Editorial

Drogas e ação social

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Na última quarta-feira, 7, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) fez uma visita à Cracolândia, na Luz, na região central da capital paulista. A ação faz parte da agenda da CIDH no Brasil, iniciada na última segunda-feira (5), que prevê uma série de encontros em diversas partes do país. Um relatório preliminar sobre a missão no Brasil deve ser divulgado em 12 deste mês. No local, foram vistas imagens de degradação e a vice-presidente da CIDH, Esmeralda Arosemena, disse que as pessoas da área vivem em uma situação de completa falta de segurança e garantia de direitos.

A situação da Cracolândia, da Luz, em São Paulo, é revivida em diversas outras capitais, onde a presença do crack já dizimou famílias, levou trabalhadores para a rua e tirou jovens da escola e do seio familiar.

Em São Luís, há vários pontos onde a presença de dependentes químicos é massiva. Inicialmente, eles se aglomeravam no bairro João Paulo, em via localizada ao lado da feira. No local ainda há muitos usuários, sobretudo de crack, fazendo uso da droga diuturnamente, se alimentando dos restos dos produtos do mercado e muitas vezes, abordando pessoas, em busca de trocados, para manter o vício.

Depois de várias ações policiais na região, houve uma migração dos grupos e eles terminaram se espalhando por vários outros pontos da cidade. Hoje, São Luís tem várias pequenas cracolândias.

Há grupos, sobretudo, no Centro e em bairros populosos, como Cohab e Cidade Operária. Eles se amontoam em praças e afastam os frequentadores, pela insistência em pedir dinheiro para suprir o vício, ou até por pequenos delitos que por vezes cometem, no mesmo intuito.

Em uma luta para tentar reduzir e até acabar com as cracolândias na capital, O Centro de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS AD) em parceria com a Secretaria de Assistência Social do Município (Sencas), por meio do programa Busca Ativa, e a Polícia Civil, vem realizando ações sociais nos locais onde estas pessoas se aglomeram.

Além de oferecerem atendimento médico e psicológico, as ações servem para tentar resgatá-los do vício. Há conversas e orientações, para que realizem, espontaneamente, tratamento no CAPS AD. Embora apenas uma pequena parcela dos membros dos grupos aceitem esta possibilidade, a cada atividade. Após 15 edições, as ações já conseguiram garantir que muitos usuários de drogas deixassem o crack e retornassem à família, se recuperassem, qualificassem e conseguissem voltar ao mercado de trabalho. É um trabalho lento, mas incansável, que tem prosseguimento.

Ainda há muitos usuários de drogas espalhados na capital, mas também há esperança a caminho.

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