Futuro governo

Sérgio Moro deixará toga para ser ministro da Justiça de Bolsonaro

Juiz emitiu nota ontem afirmando que aceitou convite do presidente eleito para assumir a pasta e, por isso, terá que deixar a magistratura; Além de Moro, Jair Bolsonaro confirmou outros 4 nomes do primeiro escalão de seu governo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Sérgio Moro emitiu nota ontem informando que vai assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública
Sérgio Moro emitiu nota ontem informando que vai assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública ( Sérgio Moro)

rio de janeiro


O juiz federal Sérgio Moro aceitou ontem o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Os dois estiveram reunidos na manhã de ontem, no Rio de Janeiro. Moro chegou na casa de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, um pouco antes das 9h. Ele veio de Curitiba em voo de carreira e sem seguranças.
Após o encontro, Moro divulgou nota dizendo que aceitou “honrado” o convite. Moro disse, ainda, que aceitava o cargo com “certo pesar” pois terá que abandonar a carreira de juiz após 22 anos de magistratura.
“No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão”, escreveu Moro.
Segundo o juiz, a Operação Lava Jato seguirá em Curitiba “com os valorosos juízes locais”. Ele disse que desde já vai se afastar de novas audiências.
Com a decisão de se afastar do Judiciário, Moro não vai mais interrogar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o petista seria ouvido em 14 de novembro.
Moro é o quinto ministro anunciado pelo governo Bolsonaro. Outros quatro já foram anunciados: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia), general Augusto Heleno (Defesa) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

Confirmação
O presidente Jair Bolsonaro confirmou, por meio do Twitter, que o juiz federal Sérgio Moro aceitou seu convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
“Sua agenda anticorrupção, anticrime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”, afirmou Bolsonaro.
Mais cedo, durante voo de Curitiba para o Rio de Janeiro, Sérgio Moro afirmou que não havia nada definido e que aceitar o convite para assumir o ministério dependia de agenda anticorrupção e anticrime organizado para o país.
“Se houver a possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, afirmou Moro.

TRF- 4 definirá novo juiz que julgará processos relacionados à Lava Jato

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) deve definir qual será o juiz substituto de Sérgio Moro, que aceitou o convite para ser ministro da Justiçado presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).
Com o anúncio de Moro ao ministério, o juiz deixa de comandar a Operação Lava Jato no Paraná. A magistrada substituta na 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, fica à frente dos processos até que seja escolhido o juiz titular.
A partir da saída de Moro, o TRF-4 deve abrir um processo informando que há uma vaga aberta. Quem pode participar são os juízes federais da região sul do Brasil. Entre os interessados, assume o juiz que tiver o maior tempo de magistratura.
A Justiça Federal informou que, por enquanto, os processos continuam tramitando normalmente com a juíza substituta.
Na segunda-feira, 5, começam os interrogatórios do processo do sítio de Atibaia, em que o ex-presidente Luiz Inácio da Silva é um dos réus. Até que haja um novo juiz definido, cabe à juíza decidir se ela já começa ouvindo os réus, ou se adia o processo.

Nota de Sérgio Moro

Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Publica na próxima gestão. Apos reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.

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