COLUNA

Insatisfação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Os vereadores de São Luís estão intensificando ações contra a falta de diálogo - como os parlamentares costumam classificar o distanciamento de Edivaldo Júnior (PDT) com a Câmara Municipal da capital - e já aprovaram medidas que podem comprometer os próximos dois anos do governo do pedetista em São Luís. Além do orçamento impositivo, já entrou em pauta e gerou polêmica a convocação de secretários e também o pagamento da emenda de bancada.
Apesar de parecer novidade, as decisões aparentemente contra o Poder Executivo não datam das eleições de 2016. Pelo contrário, as promessas feitas em 2012 foram refeitas em 2016 e a maioria dos vereadores da capital acreditou e trabalhou de forma contínua na campanha eleitoral de segundo turno de Edivaldo contra Eduardo Braide (PMN).
Acontece que vereadores dizem que Edivaldo esqueceu os compromissos e não vem abrindo portas para qualquer membro do Legislativo municipal.
O que os vereadores estão aprovando e cobrando tem relação com as promessas de 2012 e 2016 não cumpridas por Edivaldo. As desculpas eram sempre as mesmas: período eleitoral, campanha, crise financeira nacional, Flávio Dino sem liberar verba.
Com um quadro financeiro comprometido e sem qualquer meio de canal com a Câmara Municipal, Edivaldo Júnior vem perdendo credibilidade com os representantes da população de São Luís.
Resultado é emenda impositiva sendo aprovada, emenda de bancada já pronta para ser votada e aprovada e também convocação de secretários municipais que agora começa a sair da gaveta. Um exemplo é a chamada de Antônio Araújo, da Secretaria Municipal de Obras, para prestar depoimento e não o fez. O autor da proposta, Cézar Bombeiro (PSD), foi em busca da Justiça para garantir a ida do gestor ao Legislativo municipal.
Resta saber agora, qual será a postura de Edivaldo Júnior diante de tantas atitudes hostis da Câmara Municipal. Os vereadores parecem realmente descontentes com o prefeito e indispostos a esperar qualquer movimento do pedetista ou seus representantes.

Emenda
A emenda de bancada que está prestes a ser aprovada na Câmara Municipal deverá ser de R$ 21 milhões, que servirão para a reforma de feiras na cidade.
Os vereadores, que em numerosos requerimentos, solicitaram reformas de feiras, não pretendem mais esperar respostas que nunca vieram da Prefeitura.
Pela proposta, os R$ 21 milhões em emenda de bancada servirão para reforma 21 feiras nos principais bairros da capital.

Orçamento impositivo
Antes dessa emenda de bancada, os vereadores aprovaram o orçamento impositivo que obriga Edivaldo Júnior a pagar emendas parlamentares aos 31 vereadores.
O impacto dessa medida, deverá ser de quase R$ 32 milhões, já que os vereadores, pela legislação, têm direito a pouco mais de R$ 1 milhão em emendas.
Como Edivaldo não vinha cumprindo o acordo de liberar a verba, os vereadores cansaram de tentar negociar e partiram para a votação de um projeto que vinha tramitando há quase dois anos.

Sem base
O pior de tudo é que o prefeito Edivaldo não pode contar com sua base na Câmara Municipal para barrar aprovação de novas medidas ruins para ele.
É que o prefeito não tem uma unidade boa na Casa e seus nomes principais, como Raimundo Penha, Pavão Filho e Osmar Filho - todos do PDT -, não conseguem agregar vereadores à base do gestor.
Até tentaram, se colocando como interlocutores, em 2016, para garantir no segundo turno o apoio da maior parte dos vereadores à reeleição de Edivaldo, que depois disso deixou de cumprir acordos.

Referência
O deputado federal eleito, pastor Gildenemir (PMN), mantém sua agenda em Brasília na busca por uma novo partido.
Como o PMN não alcançou as metas estabelecidas nas cláusulas de desempenho, o mais provável é que o deputado eleito deixe a legenda.
Entre as possibilidades, o PSL é uma opção. Gildenemyr tem encontro hoje com o presidente da legenda, Luciano Bivar, que a partir de 2019, será seu colega de parlamento.

Continência
E a publicação de Jair Bolsonaro veio após participar da solenidade alusiva aos 30 anos da Constituição de 1988.
No Senado, com a presença de grandes nomes da Política como o próprio presidente da República, Michel Temer, Bolsonaro “prestou continência” a José Sarney.
A manifestação do presidente eleito deverá levar a postagens do governador Flávio Dino, que não deve ter gostado nada do gesto de Bolsonaro.

Cortes
Mesmo tendo investido somente cerca de 14% do orçamento na Saúde, o governo de Flávio Dino não poupou cortes em verbas na área.
Somente a Educação (investimentos de 16% do orçamento em 2018) teve mais dinheiro que a Saúde. E nessa área, cortes também deverão ser feitos.
Outras áreas, como Segurança Pública (12%), Transporte (2,8%) e Cultura (0,67%), também terão de cortar gastos para manter as contas do governo comunista funcionando minimamente.

DE OLHO
R$ 1,4 bilhão foi o valor gasto na saúde em 2018. Enquanto isso, de encargos financeiros o governo já pagou R$ 2,7 bilhões, quase o dobro.

E MAIS

• Com a ordem de cortar despesas, muitos aliados de Flávio Dino já não se entusiasmam em garantir um espaço no primeiro escalão do governo comunista.

• Um dos únicos que ainda se entusiasma com uma eventual espaço no governo é o líder de Dino na Assembleia, Rogério Cafeteira (DEM), que aceitará qualquer cargo para não sumir politicamente.

• O deputado Sarney Filho (PV) comemora a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de não fundir o Ministério do Meio Ambiente com da Agricultura.

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