COLUNA

Novos com práticas velhas

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

O discurso da mudança e da nova forma de fazer política foi amplamente usado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e muitos de seus aliados, principalmente aqueles que disputavam pela primeira vez um mandato eletivo. Não se passaram nem três semanas do fim do primeiro turno para se ter notícias de como, na prática, o discurso dos comunistas é outro.
O comandante do grupo, Flávio Dino, por exemplo, deu mais uma demonstração que nutre em sua gestão a velha prática de dar privilégio a amigos. Além dos aluguéis camaradas e o uso de cargos públicos em troca de apoio político - como no caso dos mais de 50 cargos de capelães no Sistema de Segurança Pública -, o comunista demonstra mais uma vez que seu governo beneficia os amigos, mesmo os que estão em Brasília.
O filho do amigo e ex-colega de parlamento de Dino, agora ministro de Michel Temer, Raul Jungmann, também conseguiu descolar um emprego pago pelos contribuintes maranhenses. Um cargo comissionado de quase R$ 10 mil para Bruno Jungmann, e agora os governistas querem fazer parecer ser normal empregar filho do amigo.
E não é só este o caso. O pai do deputado eleito Duarte Júnior, que prega novas práticas na política, também conseguiu um emprego no governo Dino. Hildélis Duarte está lotado no Instituto de Previdência do Estado. O filho, que se valeu eleitoralmente da projeção no Procon, deveria ter aconselhado o pai a não aceitar o cargo, para fazer jus ao discurso de ser “o novo”.
Também tem parente com contratos no governo o secretário Davi Telles (PDT), cuja madrasta é proprietária da Nucleo Arquitetura e Eventos Ltda., que tem mais de R$ 40 milhões em contrato com a gestão comunista.
Para um discurso pregando ser “o novo”, Dino e seus aliados mostram desejo explícito de beneficiar os seus. A história de meritocracia não passa de um conto de fadas usado para convencer eleitores.

Cinismo
Mas a postura dúbia dos comunistas não para com a distribuição de privilégios aos seus amigos e aliados.
Dino e outros ainda usam seus dedos para apontar erros de seus adversários, dizendo ser as velhas práticas de quem sempre governou o Maranhão.
Ou seja, pregam um discurso, agem diferente na prática e ainda fingem que somente faz errado quem faz parte do grupo adversário. Cinismo não falta.

Apoios
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) não pode reclamar que não tem aliados no Maranhão. Nas últimas semanas, já apareceu um número grande de apoiadores do candidato no estado.
Um dos mais recentes é o deputado federal Aluísio Mendes (Podemos), que conseguiu mostrar proximidade com Bolsonaro.
Ontem, ele participou de uma reunião “rápida” (como descreveu o candidato do PSL) dos deputados federais da Frente de Segurança Pública da Câmara com Bolsonaro. O encontro rendeu até vídeo.

“Varrer o comunismo”
No vídeo distribuído pela assessoria de Aluísio Mendes, Jair Bolsonaro manda recado aos maranhenses dizendo que em 2022 será a vez do Maranhão varrer o comunismo.
“Vamos continuar lutando para, se Deus quiser em 2022, varrer o comunismo de vez deste estado maravilhoso, que é o nosso Maranhão”, disse o candidato.
Quem não vai gostar nada do que disse o candidato será Flávio Dino, que mais uma vez deverá usar as redes sociais para atacar o presidenciável e não conseguir qualquer repercussão.

Visita
Quem também esteve com Bolsonaro foi o senador Roberto Rocha (PSDB). No Rio de Janeiro, após ser convidado para um almoço, o tucano se reuniu com o presidenciável para apresentar o projeto Zema, Zona de Exportação do Maranhão.
Rocha e Bolsonaro já haviam se encontrado no Hospital Albert Einstein, quando o presidenciável se internou para cirurgias após ser atacado com uma facada em Minas Gerais.
“Há cerca de um mês estivemos no mesmo hospital em São Paulo. Ele tentando escapar de uma facada e eu, cuidando do meu filho”, disse o senador.

Problemas
A eleição presidencial continua causando problemas aos aliados do governador Flávio Dino. Dessa vez, foi para a deputada estadual eleita Mical Damasceno, filha do pastor Aldir Damasceno, que gravou áudio logo após o 1º turno repreendendo a senadora eleita, Eliziane Gama (PPS).
Mical aparece em vídeo fazendo o “V” de vitória pedido por Flávio Dino para o presidenciável do PT, Fernando Haddad.
Logo após a divulgação do vídeo pela imprensa, a deputada eleita emitiu nota reafirmando que vota em Jair Bolsonaro. O problema é que no vídeo ela demonstra o contrário.

Mantendo a posição
Sobre apoio político, a deputada e senadora eleita Eliziane Gama, que não deixou claro se mantém voto em Haddad ou não após ser repreendida pelo pastor Damasceno, se manifestou à coluna.
Segundo a pepessista, ela mantém posição de votar em Fernando Haddad. Sendo assim, a deputada vai de encontro ao que determina seu segmento religioso.
Falta agora a senadora eleita publicizar essa posição - ou o fato de manter a posição já anunciada - pelas redes sociais, para que todos os seus eleitores saibam sua decisão de votar no PT.

DE OLHO

R$ 10 mil é o salário pago em cargo de comissão pelo governo de Flávio Dino a Bruno Jungmann, filho do ministro Raul Jungmann, amigo do governador comunista.

E MAIS

• Mais da metade dos vereadores de São Luís decidiu declarar voto a Jair Bolsonaro. Mesmo aqueles que votaram a favor de Flávio Dino para o governo decidiram não seguir o comunista.

• Marcial Lima (PRTB), que recebeu convite do presidente do PSL, Chico Carvalho, para ingressar no partido, também declarou voto em Bolsonaro.

• A Assembleia Legislativa continua em ritmo lento após as eleições. Os deputados continuam em descanso após o período de campanha.

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