Saúde

Queda no número de fumantes comprova: é possível parar

O glamour e o status social outrora associados ao ato de fumar vão, cada vez mais, sendo deixados de lado pelo brasileiro; em 2017, foram registrados no Brasil 478 mil infartos e internações por causa de doenças cardíacas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Há recuo de 36% na frequência do consumo do tabaco
Há recuo de 36% na frequência do consumo do tabaco (cigarro)

O glamour e o status social outrora associados ao ato de fumar vão, cada vez mais, sendo deixados de lado pelo brasileiro. O Ministério da Saúde revelou dados inéditos que demonstram um recuo de 36% na frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras. Os consumidores de tabaco caíram de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017.
As informações são da pesquisa Vigitel 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), feita por telefone nas 26 capitais e Distrito Federal com 53.034 entrevistas. Para quem quer parar de fumar, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito para os tabagistas.

O caminho para é acessar o tratamento do tabagismo é procurar os centros e postos de saúde ou buscar informações nas secretarias municipais. Nos tratamentos ofertados gratuitamente, o tabagista receberá informações para deixar de fumar, e quando necessário apoio de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona.

O incentivo governamental para tratar a dependência vai além da oferta de tratamento pelo SUS. Um exemplo é a política de preços mínimos, ligada à redução do consumo do cigarro em todos os públicos, notadamente os adolescentes e jovens. Isso porque a experimentação é alta e cerca de 80% dos fumantes iniciaram antes dos 18 anos. Dessa forma, o preço é um inibidor para que a experiência se torne uma dependência.

Como parar?
O Saúde Brasil reuniu alguns passos para ajudar a tratar a dependência. São eles: tenha determinação; marque um dia para parar; corte gatilhos do fumo; escolha um método: abrupto ou gradual; encontre substitutos saudáveis; livre-se das lembranças do cigarro; encontre apoio de amigos e familiares; escolha a melhor alimentação; procure apoio médico ou outro profissional de saúde e troque experiências em um grupo de apoio.

Campanha
Este ano, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) lançou a campanha "Tabaco e Doença Cardíaca". Segundo o instituto, a ligação entre tabaco e doenças do coração e outras doenças cardiovasculares, combinadas, são as principais causas de morte do mundo. Mais um incentivo para quem quer deixar a dependência de lado.
Em 2017, foram registrados no Brasil 478 mil infartos e internações por causa de doenças cardíacas. Outras 378 mil por conta de doenças pulmonares advindas do fumo. Isso tudo representa um prejuízo de, aproximadamente,
R$ 57 bilhões a cada ano. São somados aí os custos dos tratamentos, a perda de produtividade e mortes prematuras.

Números
Os homens fumam mais que as mulheres. Em 2017, 13,2% dos entrevistados pela Vigitel 2017 eram fumantes, ante 7,5% das mulheres. Outro recorte é o etário, com uma incidência menor entre os mais velhos (7,3% nos idosos com 65 anos ou mais) e maior entre os adultos com idade entre 35 e 44 anos (11,7%).
Chama a atenção também um percentual menor de fumantes entre os mais jovens do que com os adultos (entre 18 e 24 anos ficou em 8,5%). Quando se trata de escolaridade, os que estudaram menos ficaram com 13,2%, e os que tiveram 12 anos ou mais de estudo: 7,4%.

RANKING

A pesquisa ainda revelou as capitais om maior prevalência de fumantes entre os homens:
1º Curitiba (15,6%)
2º São Paulo (14,2%)
3º Porto Alegre (12,5%)
E entre as mulheres:
1º Curitiba (13,2%)
2º São Paulo (11,7%)
3º Florianópolis (9,6%)
E ao contrário, as capitais com menor prevalência de fumantes entre os homens:
1º Salvador (5,9%)
2º Teresina (7,7%)
3º João Pessoa (8,0%)
E entre as mulheres:
1º Aracaju (1,6%)
2º São Luís (2,2%)
3º Salvador (2,6%)

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