Editorial

O rio Anil pede socorro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Poluir os rios é uma maneira de minar a própria existência humana, mas parece que nem esse fato tem aberto os olhos dos responsáveis pela política ambiental no Maranhão, mais precisamente na cidade de São Luís.

O Estado trouxe na edição da última sexta-feira, 19, matéria denunciado a situação em que se encontra o rio Anil, na área da Vila Palmeira, que foi transformado em grande lixão - com o descarte irresponsável de materiais poluentes, destacando-se o ‘mar’ de garrafas pet (polímero termo plástico). Um visual triste na capa do jornal e que, sob nenhuma hipótese, merece ser ignorado pelos órgãos competentes.

Uma das consequências mais graves do despejo de lixo no rio Anil é que esses resíduos acabam sendo levados pela correnteza para o mar. E haja poluição. Para especialistas, a situação é preocupante e exige ações urgentes do Poder Público.

A gestora ambiental Isabel Fontes diz que por se tratar de uma área de mangue, a pesca e a catação de mariscos acaba sendo prejudicada pela degradação do ambiente. Diz ela: a contaminação intensa afeta a reprodução de espécies e ainda interfere nas condições climáticas da cidade, já que o mangue é fundamental para equilibro do nosso clima.

Enquanto que em alguns países existe uma série de processos pensados para despoluir os rios, no Brasil - e São Luís não é exceção - esse ainda é um dos problemas mais difíceis de eliminar. Nosso país ainda está dentre os países que mais poluem as águas dos seus rios. Estudos apontam que a maioria do esgoto doméstico do Brasil não passa pelo tratamento adequado. A grande percentagem que não é tratada e deságua nos rios brasileiros é muito danosa. Quando esse esgoto chega sem tratamento nos rios aumenta consideravelmente a matéria orgânica presente na água de maneira a dificultar a vida de alguns seres essenciais para o ecossistema.

No caso específico do rio Anil, o lixo é basicamente formado por resíduos sólidos que ao longo de anos vem se acumulando e provocando o assoreamento, não permitindo que o fluxo de água se estenda mais até a localidade que lhe deu nome - o bairro Anil.

Portanto, não basta apenas evitar e diminuir a poluição dos rio com uma eficiente implantação de sistemas de coleta e quem sabe, tratamento de esgotos jogados diretamente no Anil. É preciso conscientizar a população a respeito dos problemas causados pela poluição dos rio. Isso é fundamental.

Nos próximos meses, quando as chuvas começarem a cair, a vasão do rio Anil, sem o alagamento nas margens, causará enchentes e graves prejuízos para as pessoas que moram nas proximidades, muitos em frágeis parafitas. Sem esquecer do mau cheiro e o desenvolvimento de microrganismos, com certeza presente no Anil, facilitando a proliferação de doenças, principalmente em crianças - mais vulneráveis. Mas aí já é uma questão de saúde, também.

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