Diálogo

Futuro governo vai conversar com parlamento, diz Bolsonaro

Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), informou que o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzon, será o responsável para fazer o canal de diálogo entre os poderes Executivo e os deputados e senadores em Brasília

- Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Bolsonaro não descartou o diálogo com o Congresso Nacional; responsável será Onyx Lorenzon, anunciado como ministro da Casa Civil
Bolsonaro não descartou o diálogo com o Congresso Nacional; responsável será Onyx Lorenzon, anunciado como ministro da Casa Civil (bolsonaro)

BRASÍLIA

Em meio a divergências na cúpula da equipe de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou ontem que conversará com o parlamento.
Bolsonaro informou que o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, anunciado para a Casa Civil, continuará com a missão de comandar a interlocução com o Congresso, mas destacou que o general Santos Cruz, que ficará na Secretaria de Governo, também terá responsabilidades na área.
O anúncio de que Santos Cruz ficará à frente da pasta responsável pela negociação com o Congresso gerou mal-estar porque, na prática, esvazia os poderes de Onyx. O futuro ministro da Casa Civil, por sua vez, chegou a afirmar que, em pelo menos duas ocasiões, a Secretaria seria extinta e ele acumularia a função.
“Não podemos sobrecarregar demais uma pessoa no ministério”, justificou Bolsonaro.
Além disso, também foi questionada a habilidade de Santos Cruz para dialogar com os congressistas. “Santos Cruz é uma pessoa que vai surpreender no trato com os parlamentares Santos Cruz sabe como funciona o parlamento”, defendeu o presidente eleito. Ele voltou a destacar que o diálogo do seu governo com o Legislativo será por meio das bancadas, entre elas a bancada evangélica, e não através dos partidos.
Bolsonaro ainda não soube esclarecer alguns pontos de divergência em sua equipe, como com quem ficará a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI), atualmente na Secretaria-Geral.IndicaçõesEle também admitiu que sua equipe considerava ter um número menor de ministérios, cerca de 15 no total, mas que isso não será possível. Assegurou, no entanto, que o número não passará de 20 pastas.
Hoje, Bolsonaro anunciou o nome de Tarcísio Gomes de Freitas para comandar o Ministério da Infraestrutura.

Meio Ambiente
O presidente eleito antecipou que deve anunciar amanhã o ministro responsável pelo Meio Ambiente, e que não será um militar. "O Meio Ambiente, apesar de eu ser verde, não vai ser um militar."
Outras escolhas, como o comando do Ministério de Minas e Energia, estão menos avançadas e podem demorar mais uma semana, segundo ele. "O casamento pode ser adiado", brincou.
Bolsonaro também garantiu que haverá um ministério para a área social, mas não deu detalhes. "Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí; mulher, igualdade racial."
Ele também disse que pretende ter um porta-voz, que já sondou uma pessoa, mas ainda "não recebeu o sinal verde para anunciá-la". Questionado sobre o nome da senadora Ana Amélia (PP), respondeu que ela é uma "excelente pessoa" e "se possível" será convidada para o futuro governo.

Bolsonaro: “Pergunta para
o Temer que sancionou”

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que toda população pagará a conta do reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro evitou fazer comentários sobre o assunto e responsabilizou o presidente Michel Temer pela decisão. Após acordo com o Judiciário, Temer sancionou ontem aumento de 16,38% para os magistrados, que deve ter efeito cascata em todo o país.
"Pergunta para o Temer, ele que sancionou", respondeu ao ser indagado inicialmente sobre o assunto. Após jornalistas insistirem na pergunta, dizendo que Bolsonaro arcará com as despesas extras em sua gestão e "pagará a conta", ele respondeu: "Toda a população vai pagar a conta, não só eu." Ele disse, ainda, que sua responsabilidade em relação ao assunto só iniciará no dia 1º de janeiro de 2019, quando assume a Presidência da República.

Ajuste
Sobre o orçamento, Bolsonaro disse que vai ter que ajustar tudo agora para evitar modificações no próximo ano. "É possível mexer no orçamento no ano que vem, mas o que pudermos fazer agora é melhor", declarou. l

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