Italiano

Bolsonaro quer extraditar Battisti ''imediatamente''

Presidente eleito se reuniu ontem com o embaixador da Itália, Antonio Bernardini. PGR já pediu ao Supremo para priorizar o julgamento sobre a extradição do ex-ativista

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

RIO - O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou ontem que fará "tudo o que for legal" para extraditar Cesare Battisti para a Itália "imediatamente".

Ex-ativista, Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália em 1993, sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos no país nos anos 1970. Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou o pedido de extradição apresentado pela Itália. O governo do país europeu já pediu novamente a extradição.

"Ele [ex-presidente Lula] decidiu, no apagar das luzes, dar status de refugiado a um terrorista italiano chamado Cesare Battisti. O que disse [no encontro com o embaixador da Itália] é que tudo o que for legal da minha parte nós faremos para devolver este terrorista para a Itália", afirmou Bolsonaro nesta segunda.

Questionado, então, se Battisti deve ser extraditado, respondeu: "Voltará para a Itália, sim, imediatamente. Volta para lá. Vai depender do Supremo Tribunal Federal esta decisão".

Bolsonaro deu as declarações ao conceder entrevista à TV Band. Ele comentou o encontro que teve mais cedo, ontem, com o embaixador da Itália no Brasil, Antonio Bernardini.

Também ontem a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao STF que dê preferência ao julgamento da ação em que decidirá se Battisti deve ser extraditado para a Itália.

Na opinião do presidente eleito, "seria bom" para o Brasil Cesare Battisti ser extraditado porque ele é um "bandido" e "criminoso".

Extradição

No último dia de governo, em 2010, o então presidente Lula negou a extradição de Battisti. A Itália, então, voltou a pedir para o governo brasileiro rever o caso. No entanto, o governo do presidente Michel Temer já afirmou que o assunto não tem sido tratado.

Em setembro de 2017, os advogados de Battisti entraram com um pedido no STF para impedir a possibilidade de o governo decidir extraditá-lo.

Cesare Battisti era membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC). Ele nega envolvimento nos homicídios e se diz vítima de perseguição política.

Críticas

Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado sobre críticas de assessores de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, à política econômica pensada pelo presidente eleito.

"O assessor do Paulo Guedes não tem que criticar nada. Se criticar a decisão que eu tomei, quem criticar qualquer um de nós, publicamente, corto a cabeça", disse Bolsonaro.

"O Brasil está com um problema seríssimo econômicos. Não pode um assessor do Paulo Guedes que ele confia, não interessa quem seja, fazer críticas. Tem que procurar o Paulo Guedes, conversar com ele e buscar uma solução. Quem critica é oposição. Quem quer ser oposição tem que estar fora do meu governo. É muito simples. Não interessa quem seja", acrescentou o presidente eleito.

Outros temas

Saiba abaixo outros temas abordados pelo presidente eleito na entrevista:

Segurança nas fronteiras: "Quando você entra em confronto com gente armada, de fuzil ou não, com toda certeza vai haver mortes. E não podemos, após haver mortes, simplesmente você colocar o jovem soldado com 21 anos ou o coronel com 45 de idade no banco dos réus. Você não pode fazer isso. Tem que dar carta branca para ele se defender em havendo confronto, dar garantia de que ele não vai ser processado. Se nós conseguirmos no parlamento, nós conseguiremos, sim, inibir a entrada de armas, munições e drogas pela fronteira".
Encontro com Temer: "Vai ser um encontro protocolar, uma visita. Pouca coisa vai ser discutida com ele. O mais importante é que ele está colaborando com a equipe de transição com números, afinal de contas, o Brasil continua. Alguma coisa que porventura a gente possa fazer agora nós pediremos ao presidente Michel Temer. Seja evitando pautas-bomba, vetando algum ou outro dispositivo, fazendo com o que o Brasil continue andando".
Relação com a Venezuela: "Lá atrás, se o governo Lula fosse democrático, tinha tomado medidsa contra a Venezuela de modo que o Chávez e o Maduro não levassem o país a esta situação que se encontra, numa ditadura em que as pessoas fogem da fome. [...] Os miseráveis, mais pobres, estão vindo para o Brasil e ninguém pode tratar com irresponsabilidade. Tem que ter solução imediata. Pela cláusula democrática, a Venezuela não deveria estar mais no Mercosul.

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