PIB

Direito de Resposta

Por decisão judicial, oestadoma.com concede direito de resposta ao governo estadual

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

NOTA

O Jornal “O Estado” veiculou matéria de capa, no dia 31 de julho de 2018, na qual estima que o PIB Real do Estado do Maranhão teria registrado contração de 15,6% no triênio 2015/2017, sendo que 11,5% no biênio 2016/2017.

Por sua vez, no dia 02 de agosto de 2018, o mesmo veículo de comunicação, a pretexto de prestar esclarecimentos a respeito da matéria anterior, publicou outra reportagem tratando do mesmo tema, desta vez noticiando de maneira absolutamente descabia um declínio de 4,4% no PIB para o ano de 2019.

Não restam dúvidas de que ambas as notícias provocaram impactos negativos, especialmente se levarmos em consideração as previsões amplamente disseminadas entre os especialistas de que o Estado do Maranhão, no ano de 2017, foi um dos Estados líderes nacionais em termos de crescimento.

Acerca da matéria publicada no dia 31 de julho (Governo Dino - Economia do Maranhão cai 15,6% em três anos/PIB do Maranhão tem queda acumulada de 11,5% em 2 anos), é facilmente perceptível o uso de dados de forma distorcida, pois o periódico cita que o Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão teve queda acumulada de 11,5% em dois anos, relativamente a 2016 e 2017. Cita, como fonte, levantamento divulgado pela Consultoria Tendências, o qual teria por base dados divulgados pelo IBGE.

Ocorre que, em relação a esses primeiros números, a inverdade se revela de imediato, a partir do momento em que a própria Consultoria Tendências afirmou não ter repassado qualquer informação ao jornal “O Estado”, bem como que existem várias “informações erradas na matéria”.

Na verdade, o PIB do Estado do Maranhão e de seus municípios é calculado pelo IMESC, em convênio com o IBGE, com base em uma ampla gama de informações e metodologia padronizada. Importante destacar que a divulgação dos números relativos a 2016 somente será realizada em novembro deste ano, enquanto que os números referentes a 2017 somente serão divulgados em novembro de 2019. Entretanto, são realizadas projeções e estimativas e, segundo a última divulgação, feita em junho, no Boletim Trimestral de Conjuntura Econômica Maranhense, os números do PIB para o Maranhão foram os seguintes: 2016 (-4,5%) e 2017 (+4,8%).

Além disso, segundo o levantamento realizado pela Consultoria Tendências, divulgado no jornal “Valor Econômico” no dia 19 de julho de 2018, nos números apurados em abril de 2018, há apenas um Estado da Federação com crescimento intenso – exatamente o Maranhão – com crescimento de 8,8%, de acordo com uma das metodologias informadas.

Portanto, é patente a alteração dos dados, de forma a induzir a erro o leitor leigo e/ou despido de informações oficiais.

Como se não bastasse isso, a matéria do dia 02 de agosto de 2018, que viria, também, para prestar esclarecimentos sobre a publicação anterior, igualmente trouxe informações inverídicas.

Essa segunda publicação informa que o periódico teria sido induzido a erro em relação ao período no qual teria sido realizado o levantamento do declínio no PIB, vez que se baseara em dados da Revista Época. Porém, a matéria do dia 31 de julho é clara ao mencionar informe da Consultoria Tendências, que, como já visto, não havia apresentado quaisquer dados ao jornal “O Estado”.

Além disso, mesmo se fossem considerados os números divulgados pela Revista Época, a queda acumulada informada foi de 11,5% em dois anos, e não de 4,1% em 2015 e 11,5% em 2016, como consta no quadro extraído da Coluna Expresso, reproduzido na matéria do jornal “O Estado” de 02 de agosto.

O que o jornal “O Estado”, ardilosamente, fez foi somar o resultado oficial do PIB de 2015 (-4,1%) aos números informados pela Revista Época (-11,5% - que se referem a 2015 e 2016), obtendo, assim, o absurdo e inverídico percentual de queda de 15,6% em supostos três anos, assustador para os cidadãos maranhenses. Não há nenhuma lógica nesses números, assim como não restam dúvidas de que houve um cômputo duplo do percentual de 2015 no total informado na matéria de 31 de julho, que o periódico tentou esclarecer na publicação de 02 de agosto.

Diz isso porque a matéria do dia 02 de agosto (intitulada PIB do Maranhão deve ser negativo em 4,4% em 2019), a pretexto de prestar esclarecimentos sobre a matéria anterior, aproveita a oportunidade para trazer outra gravíssima informação inverídica, pois aponta projeção negativa de 4,4% para o PIB do Maranhão em 2019. Ocorre que, mais uma vez, o periódico realiza uma análise distorcida dos fatos.

Na verdade, segundo o levantamento realizado pela Consultoria Tendências, o que é de fácil constatação, a projeção de -4,4% não se refere à contração (ou declínio) do PIB para 2019. Trata-se, em verdade, de um comparativo dos números do PIB 2019 em relação ao período pré-crise (nacional).

Ou seja, não se trata de uma aferição do PIB para 2019, que sequer poderá ainda ser realizada, pois, até o momento, somente existem as estimativas para 2017 (crescimento de 8,8%), as quais somente serão divulgadas em novembro de 2019.

Isso fica claro no texto explicativo elaborado pela Consultoria Tendências, anexo ao Gráfico/Mapa com a projeção de cada Estado da Federação. Entretanto, o jornal “O Estado” distorceu, “dando a sua própria versão” – repita-se, flagrantemente distorcida - a respeito dos dados.

Em ambas as matérias (31 de julho e 02 de agosto), portanto, é perfeitamente possível identificar que se tratam de fake news, que se referem a notícias (informações) divulgadas ou compartilhadas por veículos de comunicação/informação como se fossem verdadeiras, com o único propósito de disseminar inverdades ou criar polêmicas em relação a uma pessoa, situação ou fato.

Hodiernamente, a repreensão de condutas desse tipo, em todas as esferas, tem tido destaque diante da crescente conscientização acerca dos prejuízos irreparáveis causados pelas fake news, cuja publicidade é exponencialmente elevada pela difusão do uso de mídias e de redes sociais, especialmente em se considerando o poder de manipulação dos difusores de notícias inverídicas, contribuindo, na verdade, para a desinformação da sociedade, além de violarem a honra objetiva e a imagem das pessoas jurídicas de direito público.

São Luís (MA), 03 de agosto de 2018

Felipe de Holanda Presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (IMESC)

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