Para preservar relação

Estados Unidos e Coreia do Sul suspendem exercícios militares

Ministério da Defesa dos EUA diz que aproximação entre países deve continuar; governos das Coreias tiveram três encontros este ano

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

CINGAPURA - O governo dosEstados Unidos e da Coreia do Sul anunciaram a suspensão de exercícios militares aéreos conjuntos para que os esforços diplomáticos de aproximação com a Coreia do Norte "tenham todas as oportunidades para continuar", informaram as Forças Armadas americanas nesta sexta-feira.

O Pentágono afirmou que a decisão de suspender o exercício Ás Vigilante, que estava programado para dezembro, foi tomada pelo secretário de Defesa, Jim Mattis, junto do ministro da Defesa sul-coreana, Jeong Kyeong-doo, após um encontro em Cingapura nesta sexta-feira. A porta-voz do Pentágono, Dana White, afirmou em um comunicado que a medida vem para "dar continuidade ao processo diplomático":

"Ambos os ministros estão comprometidos em alterar os exercícios militares para assegurar a prontidão das Forças Armadas. Eles garantem que vão manter uma relação próxima e considerar exercícios futuros", diz White no comunicado, acrescentando que Mattis também conversou com o ministro da Defesa japonês sobre o assunto.

Os governos das duas Coreias já tiveram três encontros este ano. Também em 2018, o líder norte-coreano e o presidente Donald Trump realizaram uma cúpula em Cingapura, em junho, onde se comprometeram com a desnuclearização da Península Coreana. Este exercício é um dos diversos que foram suspensos desde que começaram as conversas diplomáticas entre as duas Coreias e os EUA visando o fim das armas nucleares na região.

Exercícios militares

No ano passado, os exercícios militares conjuntos envolveram mais de 230 aeronaves, além de 12 mil soldados das Forças Armadas dos EUA. Trump pegou muitos oficiais americanos desprevenidos no início deste ano, ao anunciar, após a cúpula com Kim, que os Estados Unidos estavam suspendendo os exercícios militares com a Coreia do Sul, conhecidos como Ulchi Freedom Guardian, realizados durante o verão.

"Se continuarmos a suspender os principais exercícios, nossa capacidade militar irá começar a atrofiar", disse Abraham Denmark, ex-vice-secretário de Defesa dos EUA para o Leste Asiático durante a gestão Barack Obama, à Reuters.

Ainda segundo Denmark, as Forças Armadas americanas podem tolerar a suspensão de exercícios militares por um ano antes que eles comecem a fazer falta.

No mês passado, o escolhido pelo Pentágono para ser o novo comandante das forças americanas na Coreia do Sul afirmou que a suspensão era um "risco prudente", mas que causava um "pequeno dano" para o Exército.

Segundo Denmark, os exercícios conjuntos são particularmente importantes no momento em que um novo comandante do Exército dos EUA, o general Robert Abrams, se encarrega das forças americanas na Coreia do Sul.

Washington e Seul insistem que estão alinhados sobre a relação com Pyongyang. Nos bastidores, no entanto, há sinais crescentes de desacordo enquanto as duas Coreias avançam com os planos de aliviar as tensões militares e reconstruir os laços econômicos.

"Os EUA continuam a fazer essas importantes concessões e os norte-coreanos continuam a adiar qualquer tipo de processo diplomático para a desnuclearização", disse Denmark.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.