Violência

Civis já são 90% das vítimas em conflitos no mundo, diz ONG

Iêmen, Síria, Iraque, Ucrânia: hoje, 90% das vítimas de guerra são civis. O número não passava de 40% durante a Primeira Guerra mundial segundo a ONG Handicap Internacional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Deputados franceses seguram fotos de vítimas civis de bombardeios aéreos, em Paris
Deputados franceses seguram fotos de vítimas civis de bombardeios aéreos, em Paris (AP)

FRANÇA - Iêmen, Síria, Iraque, Ucrânia: hoje, 90% das vítimas de guerra são civis. O número não passava de 40% durante a Primeira Guerra mundial segundo a ONG Handicap Internacional. Aproveitando o Fórum sobre a paz que acontece simultaneamente com as comemorações do Centenário da I Guerra Mundial (1914-1918), a organização, apoiada por 90 deputados, chama a atenção do presidente francês Emmanuel Macron.

A França faz parte da coalizão internacional que bombardeia zonas povoadas controladas pelo grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Na quarta-feira,7, deputados se reuniram na frente da Assembleia Nacional em Paris para pedir que o governo emita uma posição concreta sobre o assunto.

“Hoje, queremos de fato, transmitir uma mensagem aos chefes de Estado e de governo que discursarão durante o Fórum sobre a paz para lhes dizer que atualmente, o barulho das armas não pode ser mais a única solução nos conflitos atuais”, afirmou Baptiste Chapuis, membro da ONG Handicap Internacional, encarregado da pasta sobre o assunto. “Como membro permanente do conselho de segurança da ONU, a França tem um papel crucial sobre o tema”, completou Chapuis.

Parlamentares franceses

“É importante que nós, parlamentares, sensibilizemos o governo francês para que nosso país se junte ao movimento conduzido hoje por uma dúzia de países no mundo, para que haja uma declaração política internacional contra esse tipo de bombardeio em áreas civis. Com 90% de civis alvejados, já não se pode mais falar em ‘danos colaterais’ neste caso”, disse o deputado Hubert Julien-Laferrière.

Sem conseguir atingir alvos de forma precisa, os bombardeios matam e mutilam sem distinguir combatentes e civis. Algumas bombas que não explodem acabam embaixo de escombros e se tornam mais um perigo para a população. “Será necessário décadas, provavelmente 30 a 50 anos para descontaminar o território sírio e iraquiano”, afirmou Chapuis.

Só no Iêmen

Em Mossul, segunda maior cidade do Iraque, mais de 2 mil bombardeios aéreos aconteceram entre outubro de 2016 e setembro de 2017. Mais de 3 mil civis foram mortos nestas ações realizadas pelo exército iraquiano e a coalizão internacional, segundo uma investigação da Associated Press divulgada no fim de 2017.

No Iêmen, mais de 16 mil bombardeios alvejaram o país desde 2015, deixando outras milhares de vítimas inocentes nas zonas povoadas. Desde o começo do conflito, 5 mil crianças perderam a vida.

Segundo a Handicap Internacional, 500 mil franceses já assinaram uma petição lançada pela organização contra esse tipo de ação militar.

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