COLUNA

Representantes do povo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Com o fim da eleição para a Presidência da República, fica a dúvida quanto ao que ocorrerá politicamente no Maranhão em relação ao Governo Federal, que terá Jair Bolsonaro como comandante. As posições firmes de Flávio Dino, que fez críticas ácidas ao deputado do PSL, poderão refletir na relação com o Palácio do Planalto.
Em tese, Bolsonaro não pode penalizar Flávio Dino, dificultando, por exemplo, repasses de recursos voluntários ao Maranhão. Se assim quiser, pode fazer, sim. Não deve fazê-lo, porque penalizará a população maranhense.
Independentemente de se ter um comunista à frente do Governo do Estado, o futuro presidente representará todos os brasileiros, incluindo, claro, os maranhenses.
A mesma linha de raciocínio serve para o governador Flávio Dino em relação à cidade de Bacabal, que no último domingo optou pelo prefeito em exercício do município, Edvan Brandão (PSC), principal adversário de César Brito (PPS), que era o candidato do governador.
Não foi porque a maioria da população de Bacabal escolheu o adversário de Dino que o comunista dificultará a gestão de Brandão, porque, se fizer, prejudica os bacabalenses.
Mas tudo isso é teoria. Na prática mesmo, Dino já demonstrou - como ele mesmo disse - governar “melhor com amigos”.
Para os adversários, pedras no caminho. O exemplo maior no Maranhão é o prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahésio Rodrigues, que não recebe qualquer apoio do governo estadual nem para a Saúde, Educação, Segurança e Infraestrutura. E quem perde com tudo isto? O prefeito? Ele perde, sim, mas perde também os mais de 4,4 mil habitantes do município.
Que Bolsonaro não faça com o Maranhão o que Dino faz com São Pedro dos Crentes. E que o comunista não repita com Edvan Brandão o que faz com Lahésio Rodrigues.

Conveniência I
Mesmo sendo um representante dos maranhenses, Flávio Dino sempre atuou como um militante de grêmio estudantil.
De forma pouco responsável para um chefe do Executivo, o comunista, em 2015, usava as redes sociais para fazer ataques e mais ataques ao presidente Michel Temer (MDB).
No segundo do turno da eleição presidencial, não foi diferente: Dino foi raivoso e agressivo com Bolsonaro em várias postagens na internet.

Conveniência II
Mas tudo isso ocorreu somente no segundo turno, porque no primeiro o comunista preferiu não elogiar ou atacar qualquer dos candidatos à Presidência da República. Nem mesmo Bolsonaro.
No debate da TV Mirante, por exemplo, Flávio Dino pediu votos para seus candidatos ao Senado e também a deputado estadual e federal, mas não para o petista Fernando Haddad.
É a velha conveniência do comunista. A mesma que fez com que ele bancasse a candidatura de Eliziane Gama, que atuou contra o PT, partido aliado de Dino, e tivesse em suas bases partidos que dão sustentação ao governo de Temer, considerado por Dino ilegítimo.

Sem oposição
E falando em Eliziane Gama, a senadora eleita com a ajuda de Flávio Dino já deu sinais de que na Câmara Alta não atuará na oposição a Jair Bolsonaro.
Após o resultado do segundo turno, Gama falou em unidade, para que “o país possa encontrar seu rumo”.
Sem nunca ter se posicionado de forma firme a respeito de apoio a Fernando Haddad, Eliziane se demonstra mais uma vez sem posição definida. Apesar de ter sido eleita por uma chapa contra o presidente eleito, ela não diz que fará oposição.

Posição
Diferente de Eliziane Gama, Weverton Rocha - eleito senador - e Roberto Rocha, atualmente senador, se posicionaram em relação ao próximo presidente.
Weverton deixou claro que no Senado ele será oposição (se Carlos Lupi não cavar qualquer mudança na posição do PDT, é claro), mas faz ressalvas de que trabalhará pelo diálogo.
Já Roberto Rocha, que declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, parabenizou o presidente eleito e disse que há desafios a serem enfrentados.

Sem peso I
Com o fim das eleições de 2018, o PT do Maranhão demonstrou não ter qualquer peso no estado. Nem no primeiro turno, e nem no segundo, o partido mostrou força em prol de seu candidato à Presidência da República.
No segundo turno, por exemplo, a direção estadual da legenda não organizou atos de campanha a Haddad. Somente um aconteceu e os méritos nem foram do PT. Outros partidos apareceram mais.
Isso significa que o PT do Maranhão não teve qualquer influência na votação de quase 75% de Fernando Haddad no estado.

Sem peso II
E tudo isso demonstra o quanto sem expressão é o presidente do PT no Maranhão. Augusto Lobato, como presidente da sigla, se saiu um excelente assessor do governador Flávio Dino.
Todo o trabalho de Lobato no comando do PT foi apenas para entregar de graça (sem qualquer esforço dos comunistas) o partido para Dino.
Resultado: foi uma eleição com apenas um deputado estadual e outro federal eleito, sem vaga na chapa majoritária e, talvez, sem qualquer participação efetiva do PT no governo. Quem sabe só cargo de assessor especial, o que, justamente, tem Augusto Lobato.

DE OLHO
R$ 4,6 bilhões foi o valor gasto, em 2018, pelo governo de Flávio Dino com o pagamento de folha de pessoal.

E MAIS

• O vereador Chico Carvalho, que preside o PSL no Maranhão, agora está mais tranquilo em relação ao comando do partido. Isto porque Luciano Bivar voltou à presidência nacional da sigla.

• Luciano Bivar comanda nacionalmente o PSL há anos e sempre teve Chico Carvalho como aliado para manter o partido quando a sigla ainda era nanica.

• O deputado Rubens Júnior (PCdoB) se confundiu todo (ou tentou confundir seus seguidores em rede social) ao afirmar que 45% da população não quis Bolsonaro. Não foi quase metade da população e sim dos votos válidos.

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