Resultado

Oposição reage após nova queda do PIB do Maranhão em 2016

Depois de recuar 4,1% em 2015, Produto Interno Bruto (PIB) maranhense cai 5,6% em 2016; de acordo com o IBGE, última alta do PIB local foi em 2014

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
(Construção civil)

SÃO LUÍS - Deputados de oposição ao Governo do Estado atribuíram à atual gestão mais um resultado negativo da economia maranhense divulgado na sexta-feira, 16.

O Maranhão registrou queda no volume do Produto Interno Bruto (PIB) pelo segundo ano consecutivo, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ao divulgar a pesquisa de Contas Regionais de 2016.

De acordo com o levantamento, o PIB maranhense encolheu 5,6% em 2016 – depois de já haver recuado 4,1% em 2015. Nos dois anos, o estado registrou retração maior que a do Brasil. O último ano em que o IBGE registrou crescimento do Produto Interno do Maranhão foi 2014, com alta 3,9%, a oitava maior do país naquela ocasião.

Para o deputado Adriano Sarney (PV), trata-se da confirmação de que a gestão do governo não conseguiu promover resultados reais. Segundo ele, o resultado já era esperado.

“Resultado que já esperávamos devido à forma que o governo comunista conduz a economia do estado. Aumento de impostos, redução de investimentos públicos, atraso e calote no pagamento de fornecedores, fim das políticas de atração de empresas para o estado, máquina estadual aparelhada e consequentemente inchada”, destacou.

Para ele, o Governo do Maranhão definiu de forma equivocada suas prioridades de investimento. “O governo poderia criar políticas anticíclicas para reverter a queda do PIB, mas segue investindo errado o dinheiro do Bndes que era para infraestrutura e preza pelos custos de comunicação e obras eleitoreiras. Um governo de propaganda que está acabando com a economia de nosso estado. Vou propor uma audiência pública para debatermos esse resultado”, completou.

Também ouvido por O Estado, o deputado Wellington do Curso (PSDB) apontou a política de arrocho tributário como o principal vetor da recessão estadual.

“O cenário nacional já não era favorável, e, nessa conjuntura, em vez de fomentar o comércio e a produção industrial o que o governador Flávio Dino fez? Perseguiu empresários, arrochou os contribuintes com aumentos extorsivos de impostos. O resultado não poderia ser outro: comércio e indústria mais fracos. Não há economia que cresça dessa forma”, destacou.

Previsão

A divulgação do resultado oficial do IBGE acabou por confirmar previsão mais pessimista da Tendências Consultoria Integrada, divulgada ainda ano passado. De acordo com o estudo, a queda do PIB maranhense em 2016 seria de 6,9%. Já um relatório do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão do Governo do Estado, apontava “para decréscimo de no máximo 4,8% em 2016”.

O relatório do IBGE aponta, ainda, que o Maranhão segue com o menor PIB per capita do país: R$ 12.264,28. O instituto destaca que, ao longo da série histórica – iniciada em 2002 -, o estado sempre figurou nas últimas colocações nesse quesito, no máximo alternando posição com o Piauí.

“Ao longo da série, os dois estados alternaram posições, mas nunca subiram na classificação. O PIB per capita de ambos, no entanto, passou de 30% do nacional para 40% em 2016. O Piauí foi o estado em que o valor do PIB per capita mais cresceu dentre todos as unidades da federação, cerca de 5,3 vezes entre 2002 e 2016 (de R$ 2.440,70 para R$ 12.890,25)”, destacou o IBGE.

Agricultura e construção puxaram resultado negativo

Influenciaram na queda do PIB do Maranhão três atividades, de acordo com o IBGE: Agricultura, Comércio; e Construção. “A Agropecuária apresentou a maior variação negativa entre 2015 e 2016, em comparação aos demais setores: -29,3%. O setor participou com 8,0% do total do valor adicionado bruto do estado em 2016, contra 10,4% em 2015. Entre as atividades, Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a pós-colheita apresentou a maior queda (- 47,8%) em relação ano anterior, em virtude da severa estiagem que atingiu o Maranhão”, diz o estudo.
No setor de Indústria, apesar do bom desempenho das extrativas (18,0%) e eletricidade e gás – puxadas pela ampliação da atividade de extração de petróleo e gás natural no estado em 2016 -, houve variação negativa de 5,9% em relação a 2015.
“Indústrias de transformação e Construção apresentaram retração em volume de 7,4% e 12,4%, respectivamente […], afetadas diretamente pela conjuntura econômica nacional em 2016, devido ao cenário de retração da indústria metalúrgica, no primeiro caso, e à paralisação de investimentos governamentais em infraestrutura, no segundo”, completa o relatório, que aponta, ainda, o baixo desempenho do setor de Serviços
“Vale mencionar, porém, o desempenho positivo nos serviços de Educação e saúde privados (variação em volume de 10,3%), que amenizaram parcialmente os efeitos da retração em volume de outras atividades, como Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (-9,0%). A queda no segmento de comércio entre 2015 e 2016 justifica-se pelo agravamento dos fatores recessivos no âmbito nacional que, somados aos efeitos negativos da redução de empregos formais e da massa salarial, afetaram o consumo das famílias e impactaram negativamente esta atividade”.

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