VÍTIMAS DO TRÂNSITO

Em três anos, Maranhão teve 4.728 mortes no trânsito

Programação do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, que foi realizada domingo, teve por objetivo, conscientizar a população de São Luís sobre a imprudência e a necessidade de ter um trânsito seguro

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

SÃO LUÍS –A campanha SOS Vida pela paz no trânsito, organizada pela Maçonaria do Maranhão, realizou na manhã de ontem (18), na Avenida Litorânea, atividades alusivas ao Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito. Nos últimos três anos, o Maranhão registrou um total de 4.728 mortes. Em São Luís, foram 100 em 2017. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU). Até o mês passado, 72 pessoas haviam sido vitimadas em acidentes de trânsito.

Durante a manifestação em alusão à data, celebrada anualmente no terceiro domingo de novembro, centenas de pessoas estiveram reunidas para lembrar a importância de um trânsito seguro, à medida que simples mudanças de hábitos, como evitar dirigir embriagado e ultrapassar o limite de velocidade permitida é o suficiente para evitar, consequentemente, tornar-se mais uma vítima do trânsito.
Segundo o coordenador geral da Campanha SOS Vida, Lourival da Cunha Souza, as vítimas do trânsito violento são mais que números para alimentar as estatísticas crescentes, mas uma realidade para que se possa refletir sobre os hábitos infracionais cometidos na direção.

“Precisamos que os olhos de toda a sociedade estejam voltados para essa realidade que assola tantas famílias, todos os dias. As estatísticas são um absurdo. Por causa da crueldade que é essa realidade, é que a Campanha SOS organiza esse movimento”.

Na ocasião, houve um momento de orações feito pelo Arcebispo de São Luís, D. Belisário. Ademais, a manifestação também foi oportuna para uma simulação de mortos no trânsito da capital, que teve, em média, 8,33 vítimas a cada mês de 2017. Faixas e cruzes foram utilizadas para a encenação.
O momento e espaço também foram propícios para uma passeata com panfletagem, a fim de orientar a população da capital maranhense sobre a importância de suas vidas no trânsito, como pedestre, motoristas e motociclistas, as principais vítimas em um levantamento de três (últimos) anos no estado.

Perda
O advogado Antônio Carlos Cantanhede, de 57 anos, estava acompanhado da família na mobilização, em memória do irmão, o médico Luís Carlos Cantanhede, vitimado em um acidente de trânsito em março deste ano, na MA – 204, na Região Metropolitana de São Luís.

Para o irmão da vítima, as leis precisam ser mais severas, para que as pessoas tomem consciência e outras famílias não sofram a perda repentina de seus familiares. “Para mim e minha família, ainda é muito difícil, porque nunca imaginávamos que naquele dia, em 25 de março, o meu irmão seria vítima da imprudência de um condutor que dirigia alcoolizado”.

“Os órgãos de trânsito e a justiça precisam coibir os hábitos ameaçadores dos condutores de forma mais direta, aplicando multas mais pesadas, porque só atingindo o bolso é que a conscientização terá sucesso. Além disso, faz-se necessário uma fiscalização mais atuante, pois carecemos disso”, destacou o advogado.

Ações permanentes

Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), no intuito de garantir maior segurança no trânsito, tem sido intensificado a fiscalização para coibir o desrespeito às normas de trânsito. Sendo constatada a infração, a autuação de trânsito é lavrada. Em relação à conscientização de condutores, a Coordenação de Educação para o Trânsito (Coetran), da SMTT, são realizadas campanhas educativas para conscientizar as pessoas dos riscos de dirigir e utilizar o telefone celular e quanto à importância do uso do cinto de segurança a todos os ocupantes do veículo, assim como o respeito e a preferência ao pedestre na faixa de segurança.

Realidade no Maranhão
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade da Secretaria de Estado da Saúde (SIM – SES / MA), só no ano passado, o estado registrou um total de 1.348 mortes por acidentes de trânsito, dos quais 159 foram pedestres; 33, ciclistas; 650, motociclistas; 151, condutores de automóveis; 21, condutores de veículos pesados e 334 por outras causas. Em três anos (2015, 2016 e 2017), o total de mortos no trânsito foi de 4.728.

Realidade no Brasil
Em todo o país, foram registradas 32.615 óbitos só no ano de 2017. Estatisticamente, foram quase 90 vítimas por dia, ou seja, o equivalente a dois ônibus lotados ou um pequeno avião.

Realidade no Mundo
Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), acidentes de trânsito são a principal causa de mortes de jovens entre 15 a 29 anos. Os dados evidenciam, entretanto, que a violência do trânsito ultrapassam o número de mortes por tuberculose e até Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), assim como qualquer outro tipo de violência em geral.

Anualmente, 1,3 milhão de pessoas perdem suas vidas no trânsito no planeta, e outros 50 milhões de vítimas ficam com sequelas ­l

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