Editorial

Novembro Azul

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Devem ser diagnosticados 68.220 novos casos de câncer de próstata no Brasil a cada ano do biênio 2018/2019. A estimativa é do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os números, correspondem a um risco estimado de 66,12 novos casos a cada 100 mil homens. Pelo menos um em cada nove homens será diagnosticado com a doença durante a sua vida.

Durante todo o mês de novembro serão realizadas campanhas de conscientização sobre a necessidade de prevenção e tratamento. É o Novembro Azul, de combate ao câncer de próstata. A intenção é desmistificar, reduzir ou acabar com o preconceito que existe contra o exame realizado para detectar a doença. O machismo é o principal entrave no combate a este tipo de câncer.

O câncer de próstata acomete principalmente homens mais velhos, a média de idade, atual, é de 66 anos. Cerca de seis, em cada 10 casos diagnosticados, são de homens nesta faixa de idade, sendo raro, mas não impossível, casos antes dos 40.

Uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) indica que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal, eficaz na identificação do câncer de próstata, “não é coisa de homem”. Considerando aqueles que fazem parte do grupo de risco, com mais de 60 anos, 38% disseram não achar o procedimento relevante.

Os números mostram a realidade preocupante, que coloca o preconceito e o machismo como os principais entraves para o diagnóstico precoce e combate ao câncer de próstata.

É fato que diagnosticar a doença em fase inicial possibilita que o tratamento tenha êxito em nove entre 10 casos. Isso aliado a uma terapia individualizada com ênfase em redução de sequelas e complicações com o máximo de resultados, porém, os homens ainda são reticentes, por achar que sua masculinidade é colocada à prova com o exame clínico que pode detectar a doença, o toque retal.

É indispensável, ao diagnóstico precoce, que homens a partir dos 50 anos e 45 anos, para quem tem histórico da doença na família, façam o exame clínico - é feito pelo médico, que avalia tamanho, forma e textura da próstata -, e o teste de antígeno prostático específico (PSA) - um exame de sangue que identifica o nível dessa proteína que, quando elevada, pode indicar câncer ou doenças benignas da próstata -, anualmente para rastrear o aparecimento da doença.

Entre os objetivos do Novembro Azul está transmitir aos homens que não é necessário esperar o aparecimento de um sintoma para procurar um especialista. Muito pelo contrário. Em seus estágios iniciais, o câncer de próstata não costuma apresentar sintomas. Portanto, o fato de não sentir nenhum desconforto não deve ser visto como fator limitador para a realização de exames.

Alguns sintomas que podem parecer um indicativo deste câncer, porém, são relacionados com outras doenças. E, consultar um médico especialista é fundamental. Até porque quando se fala em prevenção, a intenção é diagnosticar doenças em pessoas que não apresentam sintomas.

É importante ficar alerta e consultar um urologista, se apresentar sintomas como urinar pouco de cada vez; urinar com frequência, especialmente durante a noite, obrigando-o a se levantar várias vezes para ir ao banheiro; dificuldade para urinar; dor ou sensação de ardor ao urinar; presença de sangue na urina ou sêmen ou ejaculação dolorosa.

Quando o assunto é prevenção, o percurso contra o câncer de próstata é conhecido. O preconceito, vergonha e machismo, podem apenas atrapalhar e causa a morte.

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