Literatura

Leitura para uma análise reflexiva sobre educação

Escritor Wilson Cerveira Marques lança neste sábado, às 19h, na Ícaros Recepções, na Vila Ivar Saldanha, livro autoral intitulado “A Deseducação na Educação Brasileira”, no qual analisa as transformações na estrutura educacional brasileira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
O escritor com o livro em mãos
O escritor com o livro em mãos (Wilson Cerveira Marques )

SÃO LUÍS - Ensaios e artigos recheiam as páginas de “A Deseducação na Educação Brasileira”, sétimo livro publicado do professor, escritor e poeta Wilson Cerveira Marques, a ser lançado amanhã, às 19h, na Ícaros Recepções (Vila Ivar Saldanha). A noite de autógrafos terá culto ecumênico e apresentação musical do saxofonista Josué (com seu tecladista). O livro tem 322 páginas e apresenta uma análise da educação no Brasil a partir de uma observação acurada das transformações na estrutura do ensino ao longo dos anos, cujo marco, segundo o autor, é o início da década de 1970, com o término do exame de admissão. Os textos foram escritos entre os anos de 2012 e 2016.

Ex-professor de Biologia das escolas Liceu Maranhense (13 anos), Almirante Tamandaré (15 anos) e Centro Educacional Governador Edson Lobão (Cegel), Wilson Cerveira Marques é farmacêutico bioquímico, pedagogo, biólogo e doutor em Genética Molecular. Ele gosta de escrever romances e poemas, sendo este, seu primeiro livro analítico sobre a área da educação.

Na obra, discorre sobre seu entendimento a respeito do que classifica como “processo de deseducação”, fazendo uma alusão ao sistema vigente e apresentando fatores que contribuíram para a degradação educacional no Brasil, entre eles, a falta de leitura nas salas de aula, a malversação do dinheiro público e a falta de compromisso de alguns professores e gestores. Com linguagem rebuscada e que adentra o âmago das palavras, Wilson Cerveira Marques demonstra um cuidado matemático com o uso de cada vocábulo, do início ao término. Ele faz uma interpretação arguciosa dos dilemas do novo século, enfocando, por exemplo, o declínio da vida pública, o surgimento das relações virtuais e a proliferação dos artefatos tecnológicos. Em sua visão, a escola deveria ser um espaço de discussão de todas essas mudanças.

Críticas - Entre outras coisas, o escritor trata da escola tradicional, do descompasso educacional, dos educadores dissimulados, das escolas sem mestres, dos erros reiterativos e por aí vai. Ele faz críticas ao ensino na atualidade, inclusive à supervalorização do esporte. “Na minha opinião, deveriam criar escolas centros esportivos para preparar jogadores, pois, dessa maneira, sobraria mais tempo para as outras disciplinas, uma vez que o esporte é bastante privilegiado”, comenta.

Na página 39, no capítulo “A Desatenção na Escola e no Sistema Midial”, escreve: “Os alunos demonstram alguma capacidade de memorização quando discutem as práticas futebolísticas. Então, o fanatismo opiado se faz presente em todas as dimensões da extensa conversa alvissareira. Descrevem todos os jogadores do time ou da seleção, buscando-lhes os aspectos fenotípicos, suas equipagens completas, pormenorizando cor, tamanho e outros atributos relacionados às necessidades de identificação – fora e dentro do gramado pebolístico – caracterizando a ficha completa de cada jogador, incluindo todos os reservas, sem ressaltas!”.

No capítulo “A Inversão Degradante dos Valores Éticos”, o escritor enfatiza que os valores morais estão completamente vilipendiados. “A deseducação medra nos lares, onde os pais oferecem os piores exemplos. Chefes de família chegam a matar seus próprios filhos, e vice-versa, tendo a ousadia de jogá-los pelas janelas, inumando-os no lixão, ou, então, fazendo-os de reféns! Hoje, de modo insólito, nada mais assusta o perlustrador experto, pois, de maneira inquestionável, tudo se encontra cabalmente invertido”.

E mais: “Outrora, o que se considerava anormal, passou a ser falaciosamente normal quanto aos símbolos das variâncias existentes na essência da normoanormalidade plausível. Estamos a vivenciar o tempo da exacerbante degradação moralista. Aliás, naquele que predica a ética – em momentos de altercação – pode ser o mesmo que não a pratica! Nesse caso, o escatológico vaticinará um porvir lúgubre, no qual presenciaremos o degenerescer peremptório: físico e mental do ser humano, - aparatando, de igual modo, inúmeras características inumanas!”.

Natural do município de Alcântara, Wilcon Cerveira Marques é autor dos livros “O Drama de Alcântara” (1980), “Metrópole Noturna (1985), ‘Uma eternidade em Alcântara (2000), “O Prazer Contemplativo em Alcântara e Portugal” (2004), “Imagens Jamais Esquecidas” (2008) e “A Venusta Princesa de Ébano”. “Tenho vários outros artigos para publicar no ano que vem, mas quero também reeditar o primeiro primeiro livro”, finaliza.

Serviço

O quê

Lançamento do livro “A Deseducação na Educação Brasileira”

Quando

Neste sábado, às 19h

Onde

Ícaros Recepções (Vila Ivar Saldanha)

Preço do livro: R$ 50,00

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