EUA dão 60 dias à Rússia para cumprir tratado nuclear
Ultimato vem momentos depois de a Otan declarar que Moscou não cumpriu acordo sobre mísseis; organização diz que país viola o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1987, que livrou a Europa de mísseis nucleares baseados em terra
BRUXELAS - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deu ontem 60 dias para a Rússia "cumprir plenamente" o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, do qual Washington ameaça se retirar por descumprimento russo. O anúncio, em tom de ultimato, veio momentos depois de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) acusar Moscou de violar o INF (como o acordo é conhecido, a partir de sua sigla em inglês).
A declaração da Otan, feita sob pressão de Washington, abre caminho para que os Estados Unidos se retirem do acordo da época da Guerra Fria. "Os Estados Unidos declaram hoje [ontem] que a Rússia violou substancialmente o tratado, e suspenderemos nossas obrigações em 60 dias, a menos que a Rússia volte a cumpri-lo plenamente e de forma verificável", disse Pompeo após uma reunião da Otan em que recebeu o apoio dos aliados.
Pompeo afirma que a Rússia desenvolveu "múltiplos batalhões de mísseis SSC-8", referindo-se a projéteis de alcance intermediário, que também são conhecidos pelo nome de Novator 9M729. "Seu alcance apresenta uma ameaça direta à Europa", acrescentou o secretário de Estado americano.
Momentos antes, a Otan acusara formalmente a Rússia de violar o INF, assinado em 1987, que livrou a Europa de mísseis nucleares baseados em terra, e emitiu um comunicado em que apoia as acusações dos EUA sobre violações russas.
"Os aliados concluíram que a Rússia desenvolveu e implantou um sistema de mísseis, o 9M729, que viola o Tratado INF e representa riscos significativos para a segurança euro-atlântica", disseram ministros das Relações Exteriores de países da Otan em um comunicado após reunião. "Apoiamos firmemente a constatação dos Estados Unidos de que a Rússia está em violação material de suas obrigações sob o Tratado INF", acrescentou o comunicado.
Os aliados europeus na Otan vinham pressionando o governo americano a não prosseguir com a ameaça de deixar o INF, mas em vez disso trabalhar para colocar a Rússia em conformidade com o pacto. Agora, os diplomatas estão tentando limitar as consequências da decisão, adiando a esperada retirada dos EUA para o próximo ano. A Rússia nega a violação do pacto.
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