Condenação

Condenados por mortes no Campo de Perizes vão recorrer

Réus desse crime foram condenados a mais de 40 anos de cadeia; morte de crianças ocorreu no mês de agosto do ano passado, na zona rural de Bacabeira

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Os acusados durante o julgamento
Os acusados durante o julgamento (JULGAMENTO ROSÁRIO Campo de Perizes)

SÃO LUÍS - Os advogados de defesa de Antônio Coelho Machado, Josean Serra Rego e Cléferson de Jesus Machado Vilaça afirmaram que até a próxima semana vão recorrer da sentença do julgamento ocorrido na última quinta-feira, no fórum da cidade de Rosário. Os réus foram condenados pelo Júri Popular a mais de 40 anos de cadeia pelos assassinatos de Roberto da Luz dos Santos, de 11 anos; e Erisvan da Silva Costa, de 12 anos, como também por uma dupla tentativa de homicídio, ocorrido no dia 1º de agosto do ano passado, em Campo de Perizes, no município de Bacabeira.

Somente Antônio Coelho, que de acordo com a polícia, foi o mentor desse ato bárbaro foi condenado a 43 anos de prisão em regime fechado; Josean Serra, 47 anos; e Cléferson Machado teve uma pena de 44 anos de prisão. Eles estão presos desde o ano passado na Unidade Prisional de Rosário.

Jamilson Mubarak, que é advogado de Josean Rego, declarou que no decorrer dos próximos dias vai impetrar com uma apelação no Poder Judiciário para recorrer dessa sentença e solicitar um novo júri. “Devemos alguns dias apresentar um recurso de apelação e dessa vez obedecendo os parâmetros da legalidade de não ser contra as provas dos autos”, explicou o advogado.

Julgamento

O julgamento dos réus foi presidido pela juíza da 1ª Vara de Rosário, Karine Lopes, e a promotora de Justiça Maria Cristina Lobato como representante do Ministério Público. A sessão durou mais de 12 horas e no decorrer desse tempo foram ouvidos seis testemunhas como ainda os três acusados.

Entre as testemunhas estava uma das vítimas, o adolescente Euler Costa. Ele foi alvejado na boca como também foi golpeado pelo corpo pelos criminosos.

Euller Costa declarou para a magistrada que estava em companhia das outras vítimas indo pescar em um açude, localizado em Campos de Perizes, quando foram abordados por cinco homens armados de facão, revólver e espingarda. O outro sobrevivente dessa chacina, Romário Viegas, que na época com 18 anos, não compareceu ao julgamento. Ele foi baleado na perna como ainda golpeado de faca.

A outra testemunha foi o pai de Euller Costa, identificado como Raimundo Costa. Ele declarou que até o momento sofre a perda de Erisvan Costa e deseja que a justiça seja feita. “Quero justiça e ainda sofro pela ausência do meu filho”, desabafou.

Interrogatório

Um dos primeiros a responder as perguntas da magistrada foi o réu Antônio Machado. No decorrer do interrogatório, ele afirmou que assassinou as duas crianças após aplicar golpes de faca no pescoço como também escondeu os corpos em uma área de mangue, localizado em Campos de Perizes. Logo após, a juíza ouviu os outros acusados.

Também foi aberto para o debate entre os advogados de defesa e a promotora Maria Cristina Lobato. Em seguida, o júri acabou acolhendo a tese da acusação de fazer justiça sem um julgamento pode acarretar consequências graves.

Denúncia

Segundo a denúncia do Ministério Público, os assassinatos ocorreram no mês de agosto do ano passado, na zona rual de Bacabeira. As vítimas, que moravam no bairro da Vila Samara, em São Luís, e diariamente se deslocavam para o Campo de Perizez para caçarem ou pescarem. Os acusados ainda atentaram contra a vida de um adolescente de 16 anos e um outro jovem. Os dois ficaram gravemente feridos, mas, conseguiram sobreviver. Eles fingiram que estavam mortos e conseguiram escapar.

No entanto, os dois meninos foram levados para uma área de mangue onde foram torturados e obrigados a abrirem a própria cova. As duas crianças foram assassinadas a golpes de faca e facão, em seguida, enterrados em covas rasas. Os acusados alegam que cometeram os crimes, porque confundiram as vítimas com ladrões de porcos, que vinham agindo naquela região.

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