Editorial

Para evitar mortes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

No mês do Outubro Rosa, um estudo que teve colaboração do Ministério da Saúde traz um dado alarmante quanto à mortalidade de mulheres em consequência do câncer de mama. Segundo a pesquisa, uma em cada 10 mulheres vítimas da doença (cerca de 12%) poderiam ter a vida poupada se praticassem atividade física regularmente (150 minutos por semana). É um índice alto entre pacientes.

Os dados são referentes a 2015, mas valem pelo alerta, até porque a realidade não mudou muito em todo o país, de lá pra cá. E a pesquisa também chega na hora certa, quando há todo um movimento nacional para despertar nas mulheres a necessidade do cuidado com o corpo, para chamar a atenção, buscando prevenir a doença ou as consequências mais dolorosas causadas por ela. Todos estão engajados para mudar essa realidade, o que é muito bom.

De acordo com a pesquisa, no ano de 2015, 2.075 mortes poderiam ter sido evitadas se as pacientes realizassem ao menos uma caminhada de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. O alarmante é que é um número alto e que poderia ser evitado com uma medida simples, que só depende da decisão de cada um(a).

O dado consta do artigo científico “Mortality and years of life lost due to breast cancer attributable to physical inactivity in the Brazilian female population (1990–2015)”, divulgado na revista Nature. O estudo aponta também que álcool, alto teor de açúcar e excesso de peso aumentam a mortalidade em 6,5% por câncer de mama.

No Brasil, os estados com os melhores indicadores socioeconômicos apresentaram as maiores taxas de morte por câncer de mama em consequência da falta de atividade física. O primeiro lugar nesse ranking é o Rio de Janeiro. Na sequência, vem Rio Grande do Sul e São Paulo.

O artigo detalha que um dos fatores que causam o câncer de mama é o excesso de estrogênio, que pode levar à formação de mutações e carcinogênese estimulando a produção de radicais. Como tratamento, a atividade física diminui o estradiol e aumenta a globulina de ligação a hormonas sexuais, o que provoca uma redução de circulantes inflamatórios e aumenta as substâncias anti-inflamatórias.

E a falta de exercício aumenta não só o índice de mortalidade, mas também o de incidência da doença. Isto é, casos as mulheres se exercitassem mais, menos casos de câncer seriam registrados e menos mortes ocorreriam em decorrência da doença.

O estudo aponta para uma prática simples, já que não exige esforço mirabolante para um bom resultado. Segundo o artigo, basta meia hora de caminhada de segunda a sexta-feira para que haja diminuição da ocorrência do câncer de mama. Lembrando que o sedentarismo é só um dos fatores relacionados à doença, porém é um dos mais tranquilos de ser combatidos. Assim, não perca tempo: mexa-se e afaste os riscos do câncer de mama.

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