Peixe de Tobias

PF deflagra nova fase da ‘Sermão aos Peixes’ e prende investigados

Duas operações, relacionadas à Sermão aos Peixes, ocorreram simultaneamente em seis cidades do Brasil, incluindo São Luís; entre os alvos da PF está o ex-secretário de Saúde Ricardo Murad

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
PF cumpriu 9 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão
PF cumpriu 9 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão (PF pode investigar ataques contra juíza)

A Polícia Federal deflagrou ontem, de forma simultânea, duas novas fases da Operação Sermão aos Peixes - Operação Peixe de Tobias (6ª Fase) e a Operação Abscondito II (7ª Fase), em seis cidades: São Luís/MA, Imperatriz/MA, Parauapebas/PA, Palmas/TO, Brasília/DF e Goiânia/GO. A investigação contou com a participação do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) e da Receita Federal do Brasil.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e um de prisão preventiva, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial e sequestro de bens, num valor superior a R$ 15 milhões.
Um dos presos, o ex-deputado e ex-secretário de Saúde Ricardo Murad (PRP) prestou depoimento na sede da PF, onde deve ficar recolhido, e negou a participação nos supostos crimes apontados pelos federais e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Segundo a Polícia Federal, no decorrer das investigações na denominada Operação Peixe de Tobias, foram coletados diversos indícios no sentido de que, entre os anos de 2011 a 2013, aproximadamente
R$ 2 milhões, destinados ao sistema de saúde estadual teriam sido desviados para uma empresa sediada na cidade de Imperatriz.
E, segundo o Ministério Público Federal (MPF), o deputado Antônio Pereira (DEM) também tem envolvimento, sendo considerado beneficiário do esquema ilícito. O parlamentar teve determinada busca e apreensão em sua residência.
Já nas investigações da operação Abscondito II, a PF apura vazamento da primeira fase da Operação Sermão aos Peixes. “São reunidos elementos indicadores de que membros da organização criminosa investigada atuaram para cooptar servidores públicos, de modo a obter informações privilegiadas sobre a investigação. Diante das informações, existem indicativos no sentido da destruição e ocultação de provas por parte da organização criminosa”, diz um comunicado oficial emitido pela PF após a deflagração das duas ações.
Além disso, os federais sustentam que, violando medidas cautelares impostas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um dos investigados teria dilapidado seu patrimônio e transferido seus bens para terceiros para impedir que fosse decretada a perda de tais bens.
“Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre outros que possam ainda ser apurados”, conclui a nota da Federal.

Destino

Sobre o destino do ex-secretário de Saúde durante a prisão preventiva, a Superintendência da Polícia Federal informou, em nota, que ele permanecerá na sede da PF até o depoimento de outros dois envolvidos: Emílio Borges Rezende, que vem de Goiânia, e Justino Filho, que virá de Imperatriz. Somente após o depoimento destes dois o destino de Ricardo Murad será definido.

Carlos Lula, atual titular da SES, segue investigado

As duas operações deflagradas on­tem são desdobramentos de uma investigação feita pela Polícia Federal desde 2015 e que já apontou irregularidades na aplicação de recursos da Saúde tanto na gestão Ricardo Murad, quanto na de Carlos Lula à frente da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Em julho, por exemplo, o juiz federal Roberto Veloso, da 1ª Vara da Justiça Federal no Maranhão, negou um pedido dos advogados do atual titular da SES para que fosse arquivado um processo aberto no Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) decorrente da Operação Pegadores.
A investigação da CGU foi aberta a pedido da própria PF, diante dos indícios de fraude encontrados na licitação para contratação de Organização Social que administraria a UPA de Chapadinha. A entidade vencedora do certame foi o Idac, alvo da Operação Rêmora, 4ª fase da Operação Sermão aos Peixes.
Ao rejeitar o pedido de Lula, Roberto Veloso declarou que há interesse público envolvido no inquérito aberto contra o secretário. Segundo ele, o fato de a saúde pública estar “tão deteriorada na quadra atual” é motivo o suficiente para a manutenção das investigações.

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