Editorial

Bancos e seus lucros bilionários

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Se o cenário econômico é adverso para a maior parte dos segmentos, o mesmo não pode se dizer em relação aos bancos, que conseguirão, no primeiro semestre deste ano auferir lucro bilionário e rentabilidade muito acima do esperado na atual conjuntura do país.

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revela que em 30 de junho, o total de ativos das cinco maiores instituições bancárias do país - Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - atingiu R$ 6,2 trilhões, com evolução média de 3,8% em relação a junho de 2017. O patrimônio líquido desses bancos chegou a R$ 480,3 bilhões, com alta de 8,8%, enquanto as operações de crédito atingiram um montante de R$ 2,9 trilhões, e cresceram 2,5% no período.

Os dados mostram realmente que se tratam de resultados astronômicos em favor dos bancos. E não para por aí. Nesse período, essas cinco instituições financeiras, somaram lucro líquido de R$ 41,9 bilhões, montante 17,8% superior ao registrado em junho de 2017.

O campeão em lucro é o Itaú Unibanco, com registro de R$ 12,8 bilhões, seguido do Bradesco, com R$ 10,3 bilhões e da Caixa, com a marca histórica de quase R$ 6,7 bilhões. Logo depois vem o Banco do Brasil, com lucro de R$ 6,3 bilhões e o Santander, com R$ 5,9 bilhões.

Ainda que essas instituições tenham avanço expressivo nos seus resultados operacionais, cada vez mais os investimentos em tecnologia, com direcionamento dos serviços de estruturas físicas para virtuais (como internet e mobile), sendo este último canal de atendimento de baixo custo, o que tem impactado no fechamento de agências e em postos de trabalho.

E nesse enxugamento de estrutura, levantado pelo Dieese, no período de um ano (junho de 2017 a junho de 2018) os bancos acabaram com o atendimento em mais de 500 agências, eliminando, por conseguinte, milhares de postos de trabalho por todo o país, inclusive por meio de programas de desligamentos voluntários.

Com essa política tecnológica de migração dos clientes das plataformas tradicionais de atendimento para os canais digitais, mas principalmente com viés de redução de custo, o Itaú Unibanco fechou, desde março de 2014, o total de 383 agências físicas e abriu 158 outras, digitais.

O encolhimento das agências desses cinco bancos permitiu, entre junho de 2017 e junho de 2018, que o número de empregados caísse de 422.795 para 415.934. No ano, houve a extinção de 6.861postos de trabalho.

Como se vê, os bancos estão passando muito bem pela atual crise, com lucro, redução de despesas com agências e empregados, um ambiente bem diferente de outras empresas, que têm encontrado grandes dificuldades para o equilíbrio de suas contas.

De taxa em taxa, e não são poucas - muitas até desconhecidas por parte dos clientes, os bancos vão abocanhando seus lucros e passando por esse momento econômico como se nada estivesse acontecendo, até porque o Banco Central protege essas instituições financeiras e até ajuda a sanear aquelas que se encontram em dificuldades provocadas por má gestão ou mesmo quando são afetadas por situações de crise.

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