Institucional

Maranhão: oposição será interlocutora com o governo de Bolsonaro

Atuação de parlamentares de oposição deve ganhar protagonismo, já que o governador Flávio Dino mostra-se hostil ao presidente da República eleito

Ronaldo Rocha

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Braide e Edilázio garantem que trabalharão pela união da bancada para trazer recursos para o estado
Braide e Edilázio garantem que trabalharão pela união da bancada para trazer recursos para o estado (Deputados)

Ronaldo Rocha
da Editoria de Política


O bloco de oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB) no Congresso Nacional fará a interlocução direta junto ao Governo Federal, a partir de 2019, em busca de recursos e melhorias para os municípios do Maranhão.
A atuação dos parlamentares de oposição deve ser de protagonismo, uma vez que Flávio Dino se mostra hostil ao presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
O tratamento rude do comunista para com o presidente eleito traça uma linha de quase inviabilidade de diálogo institucional, segundo os parlamentares ouvidos por O Estado. Daí a importância de uma atuação destes nos próximos 4 anos.
O deputado estadual Edilázio Júnior (PSD), que a partir do próximo ano assume uma cadeira na Câmara Federal, afirmou que se colocará à disposição dos municípios maranhenses na busca por recursos e investimentos do Governo Federal no estado.
“Posso assegurar que estarei em Brasília com dedicação ao máximo, em busca de recursos e desenvolvimento para os municípios e para o povo do Maranhão. Vamos buscar diálogo com o Governo Federal, uma vez que o próprio governador Flávio Dino não demonstra qualquer interesse na relação institucional entre os poderes. O governador não quer diálogo, e isso penaliza o maranhense”, disse.
O deputado federal Aluisio Mendes (PODE) avaliou que a relação entre o governador Flávio Dino e o Governo Federal não será boa, por isso a importância dos parlamentares.
“Pelas manifestações já vistas do Flávio Dino e do próprio presidente Bolsonaro, a relação entre o Governo do Estado e o Governo Federal não será das melhores. Por isso, caberá aos deputados uma interlocução junto ao novo presidente para fazer com que o povo maranhense não sofra por essa falta de diálogo, e que viabilize de forma direta entre o Governo Federal e os parlamentares, os programas federais para que o Maranhão não fique penalizado pela postura do governador Flávio Dino e intransigência dele com relação ao presidente eleito Jair Bolsonaro”, enfatizou.
Hildo Rocha (MDB) também se posicionou sobre o tema. Ele disse que pretende trabalhar de forma independente, com a ponderação de que apoiará o Governo Bolsonaro naquilo que avaliar como correto, a exemplo da reforma da Previdência. E em relação ao Maranhão, ele disse que buscará o desenvolvimento.
“Aquilo que eu puder fazer para ajudar o estado do Maranhão eu irei fazer, a exemplo que fiz recentemente, como deputado federal, quando consegui através de um projeto nosso, trazer R$ 80 milhões a mais todo ano para a saúde pública do Maranhão de média e alta complexidade. Vamos trabalhar sintonizados no desenvolvimento do nosso país e também do nosso estado”, completou.
Também se manifestou o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), que a partir de fevereiro de 2019 estará em Brasília na Câmara dos Deputados. Segundo o parlamentar, é necessário a união de toda a bancada maranhense para viabilizar projetos e recursos para o estado.
“A eleição já passou. Temos que aprender com outros estados, a exemplo do Ceará e Piauí, onde toda a bancada federal se une para viabilizar projetos e recursos aos seus estados, deixando de lado as discussões político-partidárias. O que importa aos maranhenses é que as ações do Governo Federal sejam efetivadas em nosso estado, independentemente de partido político. A nossa prioridade deve ser sempre os maranhenses”, afirmou Braide.
O senador Roberto Rocha (PSDB), adversário de Flávio Dino, também comentou o tema.
“O papel da oposição é o de expressar posições e valores, pois do contrário estaria simplesmente cumprindo um papel formal na briga pelo poder. Creio que o nosso papel, além do óbvio, que é fiscalizar o Governo, seja o de afirmar os valores do trabalho e da livre iniciativa, numa visão de que apenas o desenvolvimento é capaz de alavancar os índices sociais que envergonham o Maranhão. Como eu digo, é promover economicamente a riqueza, ao invés de explorar politicamente a pobreza”, finalizou.

Dino é hostil a Bolsonaro, após o resultado das urnas

Reeleito para um mandato de mais 4 anos no Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) tem sido hostil ao presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Em entrevistas a veículos locais e nacionais, e em seu perfil em redes sociais, o comunista tem atacado o presidente. Logo após o resultado das urnas oficializado pela Justiça Eleitoral, por exemplo, Dino sugeriu uma espécie de “resistência” ao presidente, que sequer assumiu mandato.

“Não se perde quando se combate por boas causas. Defendemos o Brasil e os brasileiros, sobretudo os mais pobres. Parabéns a Haddad e Manuela pela coragem e dedicação. A resistência democrática, nacional e popular segue firme”, disse.

No twitter, Flávio Dino também já classificou Bolsonaro de medíocre, omisso, fraco e despreparado. “Fui deputado federal e posso afirmar que Bolsonaro era um parlamentar medíocre, fraco, omisso [...]. Quem conhece Bolsonaro sabe a razão pela qual ele foge dos debates. Não é apenas covardia. É falta de condições mínimas. Ele não sabe nada sobre o Brasil. É um perigo entregar os nossos destinos a uma pessoa tão despreparada”, disse.

Ele também gravou um vídeo, antes da disputa do segundo turno, para comparar Bolsonaro ao candidato do PT, Fernando Haddad. No vídeo, disse que o presidente eleito “vive da política” é “imprudente” e “fala sem pensar”.

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