COLUNA

De quem é a culpa?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Já está sendo divulgada nos meios de comunicação comandados pelo governador Flávio Dino (PCdoB) que a ordem para o início do primeiro dia do segundo mandato do comunista é cortar despesas. Pelos argumentos dos aliados, o motivo é uma crise nacional já visualizada por Dino a partir de 2019. Mas na verdade, o governador precisa reduzir despesas porque sua gestão dos últimos quatro anos foi de danos às finanças do estado.
Ajustar as contas desajustadas é uma necessidade, mas Dino e seus aliados não querem admitir a culpa pelo aberto nos números e decidiu, do nada, culpar o que será ainda um futuro governo. Pelos dados governistas, as pastas deverão reduzir em até 30% os gastos com pessoal, aluguel de carros e estrutura.
A medida, dentro dos parâmetros de gestão, não está errada. Falso mesmo é o argumento de Dino e seus auxiliares de que funcionará como medidas de prevenção a uma crise nacional que terá continuidade com Bolsonaro.
Ou seja, puro exercício de futurologia do governador. Ele até pode pensar assim devido à postura de militante e não de gestor, como governador do Maranhão. Mas. na prática, não tem elementos para confirmar o cenário apocalíptico que tenta apresentar à opinião pública.
Se o quadro é de crise, não há outro culpado além do próprio Dino, que em quatro anos à frente do Maranhão, contraiu mais de R$ 1 bilhão em empréstimos, aumentou o número de pessoas sem empregos e abaixo da linha da pobreza e inchou a máquina pública.
Dino está correto em cortar gastos, até mesmo porque ele precisa. Caso contrário, terá de adiar pagamento de servidores.
O fato é que ele se esquiva da realidade ao dizer a origem do problema. Não é a crise nacional que determina o cenário incerto de 2019 e, muito menos, o próximo governo federal. O motivo para o cenário ruim tem gênesis na própria gestão comunista.

Isto é crise!
Sobre crise das finanças do Maranhão, basta lembrar que Flávio Dino contraiu, em quatro anos, mais de R$ 1 bilhão em empréstimo.
Aumentou de 38% para quase 43% o percentual da folha de pagamento de servidores estaduais se comparado a 2015, quando assumiu a gestão.
Ainda tem o deficit primário, que em 2017 chegou a quase R$ 1 bilhão. Sem falar nos problemas com a previdência dos servidores públicos, cujo fundo a gestão comunista andou metendo a foice.

Desagradável
E para conter a crise já prevista pela oposição – que não é culpa da esfera federal e sim a gestão ruim do PCdoB – Dino agora quer cortar o que ele mesmo implantou que foi uma folha inchada para agradar aos diversos aliados.
Essa atitude de agora poderá ser o anúncio esperado por “aliados” para iniciar o processo de rompimento com os comunistas já para as eleições de 2020.
O fato é que Flávio Dino já não pode mais manter a estrutura onerosa que ele montou nos últimos quatro anos e isso deverá desagradar muitos aliados.

Falando sem resposta
Enquanto anuncia um caos na economia brasileira, Dino ainda se mantém como um militante do movimento estudantil a fazer constantes críticas ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, e a quem vem sendo anunciado como membro de sua futura equipe.
Mesmo sabendo das necessidades de boas relações políticas, o governador do Maranhão fecha os olhos para seu papel de gestor e age somente como militante político, fazendo críticas a próxima gestão.
Só que para a frustração de Flávio Dino, o presidente eleito – desde antes do resultado das urnas – não vem respondendo a qualquer manifestação do comunista.

Até parece
E Dino não polpou nem o seu ex-colega de toga, Sérgio Moro. Segundo o comunista, o magistrado, famoso pelas decisões da Lava Jato, ficou sob suspeita ao aceitar ser ministro de Jair Bolsonaro.
O problema na crítica de Flávio Dino é que o próprio comunista deixou a toga para ser político e, devido a isto, suas decisões podem ser consideradas como determinantes para sua trajetória.
Flávio se elegeu deputado federal sem nunca ter atuação política explícita no Maranhão. Por meio de “ajuda” do governo de Zé Reinaldo e do prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, o ex-juiz federal deu largada rumo aos seus objetivos políticos.

Complicado
O prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), até tentou apaziguar o clima tenso entre o poder Executivo e Legislativo em reunião com o presidente da Câmara de Vereadores, Astro de Ogum (PR).
O problema é que o gestor municipal se demonstrou ainda sem objetivo, porque espera que seu correligionário, vereador Osmar Filho (PDT), resolva o imbróglio com os vereadores.
O que Edivaldo não sabe é que Filho tem pouca capilaridade junto aos colegas de parlamento e que só de promessas ele não conseguirá mais manter acordos feitos na época da eleição municipal de 2016.

Destino
Os membros do PCdoB do Maranhão já admitem a possibilidade de seus principais nomes (como o governador Flávio Dino) buscarem novo abrigo partidário a partir de 2019.
O motivo é que o PCdoB não cumpriu as cláusulas de desempenho e isso deverá levar à extinção da legenda.
Se o fim do partido comunista se configurar, Dino e seus aliados mais expressivos precisarão de outra sigla para se abrigar. O PT é o destino mais certo para o governador.

DE OLHO

R$ 37 milhões é o que já foi gasto pela Casa Civil do governo de Flávio Dino em 2018. A previsão na lei orçamentária era de que a pasta gastasse R$ 34,21 milhões

E MAIS

• Vereadores de São Luís garantem que não será fácil a aprovação do orçamento de 2019 pela Casa. A previsão é de que a lei entre em pauta ainda em dezembro.

• Entretanto, dependendo das negociações entre os poderes, a cena de 2017 – quando o orçamento de 2018 foi aprovado já no limite do prazo – poderá se repedir.

• Já na Assembleia Legislativa, o orçamento de 2019 do governo de Flávio Dino deverá ser aprovado sem muitas complicações e pressões.

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