Saúde e Nutrição

Alimentos industrializados: aditivos alimentares podem causar câncer

FDA proibiu seis substâncias por conta dos efeitos carcinogênicos encontrados em testes laboratoriais feitos com animais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Pulegone é utilizado para simular o sabor de menta ou hortelã em balas
Pulegone é utilizado para simular o sabor de menta ou hortelã em balas (aditivos alimentares)

São Paulo - Recentemente, a Food and Drugs Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, proibiu seis aditivos alimentares artificiais comumente encontrados em sorvetes, chicletes, assados e doces para dar sabor característico de hortelã, canela e cítricos. A razão: após extensa pesquisa em animais de laboratório, foram encontrados efeitos carcinogênicos se consumidos em alta dose.

Os aditivos alimentares são intencionalmente adicionados a alimentos com o objetivo de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, sem prejudicar seu valor nutritivo.

No entanto, de acordo com Débora Bonhen Guimarães, coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), é necessário controlar o uso dessas substâncias, pois a ingestão delas em grande quantidade pode trazer sérios riscos à saúde. “Os três principais males associados ao consumo excessivo são câncer, hipersensibilidade alimentar e déficit de atenção com hiperatividade. Alguns públicos ainda são mais vulneráveis ao consumo, como as gestantes, os idosos e as crianças menores de três anos. Existem ainda, pessoas que possuem o organismo mais sensível a certas substâncias e qualquer composto artificial pode causar reações adversas, como coceira no corpo, alergias de pele, dificuldade de respiração, problemas gastrointestinais, entre outros”, comenta.

As substâncias retiradas da lista aprovada pela FDA são Benzofenona (encontrada em cereais matinais, produtos de panificação e produtos lácteos congelados), Pulegone (utilizado para simular o sabor de menta ou hortelã em balas), Acrilato de etila, Éter metil eugenil, Piridina e Myrcene. De acordo com a agência, os ingredientes só são utilizados em quantidades muito pequenas, mas os dados encontrados por grupos ativistas foram suficientes para proibi-las.

“Apesar de não haver risco comprovado para saúde humana do uso de tais aditivos nas quantidades utilizadas pela indústria, que está de acordo com o uso moderado, os órgãos avaliadores precisam ter maiores critérios de cuidados para a liberação dessas substâncias na adição em alimentos, levando em consideração, também, resultados positivos de estudos observacionais e com modelos animais. Dessa forma, as empresas são obrigadas a procurar formas mais naturais de realçar sabores nos produtos industrializados, contribuindo com a prevenção de riscos à população”, afirma a nutricionista.

Ainda assim, é importante lembrar que os alimentos industrializados no geral, principalmente se consumidos regularmente, podem trazer uma série de malefícios à saúde. “Quanto mais produtos naturais consumirmos, menores serão as chances de termos problemas sérios de saúde derivados de aditivos alimentares. Por isso, manter uma alimentação saudável e balanceada é sempre a melhor escolha”, conclui.

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