OBRA INCABADA

Escola inaugurada há menos de um ano tem obra inacabada

Unidade escolar funciona sem muros, às margens de rodovia estadual que corta o município de Brejo; obra é uma idealização do ‘Escola Digna’, programa do Governo do Maranhão

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Escola foi entregue em novembro do ano passado, está funcionando, mas alunos e funcionários estão expostos
Escola foi entregue em novembro do ano passado, está funcionando, mas alunos e funcionários estão expostos (escola)

Inaugurado há quase um ano, no mês de novembro de 2017, o prédio que abriga o Centro de Ensino Francisco Macatrão, localizado na MA - 234, no município de Brejo, distante 320 km de São Luís, oferece o mínimo de segurança aos alunos. Eles reclamam da falta de muro e sinalização horizontal (faixa de pedestres) na frente da escola, problemas que põem em risco a integridade física deles. A eletricidade da escola também é alvo de reclamações.

“O muro serviria de segurança para nós, alunos. O medo maior que a gente tem é da entrada de estranhos, pessoas que, na maioria das vezes, poderiam entrar na escola para fazer maldade com a gente. Se o colégio fosse murado, com certeza não teríamos medo disso”, frisou a aluna Wellida Sousa, 16. “À noite, até tem porteiro, mas os alunos vão embora na hora que querem”, complementou Wenner de Carvalho, de 18 anos, apontando a falta de obediência, por parte dos alunos, ao horário das aulas, devido à falta de controle na entrada e saída, já que a escola não tem contenção.

Às margens da rodovia que dá acesso à cidade, alunos de ensino médio ficam à mercê do imprevisível, uma vez que durante o dia, o fluxo de veículos, em excesso de velocidade, é constante no vaivém entre a pequena Brejo e os municípios vizinhos. “O local é muito movimentado [por veículos], eles deveriam ter pensado nisso antes de construir a escola ali. Muitos motoristas não respeitam os alunos, na pista. É necessário uma faixa para que eles [os motoristas] possam respeitar a gente, que é aluno”, frisou a adolescente Kaylanne Costa, de 15 anos.

Mais problemas
À noite, turno em que a escola também funciona, um dos principais problemas é a queda de energia, que afeta o pouco tempo de aula oferecido aos alunos. Ainda de acordo com o aluno Wenner de Carvalho, a energia do prédio é deficiente por causa de uma ligação clandestina que fornece eletricidade ao local. “Já chegamos a ficar sem aula uma vez por falta de energia, assim que a escola começou a funcionar nesse prédio novo. Agora, vez ou outra, ainda há queda de energia porque é ligada a uma gambiarra, e a gente acaba tendo problemas com a aula”, ressaltou.

A estrutura da escola é nova, mas já é possível perceber alguns pontos ruindo pela falta de conservação, ou por obras mal-executadas, uma vez que a rampa que dá acesso ao interior do colégio já se encontra com rachaduras em toda a sua extensão e o piso, afundando.

O Estado também verificou tijolos e outros materiais, que deveriam ser utilizados para a conclusão da obra - imprescindíveis para a construção do muro -, espalhados pelo terreno, que também está cercado pela vegetação crescente. O colégio é mais uma idealização do “Escola Digna”, um programa do Governo do Estado do Maranhão.

Posicionamento do Governo
O Governo do Maranhão foi contatado e, por meio de nota da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), informou que o muro da escola está em construção, embora O Estado não tivesse verificado a presença de trabalhadores na obra durante a segunda-feira (29), quando visitou o local.

A Seduc ressaltou ainda que a rede elétrica do Centro de Ensino Francisco Macatrão está regular, ao ponto que foi instalado um transformador na escola para garantir a estabilidade na distribuição de energia no prédio.

Por sua vez, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) informou ter designado uma equipe para verificar a ausência de faixas de pedestres e sinalização, para que as pendências sejam solucionadas.

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