SAÚDE

Entidade presta apoio a pessoas com HIV/Aids, no MA

“Casa de Apoio Acolher” é voltada a assistência de pacientes; venda de bonecas garante seu sustento

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Por meio da venda de bonecas, confeccionadas por sete artesãs, a casa sustenta sua estrutura e serviços essenciais.
Por meio da venda de bonecas, confeccionadas por sete artesãs, a casa sustenta sua estrutura e serviços essenciais.

Neste sábado é comemorado o Dia Mundial de Lutra conta Aids, são 30 anos de atividades. A data traz reflexão e discussão sobre o tema. Em São Luís, a “Casa de Apoio Acolher” recebe pessoas com HIV/Aids, principalmente, aquelas que realizam tratamento fora do domicílio (TFD). Por meio da venda de bonecas, confeccionadas por sete artesãs, a casa sustenta sua estrutura e serviços essenciais. Uma novidade, são as bonecas que homenageiam os personagens da comédia Pão com Ovo, Clarisse, Dijé e Zé Maria. Todo valor arrecadado com a venda das bonecas é revertida para a casa, que dá suporte aos pacientes.

O Maranhão foi um dos estados que obteve redução de 1,7% no coeficiente de mortalidade, passando de 5,6 para 5,5 óbitos por 100 mil habitantes. Em contrapartida, o levantamento revelou que o número de casos aumentou em 8,1%, ou seja, são 21,3 casos por 100 mil habitantes. No Brasil, 866 mil pessoas são portadoras do vírus HIV ou tem Aids, conforme o novo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids.

Benfeitos
Foi em vista da realidade, que assusta a população há décadas, que o protético Paulo Ribeiro fundou o projeto “Casa de Apoio Acolher”, que tem por finalidade o acolhimento de pessoas com HIV/Aids, principalmente, aquelas que realizam tratamento fora do domicílio (TFD). “Nós, eu e todos os outros que compõem o projeto, percebemos a necessidade de oferecer um suporte ao serviço ofertado no hospital que trata os pacientes na capital, mas não oferece o apoio necessário, como o psicológico e nutricional”, declarou o fundador.

A “Casa de Apoio Acolher” promove, por meio de profissionais habilitados, além do acolhimento, cuidados em saúde, apoio nutricional, higiene pessoal e emocional, de forma gratuita e voluntária. Além disso, o projeto oferece, também, a pacientes jovens e adultos, consultas, exames e internação prolongados, com refeições, lazer, oficinas terapêuticas, isto é, uma estadia para que a pessoa possa enfrentar o tratamento, e para que, também, não desista de viver por causa das dificuldades - diversas - que a Aids impõe.

De forma estratégica, atualmente a casa funciona na Rua Muniz Barreiros, no bairro Jordoa, em São Luís, a poucos metros do Hospital Presidente Vargas, que é referência em tratamento de doenças infectocontagiosas, como é o caso do HIV/Aids, no Maranhão.

Sustento do projeto
O projeto funciona - e carece - por ajuda, primordial, da sociedade. Por meio da venda de bonecas, confeccionadas por sete artesãs que dispõem dos seus dias para dar vida à iniciativa, a “Casa de Apoio Acolher” sustenta toda sua estrutura e demais serviços essenciais, oferecidos aos portadores em busca de tratamento para a Aids na capital, com todo o arrecadado.

“Todas nós somos mães de família, mas isto não nos impediu de dedicar parte do nosso tempo para ajudar em uma causa que não é só de quem tem a doença. Confeccionar o artesanato, além de ser algo que é a nossa profissão, é também muito satisfatório por saber que estamos ajudando a incentivar no tratamento, e a salvar vidas”, frisou uma das artesãs voluntárias, Tâmara Oliveira, de 26 anos.

A “Boneca Acolher”, com seu conceito de preservação ao meio ambiente, é idealizada de forma altamente sustentável, além da lã, que dá forma à boneca, são reutilizadas para sua confecção sacolas plásticas, retalhos de tecidos de algodão, tintas para tecido e serragem. As bonecas dos personagens da comédia Pão com Ovo são a novidade preparada pelas artesãs. No instagram da Casa Acolher (@casadeapoioacolher) há informações para as adquirir.

“Ao adquirir o produto, que vai muito além disso, a sociedade não só compra uma boneca porque é bonita, ou porque é uma novidade, mas ajuda a colaborar no tratamento e a esperança de cada um dos portadores aqui acolhidos”, explicou o fundador da instituição filantrópica.

Acolhimento
Atualmente, a instituição atende, em média, cerca de 400 pacientes com HIV/Aids durante o mês dos quais 75% são do interior do estado, como um paciente, portador da síndrome há três anos, que não quis se identificar, vindo de Santa Luzia - município distante mais de 300 quilômetros da capital maranhense. “É muito gratificante saber que, vindo do interior, principalmente de um povoado de um município bem distante da capital, em busca de tratamento, a gente seja tão bem acolhido e atendido. No meu caso, em que minha família não me deu a acolhida que eu esperava, a casa é essencial para mim”, enfatizou.

Saiba mais

HIV X Aids

Nem todo mundo que tem HIV chega a desenvolver Aids. O HIV é o vírus da imunodeficiência humana e que pode levar à síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids). A infecção com o HIV não tem cura, mas tem tratamento e pode evitar que a pessoa chegue ao estágio mais avançado de presença do vírus no organismo, desenvolvendo, assim, a síndrome conhecida como Aids.

O tratamento para o HIV é denominado comumente de terapia antirretroviral – conhecido também pela sigla TARV – e é fundamental para melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV, além de diminuir drasticamente as chances de transmissão a outras pessoas. Nos casos em que não há acesso ou boa adesão ao tratamento, o HIV pode tornar o sistema imunológico insuficiente para que o próprio corpo se defenda e responda a doenças oportunistas – que podem eventualmente levar a pessoa a óbito. É quando dizemos que tal pessoa faleceu por causas relacionadas à Aids – importante: ninguém morre “de Aids”, mas por doenças oportunistas causadas pela falha no sistema imunológico.

O diagnóstico de AIDS considera a baixa quantidade de células de defesa (CD4) presentes no sangue e/ou manifestações clínicas que podem incluir uma ou mais doenças oportunistas, como a tuberculose disseminada, pneumonia, infecções recorrentes ocasionadas por fungos (na pele, boca e garganta), neurotoxoplasmose, e diarreia crônica há mais de 30 dias, entre outras.

Transmissão do HIV

A transmissão do HIV se dá por meio da troca de fluidos corporais como, por exemplo, sangue, sêmen, secreções vaginais e leite materno. Ela não acontece por meio de interações comuns do dia a dia como abraçar, beijar, dividir objetos ou até mesmo alimentos. Essa informação é importante a fim de conscientizar a população para que consigamos acabar com estigmas associados às pessoas que vivem com HIV e com a discriminação.

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