segundo o presidente, a redução no consumo é um dos motivos.
E a redução do consumo vem atrelada à crise financeira e ao aumento do valor do combustível. No caso do Maranhão, o preço maior nas bombas se deu também pelo aumento de imposto.

Sem contrato
O deputado federal Hildo Rocha (MDB) lamentou a quebra de contrato entre a Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca e a Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
O acordo previa a implantação do Centro Multidisciplinar de Pesquisa e Extensão em Aquicultura (Cempea), do curso de Engenharia de Pesca.
O motivo foi a mudança do destino da Secretaria de Pesca, do governo federal. Primeiro foi para Agricultura e depois para o Ministério de Indústria e Comércio.

Repúdio
O presidente da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil, Thiago Diaz, emitiu nota de repúdio contra decreto do governador Flávio Dino que determina desobediência a decisões judiciais.
Segundo Diaz, a determinação vai de encontro ao Estado Democrático de Direito, já que não respeita a independência entre os poderes.
O presidente da Ordem garantiu que ingressará com medidas judiciais contra o decreto do Estado.

Comemoração
O governo estadual vem comemorando a entrega de cerca de 200 ambulâncias a prefeituras do interior do estado.
Quem não comemora mesmo é a Prefeitura de São Luís. Com o encerramento de hospitais de 20 leitos no interior e ambulância à disposição, prefeitos têm mandado mais pacientes para a capital.
Com isso, as unidades de saúde municipais da capital ficam superlotadas e a cena de macas nos corredores dos hospitais de urgência e emergência volta a se repetir.

Reedição
Flávio Dino reeditou a tão falada procissão de ambulâncias, que teve fim na gestão do ex-secretário de Saúde Ricardo Murad.
E a Prefeitura de São Luís nem pode protestar, já que Flávio Dino é aliado do prefeito Edivaldo Júnior (PDT).
Até a estratégia de culpar prefeitos do interior foi abortada, porque de qualquer maneira prejudicaria a gestão comunista.

Comemoração
O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Cleomar Tema, prefeito de Tuntum, comemorou o aumento do ICMS no estado.
Assim como Flávio Dino, Tema se preocupa somente em ter dinheiro extra, sem se preocupar em onerar ainda mais os contribuintes do Maranhão.
Segundo dados do portal da Transparência do governo, os maranhenses já pagaram mais de R$ 6,23 bilhões em ICMS no ano de 2018. E os prefeitos querem que paguem mais ainda.

DE OLHO

R$ 32 milhões foi o valor gasto pelo governo Flávio Dino na compra de ambulâncias para cidades do interior do estado.

E MAIS

• A próxima semana será de sessões no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão para julgar as prestações de contas de campanha dos candidatos eleitos em outubro.

• Ainda não foram julgados nem 10% do total de prestações. Muitas das contas estão sendo julgadas monocraticamente, quando não há divergências entre o parecer do relator e do Ministério Público.

• O TRE terá até dia 18 deste mês para julgar todas as prestações de contas de campanha dos eleitos, pois só ser diplomado quem tiver as contas julgadas.

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