Editorial

Arritmia cardíaca, doença silenciosa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Hoje é o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita. Uma data longe de comemorações e que nos remete a refletir sobre esse grave problema de saúde pública, caracterizado pelo ritmo de batimento rápido e irregular dos átrios do coração e que acomete 2,5% da população mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas.

A estimativa da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) é que de 5 a 10% dos brasileiros terão fibrilação atrial, tipo de arritmia que é a segunda maior causa de mortes em todo o mundo e a principal (e pior) consequência do aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame.

Essa arritmia cardíaca está cada vez mais associada com o avanço da idade, acometendo, sobretudo, a população na faixa dos 75 a 80 anos de idade. Trata-se de uma doença silenciosa, causada por falhas nos estímulos elétricos que provocam alteração no ritmo das batidas do coração. Não por acaso a cada dois minutos uma pessoa é vítima de morte súbita no Brasil.

A morte súbita é a pior consequência das arritmias e é responsável por mais de 300 mil óbitos por ano no Brasil, que ocorre em pessoas de qualquer idade, mesmo aparentemente saudáveis. Menos de 50% dos pacientes com morte súbita têm sintomas prévios. Devido a essa velocidade na ocorrência e sua imprevisibilidade, conseguir identificar rapidamente os casos é essencial para aumentar a chance de sucesso no atendimento. Cada minuto sem socorro diminui em 7% a 10% a chance de sobrevivência.

Em condições normais, o coração bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Em pessoas que se exercitam rotineiramente ou que recebem medicamentos para diminuir o ritmo cardíaco, a frequência pode cair para 55 batimentos por minuto. A frequência cardíaca rápida (mais de 100 batimentos por minuto) é chamada de taquicardia, enquanto a frequência lenta é denominada de bradicardia.

Entre as causas para a arritmia cardíaca estão anemia, ansiedade, estresse e medo, uso de medicamentos para emagrecer, febre, ventilação excessiva, baixos níveis de oxigênio no sangue, tireóide excessivamente ativa e doença de válvulas cardíacas, incluindo o prolapso da válvula atrioventricular esquerda.

São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de arritmia cardíaca o uso excessivo de cafeína, cocaína e nicotina, além de alguns medicamentos, incluindo aqueles para tratamento de doença da tireoide, asma, pressão arterial alta ou problemas cardíacos.

Os sintomas mais comuns das arritmias são palpitações ou “batedeiras”, desmaios, tonteiras, confusão mental, fraqueza, pressão baixa e do no peito. No entanto, algumas arritmias cardíacas são assintomáticas, ou seja, não provocam nenhum dos sintomas descritos. Nesses casos, podem desencadear uma parada cardíaca e levar à morte súbita - instantânea, inesperada, repentina e não acidental.

Por isso a informação é fundamental para que a população conheça a arritmia cardíaca. E é nesse sentido que a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas realiza hoje, em todo o país, a 8ª Edição da campanha nacional “Coração na batida certa”, que visa conscientizar a população leiga e multiprofissional a respeito das medidas preventivas, diagnóstico e tratamentos das arritmias cardíacas.

Então, como bem diz o slogan da campanha, “Não deixe seu coração sair do ritmo”, previna-se. Esse é o melhor remédio.

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