Celebrar a vida

Dia Mundial de Luta contra Aids

Data é celebrada anualmente no dia 1º de dezembro, amanhã, e tem por finalidade levar informação sobre a doença e diminuir o preconceito; antes muitos morriam por medo de assumir-se doente, mas hoje as diversas formas de tratamento têm salvado vidas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
O laço vermelho simboliza a luta contra a aids
O laço vermelho simboliza a luta contra a aids (aids)

Goiânia - O Dia Mundial de Combate à Aids é comemorado em 1º de dezembro e tem por função primordial alertar toda a sociedade sobre essa doença. A data foi escolhida pela Organização Mundial de Saúde e é celebrada anualmente desde 1988 no Brasil, um ano após a Assembleia Mundial de Saúde que fixou a data de comemoração.

Afinal, o que é Aids?
A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV, geralmente por contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, mas pode ser também transmitida por transfusão sanguínea e compartilhamento de objetos perfurocortantes. Diferentemente do que muitos pensam, ser HIV positivo não é o mesmo que ter Aids. A Aids é o estágio mais avançado da doença, quando o sistema imunológico encontra-se bem debilitado.

Aids é uma doença que não mata por si só. Por causar um grande impacto no sistema imunológico, o paciente fica sujeito a doenças oportunistas, como a pneumonia, que surgem no organismo nesse momento de fraqueza. Assim sendo, não se morre de Aids, morre-se das complicações geradas pelas doenças oportunistas.

Histórico da Aids
Os primeiros casos de Aids foram descobertos nos Estados Unidos, Haiti e África Central em 1977 e 1978, mas só foram classificados como a síndrome em 1982, quando se compreendeu melhor a doença. No Brasil, o primeiro caso foi diagnosticado em São Paulo, em 1980.

As formas de transmissão da doença começaram a ser entendidas em 1982. Nessa época, o preconceito ainda era muito grande. A falta de conhecimento sobre a doença levou à adoção do nome Doença dos 5H: homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (que usam heroína) e hookers (termo em inglês que se refere a prostitutas). Somente em 1985 começou-se a falar em comportamentos de risco em substituição ao termo grupos de risco.

Em 1991, foi iniciada a compra de medicamentos antirretrovirais para distribuição gratuita e, em 1993, o Brasil começou a produção do coquetel que trata a Aids (AZT). Somente em 1996 foi criada uma lei sobre o direito do doente de receber o medicamento gratuitamente, o que impulsionou a melhora da qualidade de vida dos milhares de infectados. O Brasil avançou na luta contra a doença e, em 1999, já disponibilizava 15 diferentes medicamentos para tratar a Aids.

É importante ter um Dia Mundial de Luta contra a Aids?
A Aids, até o momento, é uma doença que não possui cura, portanto, é necessária uma proteção eficiente contra ela. Ao criar um Dia Mundial de Combate à Aids, o objetivo era chamar a atenção sobre esse problema, desde sua prevenção até seu tratamento, e acabar com o preconceito.

É importante mostrar para a população que não se contrai Aids com um simples aperto de mão ou abraço em um paciente. É importante mostrar também que uma pessoa com o vírus pode relacionar-se e trabalhar normalmente. Além disso, deve-se mostrar que, hoje, a Aids não é uma sentença de morte e que é possível, sim, viver bem com a doença. Porém, também devemos nos preocupar com sua transmissão, uma vez que é uma doença sem cura e que pode afetar a qualidade de vida de uma pessoa.

O dia 1º de dezembro serve, portanto, como um alerta sobre a Aids e como uma forma de repensarmos nossas atitudes com os portadores da doença. Não se trata de um dia exclusivo para informações de saúde, é um dia que também nos remete à compaixão e solidariedade.

SAIBA MAIS

O laço vermelho utilizado na luta contra a Aids foi criado em 1991, pela Visual AIDS de New York, que queria fazer uma homenagem aos amigos com a doença. A cor vermelha remete ao sangue e à paixão.

FIQUE POR DENTRO

Doenças virais - vírus são agentes infecciosos bastante diminutos, constituídos por ácido nucleico e proteína. Como são destituídos de células e só têm metabolismo quando estão no interior de células hospedeiras específicas, não existe consenso entre os cientistas quanto ao fato de poderem ou não ser classificados como seres vivos. De qualquer forma, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios, assim como algumas bactérias, tais como as clamídias. Os vírus podem parasitar bactérias, plantas e animais. Na nossa espécie, por exemplo, tumores e uma gama de doenças, como catapora, herpes, rubéola, sarampo, varíola, poliomielite, raiva, dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, caxumba, hepatites e AIDS; podem ser provocados por eles. Algumas doenças não surgem mais de uma vez em um mesmo indivíduo, enquanto outras podem se apresentar em mais de um episódio. A transmissão pode se dar por meio de vetores; em outros casos, de pessoa para pessoa; ou por meio de alimentos, objetos ou instrumentais contaminados.

Coqueteis antiaids - Os coquetéis antiaids, compostos por medicamentos antirretrovirais, surgiram na década de 1980 e evitam que o vírus se multiplique desordenadamente, impedindo que o sistema imunológico do paciente fique seriamente prejudicado. É importante frisar que os coquetéis não matam o vírus, mas garantem maior tempo de vida. Quando surgiram, os medicamentos antiaids eram extremamente caros, o que aumentava consideravelmente o número de mortes por Aids. A partir de 1996, o Brasil iniciou a liberação gratuita dos medicamentos, facilitando assim o tratamento e aumentando o tempo de vida dos pacientes. Até o momento existem 21 medicamentos diferentes para o tratamento da Aids, sendo esses divididos em cinco classes: inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores de protease, inibidores de fusão e inibidores da integrase. Apesar de agirem de formas diferentes, todos os medicamentos impedem a reprodução do vírus de alguma forma.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.