Garantias

Assange está disposto a se entregar se não for extraditado

Reino Unido diz não ter recebido pedido de Washington e que pena em prisão não excederia seis meses

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, nãi quer ser extraditado para os Estados Unidos
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, nãi quer ser extraditado para os Estados Unidos (Reuters)

QUITO - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange , asilado na Embaixada do Equador em Londres desde 2012, estaria disposto a se entregar à Justiça britânica se recebesse a garantia de que não seria extraditado para os Estados Unidos, informou um de seus advogados.

"Ele poderia enfrentar esta situação, é claro que poderia. Mas sua equipe jurídica pede garantias de que depois dessa condenação não seja extraditado para os Estados Unidos", afirmou o equatoriano Carlos Poveda, um dos advogados de Assange, para a emissora Ecuavisa.

O procurador-geral equatoriano, Íñigo Salvador, afirmou na quinta-feira que, em agosto, o Reino Unido havia dito ao país que Julian Assange não seria extraditado se deixasse a embaixada.

Em uma resposta por escrito a indagações do Equador, o Reino Unido explicou não ter recebido pedido algum de extradição e que o período que Assange passaria em uma prisão britânica por violar os termos da condicional se refugiando na embaixada não excederia seis meses, disse Salvador.

Alternativas

O procurador-geral acrescentou que Quito propôs duas alternativas para resolver o caso Assange: que se entregue à Justiça ou permaneça na embaixada sob as regras para visitas, comunicações e salubridade.

A Justiça britânica mantém um mandado de prisão contra Assange por violar as regras de sua liberdade condicional quando foi acusado de supostos crimes sexuais cometidos na Suécia.

Embora as acusações suecas tenham ido adiante, o criador do WikiLeaks teme que se deixar a embaixada possa ser extraditado para os Estados Unidos por vazar milhares de segredos diplomáticos e militares através do seu site. O WikiLeaks é alvo de uma investigação nos EUA. "Na Justiça britânica, ele (Assange) pode até ser condenado de três a seis meses de prisão", disse Poveda.

Ele acrescentou que a garantia de que não será entregue aos Estados Unidos é uma "condição extremamente importante" para o australiano de 47 anos se submeter à Justiça.

Salvador declarou que o Equador transmitiu a resposta de Londres aos advogados de Assange, mas ressaltou que, se este permanecer na embaixada, seu país determinará novas condições para sua estada.

"O senhor Assange pode escolher entre se entregar às autoridades britânicas com estas garantias ou ficar na embaixada do Equador, mas, dado que o asilo já dura seis anos sem sinal de resolução imediata, estabeleceremos certas regras", disse Salvador em uma entrevista coletiva.

Não ficou claro se as garantias britânicas ainda são válidas. A equipe legal de Assange não respondeu de imediato a pedidos de comentário. O Escritório para Relações Exteriores e a Comunidade Britânica mencionaram um comunicado de junho do chanceler Alan Duncan segundo o qual Assange será tratado "benevolente e corretamente" se deixar a embaixada.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.