Na informalidade

Aluguel de acessórios é a tentativa para driblar o desemprego

Em São Luís, O Estado encontrou diversos exemplos de serviços de locação ofertados em locais públicos e que servem como fonte de renda

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O país apresenta sinais de retomada no crescimento econômico nos últimos meses, de acordo com os especialistas e institutos de análise financeira. Apesar disso, ainda é considerável a parcela da população brasileira que está fora - por opção ou por exigência - do mercado de trabalho e, em consequência, da parcela de pessoas que apresenta renda fixa mensal e que usufrui de direitos considerados essenciais. Na onda da informalidade, O Estado encontrou exemplos de pessoas que, sem emprego fixo, decidiram oferecer serviços de aluguel dos mais diferentes gêneros em locais públicos de São Luís.

Alguns dos territórios dos donos de “alugueis” são a área de entretenimento e lazer conhecida como “Parquinho”, na Avenida Litorânea, além da praça em frente à Arena Domingos Leal, na Lagoa da Jansen, e no Espigão Costeiro. Tem de tudo, desde locação de animais a pula-pula e brinquedos em geral.

Na Litorânea, o frequentador encontra um senhor simpático conhecido como “Chico do Pônei”. O personagem é na verdade Francisco de Souza, de 63 anos. Ele ainda não tem tempo e contribuições para se aposentar e perdeu o emprego há alguns meses. Sem opção, uma parceria com o amigo o devolveu de maneira informal ao mercado. Ele oferece passeios de pônei a crianças pelo preço de R$ 10,00. “Foi uma forma que encontrei para simplesmente não ficar parado”, disse.

A rotina no espaço começa às 17h30 e termina, dependendo da clientela, às 22h. “Dá para faturar um pouco, mas assim, somente eu sustento a mim e minha esposa. Se tivesse uma família maior, que dependesse mais de mim, teria que arrumar outra coisa”, disse. O diferencial no serviço, além do animal, é a possibilidade de registrar o momento em fotografias. Iarla Manoela Oliveira, de apenas 7 anos, pediu para o pai dela, Manoel Macário, andar duas vezes no animal. “Eu gostei do passeio e o seu Chico é muito legal”, disse.

O Skate Motorizado
Para os jovens que curtem ações mais dinâmicas, um dos serviços de aluguel atualmente vistos na capital maranhense é o uso do hoverboard, o skate motorizado e que funciona com bateria com autonomia média de até seis horas. Na pracinha na Lagoa da Jansen, crianças e adolescentes curtem o acessório, que é acionado pelo simples movimento corporal. O aluguel, em média, varia por tempo de uso e tem custo mínimo estimado de R$ 20,00.

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Um dos que aluga o equipamento é Jean Carlos. Ele, que concluiu os estudos há alguns anos, mas não conseguiu se inserir no mercado formal de trabalho, buscou os investimentos no hoverboard para ganhar a vida. “Soube que essa novidade já estava em praças de outros estados. Aí, comecei a ler acerca da viabilidade do negócio, analisar valores e comecei a investir. Atualmente, considero um bom meio de vida”, disse.

Em média, cada equipamento custa - dependendo da marca e do incremento do acessório - entre R$ 600,00 e R$ 800,00. Em alguns sites de compra, há hovers de até R$ 1 mil. Na contramão dos hovers, há alugueis de triciclos, na Lagoa. Alguns deles são elétricos. “Meu filho adora vir aqui na Lagoa e toda a vez tenho de alugar um para ele andar”, disse a dona de casa Sônia Maria, que levou o filho, Henrique, para brincar com um triciclo.

De pula-pula a triciclos
Na área do “Parquinho” da Avenida Litorânea, a jovem Lívia Mendes ajuda a família no aluguel de triciclos. O negócio começou há alguns meses e com bons resultados. “Depois de uns meses, começamos a ter lucro e não paramos mais”, disse. Dentre os triciclos, estão os com formatos tradicionais e os personalizados, com enfeites de animais. Sem revelar valores, a jovem afirmou a O Estado que os custos de manutenção compensam financeiramente. “Dificilmente dão defeito, pois a gente cuida bem deles. Daí a gente não tem essa despesa”, disse.

O serviço agrada a clientela. A dona de casa Emanuelle Cristina trouxe o filho, Ryan, para um passeio no triciclo. “Eu costumo dizer que para uma criança se divertir, não precisa de muita coisa. Às vezes, uma bola é suficiente. Mas tem determinadas brincadeiras que a gente não fez quando criança e que quer que o seu filho ou filha faça. É o caso do triciclo motorizado”, disse.

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