Serial killer

Atos do serial killer Francisco das Chagas são alvo de debate na PGJ

Ele matou 42 meninos, sendo 30 no Maranhão e 12 no Pará; casos foram debatidos no Circuito de Palestras Infor-Mentes Criminosas; outro assassino em série, José Vicente Mathias, o Corumbá

Ismael Araújo/ O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Francisco das Chagas, preso desde 2003, e Corumbá, detido em  Goiânia
Francisco das Chagas, preso desde 2003, e Corumbá, detido em Goiânia (chagas e corumba serial killer)

SÃO LUÍS - A série de assassinatos cometidos pelo mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, de 53 anos, apontado como o maior serial killer do país, foi um dos temas de discussão durante o III Circuito de Palestras Infor-Mentes Criminosas, que aconteceu na quinta-feira (18) e sexta-feira (19), na sede da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no Calhau. O evento foi promovido pelo Instituto Nacional de Perícias Forenses (Infor), em parceria com o Ministério Público do Maranhão.

O perito criminal do Distrito federal e diretor do Infor, Cássio Thyone Almeida, foi um dos palestrantes desse evento e abordou sobre o criminoso em série Ademar Jesus da Silva, que é acusado de matar oito meninos no estado de Goiás, nos anos de 2005 a 2010, como ainda fez uma analogia com os casos cometidos por Francisco das Chagas.
“É muito importante perceber a preocupação de divulgarem esse tema”, afirmou Cássio Thyone Almeida, que tem pesquisas na área.

Chagas
De acordo com a polícia, Francisco das Chagas é acusado de ter assassinado 42 meninos, sendo 30 no Maranhão e 12 no Pará, e desde o ano de 2003 está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ele já foi condenado a mais de 500 anos de prisão no julgamento de 17 processos pelas mortes das crianças, ocorridas na Ilha, na década de 1990. A história ficou conhecida como “o caso dos meninos emasculados”.

Um dos últimos julgamentos do criminoso ocorreu no mês de novembro de 2016, no fórum da cidade de São José de Ribamar. Ele foi condenado a 13 anos e 4 meses em regime fechado pela morte e ocultação de cadáver de Jailson Alves Viana.

O adolescente tinha 15 anos quando saiu de sua residência, na área da Cidade Operária, para tomar banho no rio da Mata de São João, na tarde do dia 25 de dezembro de 1996. O corpo dele foi encontrado no dia 5 fevereiro de 1997, nas proximidades do povoado Santana, na área da Cidade Olímpica.

Mais processos
Os processos contra Francisco das Chagas tramitam na 1ª e 2ª Varas de São José de Ribamar, na 1ª Vara de Paço do Lumiar e 9ª Vara Criminal de São Luís. Nas Varas de São José de Ribamar, existem 14 processos contra o mecânico e outros nove processos em Paço do Lumiar. Todas as vítimas tinham o mesmo perfil, com idade máxima de 15 anos, e pertenciam a famílias pobres: eram atraídas para um matagal com falsa promessa de recompensas.

Na 9ª Vara Criminal de São Luís, o mecânico responde por mais dois homicídios. Ele já foi julgado e condenado a 29 anos por um dos crimes, novamente praticado contra um menor. O segundo processo está aguardando para ser incluído na pauta do júri naquela unidade.

Inicialmente, o processo foi distribuído para a 4ª Vara do Tribunal do Júri, mas depois foi encaminhado para a 9ª Criminal, devido à competência para processar e julgar crimes contra crianças.

Além disso, Francisco das Chagas responde a processos na Justiça do Pará, que enviou duas cartas precatórias (instrumento de comunicação com pedido de providências para juízes que atuam em localidades distintas) para que a 1ª e 3ª Varas do Tribunal do Júri de São Luís intimassem o mecânico. As precatórias já foram cumpridas e devolvidas à Justiça do Pará.

Corumbá
Também no Maranhão teve outro serial killer, José Vicente Mathias, o Corumbá. Este criminoso é suspeito de ter matado, com requintes de crueldade, pelo menos cinco mulheres, entre os anos de 1999 a 2005, duas delas no Maranhão. No mês de maio deste ano, ele foi condenado a 22 anos, 4 meses e 15 dias pelo assassinato da turista espanhola Núria Fernandez Collada, de 27 anos, ocorrido no dia 18 de março de 2005, na praia de Itatinga, na cidade de Alcântara.

O julgamento da morte da espanhola ocorreu na sede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) de Alcântara e foi presidido pelo juiz Rodrigo Terças e ainda teve a participação da promotora de Justiça, Alessandra Alves. A defesa do réu foi feita pelo defensor público Marcos César Forte e o assistente de defesa Luís César.

De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, Corumbá conheceu a vítima em uma pousada, em São Luís, e após ter conquistado a confiança da estrangeira, viajou com ela de barco para Alcântara. Nesse município, eles fizeram fotografias nas ruínas dos prédios antigos e depois seguiram para a praia de Itatinga, onde ocorreu o crime.

A turista espanhola foi assassinada a golpe de pauladas na cabeça e ainda teve o seu sangue tomado pelo acusado. Também no Maranhão, esse criminoso é suspeito de ter assassinado a turista alemã Maryanne Kern, de 49 anos, em 2005. O corpo dela foi achado com sinais de espancamento em uma cova rasa feita em uma praia de Barreirinhas.

Corumbá está preso na unidade prisional de Goiânia, no estado de Goiás pela morte da russa Katryn Rakitov, ocorrido em agosto de 2004, mas, veio escoltado pela Polícia Militar para ser julgado no Maranhão.

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