Estado do Samba

“Carlos Cuíca” – Na raiz do samba.

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Chegamos ao décimo nono programa, e, na raiz do samba maranhense, trazemos o intérprete e compositor, Carlos Cuíca. Filho de família de músicos, influência não lhe faltou.
CC - Eu ainda menino, aparecia nas rodas de samba, com uma cuiquinha de seis polegadas, principalmente ali no Caminho da Boiada, onde nasceu a “Turma do Vandico”, onde me apelidaram de Carlos Cuíca, devido a minha nobre companheira. E já se vão 20 e poucos anos. Já no samba em si, desde menino, pois, minha família, de músicos, sempre se reuniam com a música, principalmente em época de carnaval. Já agitava na Turma do Funil, com meus tios, Ton Araujo, Nato Araujo e Sávio, quando estava no Brasil.

JM - Era difícil estar em um grupo seleto, como este da cuíca?
CC
- Muito, João Marcos, inclusive por, no começo, eu não saber trocar o gambito quando quebrava, comprar couro, pois, poucas pessoas trabalhavam com consertos ou confecções. Quem me deu uma tremenda força no início foi Mestre Guth, que trouxe do Rio de Janeiro uma bela cuíca e Henrique, que me ensinou como desmontar e montar o instrumento.

JM – E sua trajetória nas rodas de samba?
CC -
Começando ali no Caminho da Boiada, conhecendo Vandico, Kaká, Chico Chinês, Neto Peperi, Nivaldo Santos e outros, foi que introduzi minha cuíca no samba. Depois, junto com Costa Neto (sete cordas), Nivaldo, Airton e Alex criamos o “Estação Primeira” que depois virou o “Grupo Estação”, de onde sai para integrar o “Espinha de Bacalhau” durante quase 10 anos de projetos e execuções. Nessa época, que até então somente interpretava os sambas que gostava, passei também a compor, principalmente com Neto Peperi e Quirino. Não posso esquecer, também, o “Nobre Simplicidade”, onde tive a grata parceria com Leozão e De Ângelo. Nunca deixando de lado a música autoral maranhense, minha luta de sempre no samba.

JM - Fala agora dos trabalhos fonográficos.
CC -
O Projeto “Café com Leite e Pão”, traz a parceria com Neto Peperi e Quirino e nasceu em 2012, em sua essência, a execução de nossas composições, de onde veio a necessidade de registrarmos o projeto. Hoje já temos grande parte do repertório definido e gravado, mas, o que está no Studio pronto e mixado é o meu trabalho solo, “COM FUSÃO”, onde trago a mistura do samba com a música nordestina (xaxado, xote, baião...), que sempre foi evidenciada em minhas execuções. É tão prazeroso tocar cuíca, tanto no samba, quanto no forró, é inexplicável o prazer. A forte influência da cuíca no forró nasceu quando eu ia para a casa de Raimundinho (Pé No Chão), tocar com ele e Eliezer do Acordeom, aprendizado ímpar. O disco conta com a participação na produção de Rui Mário e deve sair até o início de 2019 em redes digitais e logo em seguida o lançamento físico, com show, deste trabalho.

Obrigado amigo e grande sambista “Carlos Cuíca”, por sua bela participação. E curta mais detalhes na entrevista digital na TV O Estado, no Estado do Samba. Siga @oestadoma e @joaomarcusfm no instagram.l

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