Cerco policial

Maranhão foi alvo de duas operações da Polícia Federal

Uma das operações, denominada Linha de Montagem, foi contra crimes previdenciários e, a outra, denominada Atalaia, apurou crimes de exploração sexual

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Policiais federais durante operação realizada ontem em São Luís
Policiais federais durante operação realizada ontem em São Luís (Operação)

SÃO LUÍS - A Polícia Federal (PF) realizou ontem duas operações no Maranhão. Uma delas, denominada de Linha de Montagem, cumpriu cinco mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão, e bloqueio de 221 benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com a PF, o cerco policial tinha o objetivo de combater crimes previdenciários que resultaram em prejuízo aos cofres da União de R$ 13,6 milhões.

Assessoria da PF informou que durante esse cerco policial, realizado na Grande Ilha, contou com 20 policiais federais e um servidor da Inteligência Previdenciária (COINP). Uma pessoa foi presa e conduzida a sede da PF, no bairro da Cohama. Também houve a apreensão de vários documentos. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistema de informações e de associação criminosa, cujas penas máximas podem alcançar 10 anos de prisão.

Esquema criminoso

Ainda de acordo com a PF, a polícia começou a investigar esse esquema criminosa em 2015, constando que o bando agia desde 2010. Os criminosos conseguiam falsificar documentos públicos para fins de concessão dos benefícios de amparo social ao idoso e de pensão por morte. Os titulares são pessoas fictícias, criadas por meio da internet.

Ficou comprovado, ainda, que esse bando contava com a participação de um servidor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de um estelionatário especializado em fraudes previdenciárias e de dois funcionários de uma casa lotérica, responsáveis pela abertura de contas para pagamento dos benefícios irregulares.

A PF informou, também, que o prejuízo inicialmente identificado, está em torno de R$ 13,6 milhões. O valor do prejuízo evitado com a consequente suspensão dos benefícios ativos, levando-se em consideração a expectativa de vida média da população brasileira, é de aproximadamente R$ 12,6 milhões. O nome dessa operação é uma alusão ao esquema criminoso que estava em andamento, já que era estruturalmente ordenado e caracterizado por divisão de tarefas.

Atalaia

A segunda operação, além do Maranhão, envolveu os estados do Alagoas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Distrito Federal denominada Atalaia, teve como objetivo apurar crimes relacionados a exploração sexual de crianças e adolescentes por meio da rede social.

Sessenta mandados de ordem judicial foi cumprido. No Maranhão, segundo a PF, foram cumpridos duas ordens judiciais. Uma delas, na cidade de Zé Doca, e outra na capital.

A PF informou que nas duas ações no Maranhão foi apreendido um vasto material de cunho ponográfico. Houve uma prisão em flagrante, mas o nome do detido, que foi apresentado na sede da PF, não foi divulgado. Nos outros estados, a polícia apreendeu computadores e dispositivos eletrônicos utilizados para o compartilhamento e armazenamento de conteúdo pornográfico.

Essa incursão policial também investiga crimes de violência sexual contra crianças e a produção de material pornográfico ilícito. As penas para este tipo de crime pode chegar a 15 anos de reclusão. A operação foi intitulada Atalaia em referência ao termo árabe que significa "torre de observação" e que designa, igualmente, a pessoa encarregada de vigiar determinada área.

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