PARALISAÇÃO

Rodoviários anunciam paralisação de atividades por aumento salarial

Paralisações de advertência acontecerão na sexta-feira (26), em dois turnos; greve está prevista para segunda-feira (29); possibilidade de aumento tarifário não é descartada, para poder atender reivindicações de trabalhadores

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

SÃO LUÍS - Assembleia geral, realizada em dois turnos, ontem, no Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), decidiu pela paralisação de atividades dos rodoviários de São Luís, nesta sexta-feira (26), nos horários de pico de 4h às 7h e 15h às 18h. Uma greve deve ser iniciada a partir de segunda-feira (29). Rodoviários querem um aumento de 12% em seus salários. Sem condições de atender à solicitação, o Sindicato das Empresas de Transportes de São Luís (SET) a encaminhou à Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), reguladora das tarifas de coletivos da Ilha, junto com a explanação de como ficaria a situação dos empresários, caso atendessem essas solicitações. Com o impasse, a possibilidade de aumento de passagens começa a se desenhar.

A mobilização dos rodoviários acontece por causa da discussão de aumento de salários para a categoria. A data-base de negociações é no primeiro semestre, mas este ano as discussões se arrastaram e apenas agora chegaram a um impasse que pode gerar a greve de rodoviários.

“A proposta que eles [os empresários] têm para a classe é, apenas, de retirada dos direitos reivindicados pelos trabalhadores, e isso se resume em retrocesso”, disse o presidente do Sttrema, Isaías Castelo Branco, em justificativa à decisão de paralisação por advertência.

A data para greve, já prefixada para o próximo dia 29, é passível de alteração e suspensão, caso os empresários se disponibilizem a atender a categoria.

A pauta de reivindicações dos profissionais rodoviários exige reajuste salarial de 12% e aumento de 25% do tíquete de alimentação. A contraproposta não acata nenhum dos pedidos de reajuste, mas sim o congelamento. O valor do plano de saúde continua sendo de responsabilidade das empresas, quando foi proposto que o empregado se responsabilize pela metade do valor que o plano custa ao empregador, além de pedirem a permanência do plano odontológico, uma vez que foi cogitada sua extinção.

“Esse acordo, que se arrasta há dois meses, já deveria ter sido resolvido, mas até agora o patronal não resolveu nada. A categoria é digna de um aumento e de suas demais reivindicações”, declarou o motorista de ônibus Luís Câmara, 54 anos. “O mais provável é que haja greve, mas isso depende de como vai ser a aprovação da categoria à contraproposta”.

A paralisação de advertência ocorrerá durante manhã e tarde desta sexta-feira, nos horários de pico de 4h às 7h e 15h às 18h. Greve deve ser iniciada a partir de segunda-feira (29).

Possibilidades
Como impasse entre rodoviários e sindicato patronal, o aumento das tarifas de coletivo também é cogitado pelo SET, uma vez que, não cedendo às reivindicações da classe trabalhadora, enviou as propostas do Sttrema à Agência Estadual de Mobilidade Urbana e Serviços Públicos (MOB), reguladora das tarifas.

Segundo o superintendente do SET, Luís Cláudio Siqueira, o aumento de tarifas seria uma das alternativas para que as solicitações dos rodoviários sejam atendidas, pois os gastos seriam grandes e hoje os empresários não tem condições de arcar com eles. Segundo ele, Governo e Prefeitura podem intervir.

Após o último aumento, calculado em torno de 11% e anunciado em janeiro, as passagens de linhas integradas passaram a custar R$ 3,10, e as não-integradas R$ 2,70.

A Prefeitura de São Luís foi procurada para dar seu posicionamento sobre a decisão de paralisação dos rodoviários, mas até o fechamento desta edição não retornou o contato de O Estado.

SAIBA MAIS

No ano passado, os rodoviários chegaram a anunciar greve por não terem suas reivindicações salariais atendidas. Na ocasião, eles pediam 14% de aumento, e as negociações passaram a ser discutidas com intermediação do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT). As tarifas de ônibus tiveram aumento em 22 de janeiro deste ano, depois de várias ameças de paralisação de rodoviários que estavam recebendo seus salários com atraso. Os empresários haviam feito a solicitação de aumento tarifário desde o segundo semestre do ano anterior. A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes informou que apenas atendeu à regra do contrato de concessão do serviço. O aumento anterior de tarifas havia acontecido em 2016.

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