COLUNA SOCIAL

Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
REUNIDOS no jantar do Alameda Trinta, sábado, Osmir e Graça Sampaio, César e Thatiana Bandeira, José Aparecido e Cida Valadão
REUNIDOS no jantar do Alameda Trinta, sábado, Osmir e Graça Sampaio, César e Thatiana Bandeira, José Aparecido e Cida Valadão

Lua de mel
Reza a tradição política que a lua de mel do governante com o poder é aquela fase entre a eleição e a posse. Tudo esperança, queixa quase zero, só afagos de pessoas e partidos atrás de cargos.
A de Jair Bolsonaro foge um pouco da regra. Primeiro, ao cogitar a fusão do Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura, algo como acasalar galinha e raposa. E agora com o convite, já aceito, a Sérgio Moro para virar o caçador de corruptos geral da República.
Bolsonaro se elegeu com esse discurso, o do combate à corrupção, e óbvio que quando ele chama e Moro topa, corresponde às expectativas do seu eleitorado. Não é à toa que Moro andou recebendo palmas no avião depois de ter dito sim.
Mas também vitamina a outra banda, a do PT, com o discurso de que Moro prendeu Lula por decisão política. Do ponto de vista petista, já havia a convicção de que, ao abrir a delação de Antonio Pallocci, desancando Lula, a 15 dias da eleição, no momento em que Fernando Haddad subia nas pesquisas,
Moro agora carimba o passaporte de inimigo petista número um.

Ironia
Convém ressalvar que na campanha, como agora, o discurso contra a corrupção foi avassalador (ironia, o mesmo discurso que o PT tinha quando ainda era esperança). E fogo só pega em palha seca.
Há, de fato, um anseio coletivo de banir tanta corrupção impune. E que Moro dê certo.

Cláusula de barreira
Os impactos da cláusula de barreira aplicada nas eleições deste ano passarão por fortalecimento de bancadas, fusões e resistência.
O PSL, legenda de Jair Bolsonaro, aposta no crescimento de seu partido no Congresso.
Siglas menores deverão se fundir para ocupar o caminho do centro, sem a obrigação de marchar com a base governista ou se aliar à oposição.
Já o PCdoB, o mais antigo entre os partidos asfixiados pela nova regra, ainda aguarda decisão judicial que poderá reverter o quadro.
Caso isso não ocorra, deverá seguir atuando, mesmo sem direito a recursos do fundo partidário e à propaganda na TV.
Pelo menos três deputados eleitos confirmaram sondagens do PSL: dois do Maranhão – Eduardo Braide (PMN) e Pastor Gildenemyr (PMN) e um de Pernambuco, Fernando Rodolfo (PHS).

Autocritica
Acabou a eleição e o partido que chegou ao poder no começo do século com a promessa de ética na política ainda não fez a única coisa que deveria fazer: uma autocrítica.
Em vez disso, uniu o que sobrou das suas forças para iniciar uma oposição feroz contra o governo que sequer assumiu.Enquanto não assumir seus próprios erros, o PT não poderá ser levado a sério.
Há petistas honestos, muitos. Mas, institucionalmente, o partido apodreceu. Esperava-se deles uma reflexão séria sobre os descaminhos de um partido que trocou um projeto de país por um projeto de poder.
Há, no entanto, um silêncio gigantesco e constrangedor.

Palmas
Foi publicado ontem no JB que a assistente de direção de Silvio Tendler no seriado “Há muitas noites no exílio”, sobre o avô, o poeta maranhense Ferreira Gullar, Juliana Aragão Ferreira concluiu o roteiro do documentário que vai fazer sobre sua avó, Teresa Aragão.
A homenageada foi casada com Gullar até a morte dela, por parada cardíaca em 1992. Teresa Aragão começou a carreira de atriz, ainda militante estudantil, quando participou da criação dos Centros Populares de Cultura (CPC) da UNE. Em 1962, ajudou a fundar o Grupo Opinião e, nos anos 1970, esteve à frente do Projeto Seis e Meia da Funarte.
Teresa lutou contra a ditadura militar, segurou a barra da família quando Ferreira Gullar foi para o exílio, em Buenos Aires.

A Casa de Aretha
A quem interessar possa: a casa da Rainha do Soul com voz apaixonante foi posta à venda no fim de semana, por 800 mil dólares.
Em tijolo colonial, ela fica em Bloomfield Township, Michigan, e tem cinco quartos, sete banheiros, com acesso à piscina e às quadras de tênis do condomínio fechado.
Há também garagem para três carros e uma sauna. Aretha Franklin morou na sua mansão até julho, morrendo em agosto, de um câncer no pâncreas.

Jeitinho brasileiro
Com a quantidade cada vez maior de brasileiros em Portugal, o país-irmão vai, pouco a pouco, ganhando um “jeitinho brasileiro”.
Agora, em Lisboa, abrem-se vários botequins típicos cariocas, que já estão virando mania. O mais badalado é o Bar da Drica.
Em Sintra, o tradicional Lawrence’s Hotel mudou para mãos brasileiras, do industrial Ricardo Haddad, ex-proprietário da Fábrica Bangu, de tecidos, e presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Rio de Janeiro.
Inaugurado em 1764, é o hotel mais antigo de toda a Península Ibérica. O estabelecimento é mencionado no romance Os Maias, de Eça de Queirós.
Foi hospedado lá que, em 1809, Lord Byron começou a escrever sua famosa obra A Peregrinação de Childe Harold.

Brilho de duas estrelas
Esta semana tem a marca de duas lendas da sociedade maranhense: Edna Abreu Itapary, que mudou de idade ontem, e Lenita Lago Bello, que é a aniversariante de hoje. Elas brilharam intensamente na segunda metade do século XX como mulheres jovens, bonitas, elegantes e com uma luz especial. Há mais de ano, para tristeza dos amigos, entre os quais me incluo, Edna saiu de cena, nocauteada por uma enfermidade que a afastou da vida social. Lenita, por outro lado, continua em pleno romance com o passar do tempo e circula cada vez mais jovial e mais bela.

TRIVIAL VARIADO
No governo federal e na maioria dos estados, persiste a ineficiência dos gastos públicos. Há pouco controle, o que permite o lançamento de bilhões de reais no ralo, todos os anos.

O ministro Sérgio Moro terá 16 bilhões de reais no orçamento de 2019 para administrar o Ministério da Justiça, da Segurança Pública e da Transparência. Está com crédito para pedir mais.

Por falta de informação, a ação popular, ferramenta para manutenção e defesa de direitos, instituída pela Constituição Federal de 1988, é pouco utilizada.

De Norte a Sul do país, começa o pagamento do festival de ofertas das agendas de campanhas eleitorais. Muitos vão se decepcionar, quando futuros governantes disserem que o cobertor é curto para cobrir grandes expectativas.

Se os orçamentos públicos se tornarem abertos, os contribuintes de impostos conhecerão as bolhas de privilégios e a coluna dos desperdícios. Inclui corrupção, além da ineficiência consumada por compras desnecessárias e inadequadas.

O presidente Donald Trump será avaliado pelos norte-americanos que voltarão às urnas, nesta terça-feira, para as eleições legislativas. Das 100 cadeiras no Senado, 51 estão com os governistas e 49 com a oposição.

Tem mais: na Câmara dos Deputados, as 435 vagas entrarão em disputa. Os adversários da Casa Branca têm 200. O resultado indicará tendência da corrida presidencial de 2020.

Depois de Dilma e Cristina Kirchner, Jair Bolsonaro e Sebastián Piñera, presidente do Chile, prometem formar a nova dobradinha na América do Sul.

Todo cuidado é pouco: não bastassem os ataques no Facebook e no WhatsApp, cresce o número de perfis falsos em redes profissionais como o LinkedIn.

No quesito serenidade, os futuros ministros da Defesa, Augusto Heleno, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, passaram com louvor nas primeiras entrevistas.

Os governos federal e estaduais terão a chance de inovar se derem transparência aos orçamentos que executam. Permitirá aos que abastecem os cofres públicos identificar a inércia e o desperdício. É um direito a ser obtido sem demora.

Onde vai terminar? É a pergunta. A violência nas escolas não se resume a socos, pontapés e agressões verbais. Inclui-se também o descaso familiar com uma geração que, em breve, tomará conta do país.

O governador eleito Ibaneis Rocha quer que o Distrito Federal ganhe a condição de zona de livre comércio. Já existe em parte e se denomina livre comércio da influência.

Conselho de políticos experientes sobre a época de transição de governo: é melhor ser rei do silêncio do que escravo das palavras.

DE RELANCE

O País em surto
Está certíssimo o cronista gaúcho Tulio Milman: “O Brasil está em surto. Não é uma opinião. É um fato. Mesmo gente inteligente e estruturada intelectualmente parece ter sido tomada por uma espécie de maldição”. A impressão que se tem é de que voltamos ao jardim da infância: “É meu”, “tu és bobo”, “eu quero”. No futuro, surgirão análises rebuscadas para tentar explicar esse fenômeno de loucura coletiva. Hoje, a maioria sequer se dá conta do nível de regressão emocional e cognitiva do país.

Inventário do passado
Não é de hoje que tensões e ódios vêm se acumulando. Olhando em retrospectiva, identifica-se um dos motivos. Falta um acerto de contas, um inventário do passado nem tão distante. A ferida não fechou. Hoje, esquerda e direita - conceitos já ultrapassados em boa parte do mundo - repetem os clichês dos anos 1960, a década que não terminou. “Milico ditador” e “vermelho esquerdista” ressurgem como expressões novas. Estavam apenas hibernando. Precisamos superar 1964.

Não ao radicalismo
Aliás, superar não é esquecer. Justamente o contrário. Superar é abrir documentos e sentir as dores represadas. É sentar e conversar como adultos. Adultos tristes, adultos com raiva, mas adultos. Os primeiros movimentos do governo e da oposição apontam na direção oposta. O Brasil virou um barril de pólvora. Ninguém ouve ninguém, mas todo mundo grita. O pouco espaço de razão é confundido com covardia. É preciso atacar, sim, aquele que consideramos o nosso maior inimigo hoje: o radicalismo, que tão bem identificamos no outro, mas que não percebemos em nós mesmos.

Modelo de governo
A capacidade de liderança do presidente eleito Jair Bolsonaro será colocada à prova pelo modelo de governo que ele mesmo escolheu. As definições da primeira semana pós-eleição indicam que este será um governo de superministérios e megaministros, cada um ostentando uma ilha de ego e poder. O desafio será implementar a unidade. Bolsonaro também demonstra estar disposto a fazer um governo de notáveis, até em resposta àqueles que o acusavam de falta de preparo. E como prometido na campanha, até agora não houve indicação de partidos políticos.

Pesos e medidas
A ausência de influência de partidos políticos é, em princípio, uma grande vantagem, mas também pode ser um grande problema. Sem acordo com o Congresso, e muito bem costurado, nada sai do papel. O presidente Michel Temer sabe bem disso. Depois de queimar apoio enterrando duas denúncias, perdeu o fôlego para levar adiante as mudanças no sistema previdenciário.

Dedo no gatilho
Um estudo da Academia Americana de Pediatria apresentado neste mês aponta que o número de mortes de crianças pelo uso de armas de fogo é duas vezes maior em Estados com legislação mais flexível do que em Estados em que o porte de arma é mais restritivo. A pesquisa desenvolvida por médicos de diferentes regiões do país cruzou informações de admissões hospitalares com o índice Brady, que avalia o rigor da lei de armas por região do país. Em média, 2,7 mil crianças são mortas por ano por arma de fogo nos Estados Unidos. Cerca de 62,1% dos casos são de homicídios e 31,4% de suicídios - muitas vezes, involuntários.

Rock In Rio
O Rock in Rio já começou a anunciar as atrações para sua edição de 2019, e nomes como Iron Maiden, Pink e Muse (foto) já estão confirmados para tocar nos palcos cariocas. Pois o festival anunciou nesta semana que o Rock in Rio Card, que equivale a um ingresso antecipado e garante a entrada ao evento antes mesmo da confirmação de todas as bandas e atrações, começa a ser vendido às 19h do dia 12 de novembro, uma segunda-feira, por R$ 495. O card vai estar disponível no site rockinrio.ingresso.com, limitado a quatro por pessoa. Quem adquirir o ingresso poderá escolher em qual data utilizá-lo. O evento ocorre entre 27 de setembro e 6 de outubro de 2019, no Rio.

Para escrever na pedra:
“A vitalidade é demonstrada não apenas pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo”. De F. Scott Fitzgerald

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