Integração

Sul-coreanos cruzam fronteira para o Norte de trem após 10 anos

Passageiros têm a missão de reconectar sistema ferroviário da península, mas ainda não está claro se projeto conseguirá driblar sanções

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Autoridades e engenheiros da Coreia do Sul atravessam fronteira com Norte de trem
Autoridades e engenheiros da Coreia do Sul atravessam fronteira com Norte de trem (AFP)

SEUL - Um trem que carregava engenheiros sul-coreanos e autoridades cruzou na sexta-feira,30, a fronteira do Sul para o Norte em um pesquisa conjunta de referência para reconectar trilhos ferroviários das duas Coreias. A ligação dos sistemas de estradas de ferro é parte de um dos recentes acordos firmados entre o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em meio ao degelo na Península coreana.

É a primeira vez desde 2007 que um trem do Sul entra no Norte. Imagens de televisão mostraram uma locomotiva nas cores vermelha, branca e azul deixar a estação sul-coreana de Dorasan, o terminal mais próximo da parte ocidental da fronteira. O comboio exibia a mensagem "Iron Horse está agora correndo em direção à era de paz e prosperidade".

"Isso assinala o começo de uma coprosperidade do Norte e do Sul ao reconectar estradas de trem", celebrou a ministra dos Transportes do Sul, Kim Hyun-mee.

Segundo ela, a ligação dos sistemas vai ajudar a expandir o "território econômico" do país até a Eurásia por terra. A divisão da península durante décadas de tensão havia deixado a Coreia do Sul geopoliticamente isolada do continente.

Com seis eixos, o trem transportou 28 sul-coreanos, incluindo engenheiros de transporte ferroviário. Carregou também 55 toneladas de combustível e um gerador de energia elétrica. Na composição há ainda acomodações para dormir e trabalhar. Um dos vagões partiu lotado de água para banhos e lavanderia.

Na chegada à estação Panmun, o primeiro terminal do Norte depois da fronteira, o comboio será ligado a um trem norte-coreano e voltará para casa.

Os sul-coreanos vão se abrigar no trem enquanto inspecionam suas linhas ferroviárias por um total de 18 dias. Uma delas liga as cidades de Kaesong e Sinuiju, perto da fronteira da China, e a outra conecta o Monte Kumgang, na fronteira intercoreana, ao Rio Tumen, que cerca o Leste da Rússia.

Integração incerta

As equipes percorrerão 2,6 mil quilômetros junto ao trem norte-coreano, informou a ministra. Antes da divisão da península, em 1948, havia duas linhas de ligação entre o Norte e o Sul.

Como um gesto em direção à reconciliação, as duas Coreias reconectaram o sistema ferroviário ocidental em 2007 e limitaram por cerca de um ano o número de trens que transportavam bens e suprimentos para a zona industrial de Kaesong, gerida pelo Sul no Norte. A iniciativa foi tirada de serviço diante da escalada de tensão resultante do desenvolvimento nuclear de Pyongyang.

O atual projeto sofreu atrasos por temores de que poderia violar sanções impostas pelas Nações Unidas à Coreia do Norte contra o programa de mísseis. O Conselho de Segurança abriu uma exceção à pesquisa conjunta na semana passada. Ainda não está claro se o órgão lliberará a execução do projeto, uma vez concluído o estudo.

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