Terrorismo

Supeito de enviar bombas nos EUA pode pegar 58 anos de prisão

Cesar Sayoc, de 56 anos,responderá a cinco crimes federais por ameaças a democratas; mais pacotes podem estar em trânsito, alerta FBI

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Cesar Sayoc, suspeito de mandar cartas-bomba para críticos de Trump, foi preso
Cesar Sayoc, suspeito de mandar cartas-bomba para críticos de Trump, foi preso (Reuters)

WASHINGTON - O procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, afirmou em coletiva na sexta-feira, 26, que Cesar Sayoc , preso sob suspeita de ter enviado ao menos 13 explosivos por correio a críticos do presidente Donald Trump , foi acusado de cinco crimes federais: transporte interestadual de explosivos, envio ilegal de explosivos, ameaça a ex-presidentes, ameaça ao comércio interestadual e agressão a atuais e ex-funcionários federais. Ele poderá ser condenado a 58 anos de prisão.

" Esta é uma ameaça inaceitável ao respeito à lei ", disse Sessions em entrevista coletiva na tarde de sexta-feira,26. "Que isso seja uma lição para qualquer um, independentemente de suas crenças políticas, que traremos toda a força da lei que tenta usar ameaças, intimidação e violência direta para promover uma ideologia. Nós te encontraremos. Nós vamos processá-lo".

Sayoc, de 56 anos, tem extenso histórico criminal. Parentes ouvidos pela imprensa americana indicam que ele não é uma pessoa estável e é perigoso. De acordo com Chris Wray, diretor do FBI (a polícia federal americana), os pacotes enviados eram perigosos. Ele afirmou que foi possível chegar ao suspeito pois as bombas caseiras continham impressões digitais e materiais de DNA, como fios de cabelo.

"Estes artefatos não eram brincadeiras", disse Wray. "E pode ser que existam outros pacotes em trânsito neste momento".

Autoridades também apreenderam uma van branca pertencente ao suspeito, coberta de adesivos em apoio a Trump e críticos à imprensa americana. Ele teria sido expulso de casa pelos pais e estaria vivendo dentro do veículo.

Em pronunciamento na Casa Branca, Trump saudou as forças de segurança que prenderam o suspeito de enviar os pacotes, definindo-o como autor de "um ato desprezível" e acrescentando que o suspeito será processado, "seja ele quem for". O fato de Trump escrever “bomba”, entre aspas, foi entendido por analistas como uma possível afinação com teorias da conspiração presentes nas redes sociais.

Horas depois da publicação das primeiras notícias dos pacotes com explosivos, se disseminou uma teoria que afirmava que as bombas não foram fabricadas com o intuito de ferir democratas, mas integravam uma operação enganosa, formulada para culpar o Partido Republicano e apresentá-lo como formado por radicais violentos.

Começou com Soros

As intimidações começaram na segunda-feira, 22, quando o bilionário e filantropo George Soros recebeu um envelope suspeito em sua casa. Na quarta-feira, 24, Barack Obama e Hillary Clinton, entre outros, foram alvos. Até quinta-feira, quando foi a vez do ex-vice presidente americano Joe Biden e do ator Robert De Niro, 10 pacotes com bombas de fabricação caseira tinham sido enviados para oito pessoas.

Mas os casos não pararam por aí. Nesta sexta-feira, 26,mais dois pacotes com explosivos foram encontrados. O 11º pacote foi encontrado em um serviço de triagem de correspondência em Opa-Locka, perto de Miami, na Flórida, e foi endereçado a Cory Booker, senador democrata pelo estado de Nova Jersey, informou o FBI no Twitter.

Um 12º pacote, encontrado em Manhattan, em Nova York, foi endereçado ao ex-diretor da Inteligência Nacional dos EUA James Clapper e à "CNN", emissora para a qual ele costuma dar entrevistas e fazer comentários políticos. E, ainda, o último foi enviado a Tom Steyer, um importante doador democrata.

Em coletiva de imprensa sobre o pacote suspeito encontrado em uma agência postal de Nova York, John Miller, comissário de Inteligência e Contra-Terrorismo do Departamento de Polícia de Nova York, afirmou que um funcionário dos correios estava ciente dos dispositivos suspeitos que estavam sendo enviados e detectou o pacote na manhã desta sexta-feira.

As autoridades, que classificaram o envio das bombas como terrorismo, afirmaram que todas elas foram distribuídas pelos Correios. O episódio acontece menos de duas semanas antes das eleições legislativas americanas de 6 de novembro, onde a maioria republicana na Câmara e no Senado está em jogo.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.