Editorial

Cortes de gastos e omissões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Os cortes financeiros determinados, via decreto, pelo governador Flávio Dino (PCdoB) em secretarias e demais órgãos da administração estadual representam, em um primeiro momento, economia de gastos para a máquina do Estado, algo necessário em tempos de recessão. Por outro lado, a redução drástica do custeio pode gerar crise em alguns setores do mercado, principalmente nas empresas que mantêm contrato com o governo para fornecimento de bens e prestação de serviços.

A pretexto de economizar dinheiro, Flávio Dino mandou reduzir a frota de veículos locados em cada repartição pública. Para que a medida surta o efeito esperado, o governador sugeriu a adoção de procedimentos atípicos, esdrúxulos, até, como o uso de táxis, Uber e outros serviços de transporte por aplicativo para a locomoção de funcionários públicos em serviço. Qual não seria a surpresa se um gestor de alto escalão chegasse a um compromisso oficial a bordo de um carro fretado?

Com tais medidas, o governador acredita que amenizará as perdas financeiras que alega aos maranhenses na exposição de motivos do seu decreto. Uma das razões para o arrocho teria sido a alegada redução de R$ 1,5 bilhão dos repasses do Governo Federal ao Maranhão. O comunista também apresenta como pretexto para impor os cortes dívidas herdadas de governos anteriores, a exemplo de precatórios e débitos com bancos estrangeiros - estes últimos sujeitos à variação do dólar.

Flávio Dino também justifica o aperto nas contas pela necessidade de oferecer melhores serviços públicos à população, como aumento do efetivo policial, escolas de qualidade, hospitais de grande porte e abertura de restaurantes populares. Só não mencionou que em sua campanha à reeleição prometeu tais melhorias sem condicioná-las ao risco de quebradeira. Caso tivesse exposto a realidade a qual agora se rende, talvez tivesse alertado o povo sobre a gestão desastrosa que vem fazendo. E o resultado das urnas seria outro.

Ao pintar um cenário trágico e atribuir a situação apenas a fatores externos, Flávio Dino omite uma série de erros e abusos que cometeu desde que assumiu o poder. Deixou de citar, por exemplo, os alugueis camaradas, firmados com indivíduos com ligação política e partidária com o governo, e o inchaço da folha salarial, inclusive com a nomeação de pessoas que residem fora do Maranhão, dentre as quais o filho de um ministro do governo de Michel Temer, a quem o comunista sempre fez oposição declarada. Toda essa farra onerou gravemente os cofres públicos, a ponto de o Estado encontrar-se, hoje, à beira de um colapso.

O quadro apresentado por Flávio Dino ao legitimar o seu decreto é de terra arrasada. De fato, há uma ameaça real de bancarrota, segundo atestam órgãos oficiais que atuam na gestão das finanças em nível federal, como a Secretaria do Tesouro Nacional. No entanto, todo cidadão maranhense, do mais bem informado ao mais leigo, deve estar ciente de que tal herança foi deixada pelo comunista para si mesmo, pois, ao assumir o governo, há quatro anos, ele recebeu um Estado plenamente saneado e apto a investimentos e ao progresso.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.