COLUNA

Com a PM terá segurança?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

A eleição suplementar em Bacabal, que ocorrerá neste domingo, no mesmo dia da votação do segundo turno do pleito presidencial, não será tão tranquila para os adversários do grupo político comandado pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Motivo? É que o esquema de segurança no pleito ficará a cargo somente da Polícia Militar do Maranhão. Serão quase 140 homens da corporação, segundo informação da PM repassadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Mas por qual motivo não seria tranquila para os adversários do governador? A resposta é simples: a suspeita de uso político da polícia. Para quem não lembra, uma circular foi emitida pelo comando do interior para que um levantamento fosse feito sobre os adversários políticos locais e do Governo do Estado “que poderiam causar embaraços ao pleito”.
A suspeita de espionagem da PM até ganhou repercussão nacional, mas, na prática, ninguém foi efetivamente punido por uso da corporação para fins eleitoreiros.
E como o governador entrou de cabeça na campanha de César Brito (PPS) pela Prefeitura de Bacabal, cujo principal adversário é o atual prefeito em exercício, Edvan Costa, os concorrentes temem que a PM seja usada para facilitar a vida do aliado de Dino e criar dificuldades no processo eleitoral para os adversários.
A garantia de tranquilidade para Edvan Costa e os demais candidatos que não rezam na cartilha comunista seria o envio de força federal. No entanto, o juiz eleitoral de Bacabal, Antônio Jorge Sales, não solicitou o reforço. Esta semana mesmo, a Corte Eleitoral ouviu o magistrado, que reafirmou não perceber necessidade de ter força federal no pleito municipal.
Para o deputado estadual, Roberto Costa (MDB), a segurança precisa ter a presença das forças federais. Ele entrou com pedido ao presidente do TRE, mas até o momento não teve resposta.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou ontem envio de reforço federal para a segurança de 45 municípios. Bacabal ficou de fora. Agora, resta saber se a eleição suplementar por lá vai ocorrer sem problemas. No primeiro turno - no qual a eleição foi somente a geral -, não foram registradas quaisquer ocorrências.

Abusos
Vale lembrar que nas duas últimas semanas de campanha em Bacabal, o governador Flávio Dino gravou vídeo para César Brito dizendo que o “bom é governar com amigos”.
Depois, levou toda a sua estrutura para um comício na cidade, falou de seus programas de governo e fez até “ameaça velada” ao afirmar que é importante eleger os amigos.
O que Dino esquece é que o prefeito é um representante da população. Se punir o prefeito, punirá o povo e isso não condiz com o conceito básico da política.

Especulações I
As especulações já tiveram início sobre os cargos de primeiro escalão do próximo governo de Flávio Dino. Com a volta de Márcio Jerry e Marcelo Tavares à gestão estadual, as conversas de bastidores começaram a esquentar.
Existe todo tipo de especulação: Jerry e Tavares ficarão como secretários direto, ou seja, assumem seus mandatos e depois se licenciam, abrindo vaga para os suplentes.
Há conversas sobre Raimundo Cutrim na Administração Penitenciária e Rogério Cafeteira lutando por um cargo.

Especulação II
Mas de certeza mesmo não há nada. Márcio Jerry, que voltou para a Secretaria de Comunicação e Articulação Política, garante que não há quaisquer conversas sobre composição de primeiro escalão.
De acordo com o comunista, o governador Flávio Dino somente começará a tratar de nomes para compor seu segundo governo em janeiro.
“Especulações sempre ocorrem, mas o governador Flávio Dino já anunciou que só cuidará disso em janeiro”, garantiu o secretário.

Abrindo vaga
O que Jerry e nenhum outro governista pode negar é que Dino já foi solicitado a puxar um deputado estadual para que Edivaldo Holanda (PTC), que ficou na primeira suplência, assuma na Assembleia Legislativa.
O nome mais certo para abrir essa vaga é do secretário da Casa Civil, Marcelo Tavares. Ele reassumiu o cargo ontem e deverá ficar direto após fevereiro.
Tavares falou à coluna que não teve qualquer conversa com o governador sobre o assunto, mas se tiver de ficar no governo, ficará sem problemas. “Poderei ficar no governo ou voltar para a Alema. Sem nenhuma dificuldade”, disse.

Constrangimento
A eleição presidencial continua causando constrangimentos entre os aliados de Flávio Dino. Primeiro, foi a deputada eleita Mical Damasceno, que fez gesto pró-Haddad, mas depois teve de emitir nota anunciado votar em Jair Bolsonaro.
Mais recente foi o prefeito de Poção de Pedras, Júnior Cascaria, que é do PCdoB e posou para foto ao lado de adesivo de Bolsonaro.
O gesto não foi bem recebido pelos comunistas e, devido a isso, teve que emitir nota para afirmar apoio a Fernando Haddad. Disse que a foto foi feita em momento de descontração.

Apoiando
O mais recente deputado federal eleito que também se reuniu com o presidenciável Jair Bolsonaro foi o pastor Gildenemyr (PMN).
Ele participou de reunião de federais eleitos que apoiam o candidato do PSL. Além disso, o pastor é visto como um possível nome para fazer parte dos quadros do partido de Bolsonaro.
Sobre o assunto, Gildenemyr garante que recebeu convite de lideranças locais e nacionais da legenda, mas que neste momento não tem pensado no assunto por estar voltado à campanha de Bolsonaro.

DE OLHO

R$ 202 milhões é o valor pequeno que o governo Flávio Dino investiu este ano na Assistência Social em 2018. Menor somente ao da Cultura, que não chegou a R$ 80 milhões.

E MAIS

• A pedido do pastor Gildenemyr, Bolsonaro também gravou um vídeo falando sobre o governo do Maranhão.

• Se dirigindo ao público evangélico, o presidenciável do PSL falou que Flávio Dino é comunista e apoia tudo o que não é defendido pelo candidato. “O PCdoB não tem qualquer compromisso com a família”, disse Bolsonaro.

• O candidato eleito senador Weverton Rocha (PDT) se faz de desentendido e acusa a imprensa de inventar desavenças no grupo dele. Só que quem tem causado problemas é o próprio pedetista e sua mania de querer ocupar todos os espaços a qualquer custo.

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