Líderes mundiais

Putin e Trump devem se encontrar em novembro

Reunião está prevista para ocorrer no dia 11 do próximo mês em Paris; entre os assuntos em pauta está o acordo nuclear, que pode ser rompido pelos Estados Unidos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Presidente da Rússia, Vladmir Putin, e conselheiro de segurança dos EUA, John Bolton
Presidente da Rússia, Vladmir Putin, e conselheiro de segurança dos EUA, John Bolton (Reuters)

MOSCOU - O presidente da Rússia , Vladmir Putin, e o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, deverão se encontrar no dia 11 de novembro em Paris, na primeira reunião entre os dois líderes desde que o governo americano anunciou sua saída do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF). O encontro deve acontecer quando os dois presidentes estarão na França para as celebrações pelo fim da Primeira Guerra Mundial.

De acordo com o assessor de Relações Exteriores do governo russo, Yuri Ushakov, um acordo preliminar para o encontro foi alcançado após a reunião entre o conselheiro de Segurança dos EUA, John Bolton, e Putin nesta terça-feira, em Moscou. A decisão veio após o Kremlin dizer que a postura dos EUA em sair do tratado firmado com a então União Soviética na década de 80 era "perigosa".

Durante o encontro com Bolton, Putin afirmou que a Rússia recebeu com surpresa o anúncio de Trump, uma vez que considera que os EUA não têm motivo para terem abandonado o pacto. O INF, firmado em 1987, eliminava mísseis nucleares e comuns de alcances pequeno ou médio (até 5.500 km). Para abandonar o acordo, o governo americano afirmou que os russos não têm respeitado e determinação de interromper a produção de mísseis.

Em entrevista coletiva, após conversar com Putin, Bolton não deu indicação alguma de mudança na decisão dos EUA. "Há uma nova realidade estratégica. Sobre o aviso formal de saída (do acordo), ele ainda não foi submetido, mas será no tempo devido", disse Bolton, afirmando que um tratado da época da Guerra Fria não atende mais às demandas do mundo de hoje.

A Rússia, no entanto, já afirmou que se o presidente Trump cumprir a ameaça de retirar-se do acordo, Moscou será forçada a responder no mesmo nível para restaurar o equilíbrio militar. Putin ironizou a posição americana após o encontro com Bolton.

"Nós mal respondemos a qualquer reação americana, mas elas continuam chegando (...). No brasão de armas dos EUA há uma águia segurando 13 flechas em uma garra e um galho de oliveira na outra. Minha pergunta é se a águia comeu todas as azeitonas, deixando apenas as flechas", provocou Putin.

Bolton, que disse a Putin que espera poder responder a algumas das preocupações do presidente sobre o conturbado estado das relações EUA-Rússia, brincou afirmando que não trouxera nenhuma azeitona para Moscou.

Pelas regras do pacto, mísseis nucleares ou convencionais lançados do solo com alcance entre 500km e 5.500km deveriam ser eliminados pelos dois países, que se comprometiam a cessar a produção dessas armas, além de permitir vistorias periódicas realizadas por ambas as nações aos arsenais. O pacto encerrou uma crise começada no fim dos anos 70, quando a URSS mobilizou novos mísseis nucleares SS-20 em seu território, capazes de atingir alvos na Europa, Oriente Médio e Norte de África com precisão e alcance inéditos para o país.

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