Insegurança em dependências de ensino

Um dia após assalto, clima é de medo no Lara Ribas

Escola da rede estadual que foi alvo de bandidos na tarde de segunda-feira (5) teve a segurança reforçada; ninguém da direção quis comentar o caso

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Viatura da Ronda Escolar permanecia na frente do CE Lara Ribas, no Santo Antônio, no dia de ontem
Viatura da Ronda Escolar permanecia na frente do CE Lara Ribas, no Santo Antônio, no dia de ontem (Lara Ribas)

Pouco mais de 24 horas após um arrastão, o clima ainda era de medo na parte interna do Centro de Ensino Lara Ribas, escola pública vinculada à rede estadual de ensino e fixada no bairro Santo Antônio, em São Luís. Ontem, durante todo o dia, policiais da Ronda Escolar permaneceram na entrada do prédio para impedir novas ações criminosas. Questionada sobre as soluções para evitar futuros casos, até o fechamento desta edição, a Secretaria de Estado da Educação não se pronunciou. Ninguém da direção da unidade quis comentar o assunto. Este foi o terceiro caso recente registrado de ação de violência em escolas do governo no estado. Outros dois aconteceram em Timon, em maio deste ano, e em Codó, em setembro do ano passado.

Na segunda-feira (5), de acordo com a polícia, pelo menos cinco homens não identificados entraram na escola, renderam o vigilante e levaram diversos pertences de funcionários e alunos. O Estado esteve na escola por volta das 15h de ontem (6) e permaneceu por alguns minutos nas instalações do prédio. Sem razão, funcionários da escola apenas informaram que não poderiam dar parecer sobre o caso e retiraram O Estado das dependências. Do lado de fora, uma viatura da Ronda Escolar permanecia parada na entrada.

Do lado de dentro, alunos do ensino fundamental tentavam manter a rotina de atividades. O sentimento de grande parte dos estudantes era de medo e, ao mesmo tempo, de surpresa. “Eu pensei que fosse uma brincadeira. Quando vi uma colega chorando, passei a acreditar no que estava acontecendo”, disse um estudante do ensino fundamental do CE Lara Ribas, que preferiu não se identificar.

Ele contou ainda que, em pouco mais de seis anos na unidade, nunca havia passado por tal situação. “Nem de longe, é uma escola que, até então, considerava segura e acima de qualquer coisa”, disse. À TV Mirante, o professor Robson Silva – do CE Lara Ribas – disse que passou por momentos de medo e que era difícil voltar à rotina após o acontecido. “É difícil simplesmente esquecer tudo”, afirmou. Ele também foi ameaçado pelos assaltantes. “Não somente eu como meus alunos passamos por uma situação que eu não esperava”, afirmou.

Câmeras
Na segunda-feira (5), no mesmo dia do arrastão, o Governo do Estado do Maranhão usou seus veículos de comunicação oficiais para informar acerca da instalação de um sistema de segurança como monitoramento “por meio de câmeras”. A medida foi publicada em portaria e assinada pelo titular da pasta, Felipe Camarão. Apesar do anúncio, nenhuma câmera até ontem (6) havia sido fixada no CE Lara Ribas. Funcionários da unidade, questionados, não disseram quando seriam colocados os equipamentos.

De acordo com o documento da Secretaria de Educação (Seduc), “é amplamente provado que o monitoramento por câmeras de vídeo é uma ferramenta de suma importância, eficaz e aliada no combate à violência e criminalidade, que tem frequentemente atingido as escolas estaduais, incluindo vandalismo”. Ainda segundo a portaria do Governo, as câmeras não serão instaladas em banheiros, vestuários e locais “de reserva da privacidade individual”. Também não serão monitoradas dependências administrativas, como salas de aula, salas de professores, secretárias e outros ambientes “considerados de uso restrito”.

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