Cerimônia

Papa canoniza Oscar Romero, arcebispo de El Salvador, e Paulo VI

Os dois foram duas das figuras mais importantes da Igreja Católica no século XX;A cerimônia contou com dezenas de milhares de peregrinos, entre eles cerca de 5 mil salvadorenhos e alguns presidentes

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Milhares de pessoas assistem a cerimônia de canonização de Oscar Romero e Papa Paulo VI
Milhares de pessoas assistem a cerimônia de canonização de Oscar Romero e Papa Paulo VI (Reuters/Vaticano)

VATICANO - O papa Francisco proclamou santos duas das figuras mais importantes da Igreja Católica no século XX: o Papa Paulo VI, cujo pontificado foi de 1963 a 1978, e Oscar Romero, arcebispo de El Salvador assassinado em 1980. Os dois foram canonizados ontem em uma grande cerimônia na Praça de São Pedro, no Vaticano.

A cerimônia contou com dezenas de milhares de peregrinos, entre eles cerca de 5 mil salvadorenhos e alguns presidentes.

O papa Paulo VI é lembrado por ter presidido as sessões finais do Segundo Concílio Vaticano, reuniões que abriram a Igreja Católica para o mundo, e ter conduzido a implementação de suas reformas modernizadoras.

Também é conhecido pela controversa encíclica Humane Vitae (Sobre a Vida Humana), na qual eternizou a proibição católica a métodos contraceptivos artificiais em 1968.

Paulo se tornou papa em 1963 após a morte do papa João XXIII. Passou boa parte da carreira no serviço diplomático do Vaticano, antes de se tornar cardeal de Milão. Ele morreu em 1978 e foi beatificado em 2014, após o primeiro milagre atribuído a ele.

O milagre atribuído pela Congregação para a Causa de Todos os Santos a Paulo VI foi a cura de um feto de uma doença supostamente irreversível.

Defensor dos pobres

Romero, que foi arcebispo de San Salvador, é reverenciado em seu país como herói nacional e defensor dos pobres, da paz e da justiça. Ele denunciava publicamente a repressão da ditadura militar de El Salvador no início da guerra civil do país, entre 1980 e 1992.

Ele foi assassinado por um esquadrão da morte de direita quando celebrava uma missa em 1980. Seu assassinato foi um dos mais chocantes do longo conflito entre uma série de governos apoiados pelos Estados Unidos e rebeldes de esquerda, durante o qual milhares de pessoas foram assassinadas por esquadrões da morte de direita. Ninguém nunca foi julgado por sua morte.

Francisco, o primeiro papa latino-americano, reconheceu Romero como "mártir da Igreja" em 2014, e o colocou no caminho da santidade em 2015, dizendo ao beatificá-lo que ele havia sido assassinado "por ódio à fé".

Em San Salvador, outras milhares de pessoas assistiram à cerimônia de canonização em telões instalados na catedral da cidade em que fica seu túmulo.

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