Afundou

Naufraga embarcação contratada pela Vale para retirar balsas de rio

Rebocador colidiu com banco de areia; tripulantes conseguiram chegar à terra firme; mineradora afirmou que empresa responsável pelo rebocador elabora plano de reverter a situação

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Rebocador bateu em banco de areia de afundou
Rebocador bateu em banco de areia de afundou (rebocador)

Uma embarcação de uma empresa contratada pela Vale para retirar seis balsas abandonadas no rio Mearim, em Arari, naufragou, na tarde da última segunda-feira, dia 22. O rebocador colidiu com um banco de areia. Cinco tripulantes conseguiram chegar à terra firme e foram socorridos pela Guarda Municipal e por populares na comunidade de Flexeiras-Arari. Só houve danos materiais.

A embarcação estava a caminho para retirar uma das balsas que está encalhada na foz do Igarapé do Nema, que compromete a pesca na área. Nessa região, o curso d’água foi comprometido pela balsa, pois a água que entra e sai, em um processo natural, agora está com seu volume acima do normal, o que representa risco de mortandade para os peixes que se reproduzem nesse trecho do rio. No referido ponto, já é possível ver o avanço do mururu, planta típica da região, diminuindo o espaço para respiração dos cardumes.

A Vale confirmou o incidente e afirmou que a empresa Starmar (contratada para rebocar as balsas), responsável pelo rebocador que adernou em um banco de areia, informou já realizar análise das condições do rebocador envolvido na ocorrência para elaborar o plano de salvatagem da embarcação. As autoridades marítimas e instituições competentes foram devidamente comunicadas e, junto à Vale, acompanham a questão.

Relembre
Abandonadas após uma obra contratada pela Vale, seis balsas à deriva estão causando riscos de tragédias no rio Mearim, em Arari, e comprometem a pesca de famílias ribeirinhas e pescadores locais. As embarcações foram usadas durante a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Mearim, concluída em 2016, como parte da obra de duplicação da Ferrovia Carajás.

Mais afetados, proprietários de embarcações do povoado Arraial, em Arari, temem pelo seu patrimônio e por suas vidas, pois as balsas, depois que se desprenderam dos pontos onde estavam paradas, passaram a se deslocar pelo rio, causando estragos por onde passam. Por causa do comprimento, de cerca de 80 metros, e da largura das balsas, os donos de barcos, a maioria pescadores, não têm como segurá-las, o que aumenta o perigo de colisões.

Denúncia
O caso foi denunciado por O Estado no dia 16 de outubro. Posteriormente, a Vale afirmou, por meio de nota, que fará a retirada das balsas do rio. De acordo com a mineradora, as embarcações são de responsabilidade de empresas subcontratadas pela empreiteira Novus, a qual teria firmado um contrato com a Vale, para a construção de uma ponte ferroviária sobre o rio Mearim. A Vale informou também que, mesmo depois de terem sido acionadas diversas vezes, as empresas proprietárias das embarcações não tomaram uma decisão. “Considerando o pedido das comunidades e poder público, a própria Vale atuará para resolver a questão de maneira definitiva e depois acionará os responsáveis pelas balsas abandonadas na Justiça”, diz um trecho da nota.

Ainda conforme a Vale, a retirada das balsas será realizada em duas etapas. As embarcações serão remanejadas para local seguro do rio Mearim, sem risco às comunidades ou à navegação. Em paralelo à fase de remanejamento, a Vale está definindo com os órgãos competentes a melhor estratégia de remoção definitiva das balsas. Todo o trabalho será realizado com o acompanhamento da Marinha do Brasil, por meio das Capitanias dos Portos do Maranhão e Pará.

SAIBA MAIS

As balsas estavam presas por cabos, que se romperam com o tempo. Três delas estão atracadas às margens do rio, outra encalhou nas proximidades do Igarapé do Nema. A Secretaria de Meio Ambiente de Arari havia comunicado que já estava providenciando medidas administrativas e judiciais contra a Vale, para reparar os danos.

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