Editorial

Saúde Mental x depressão

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Esta semana, na última quarta-feira (10) foi celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. E com a data, podemos voltar a discutir um tema tabu desde que o mundo dito civilizado existe, a depressão. Muitos acham que ela não existe, que se trata de preguiça ou que pode ser facilmente driblada, se a pessoa assim o quiser. O que essas pessoas talvez não saibam é que a depressão é uma doença, e que, como tal, não basta fingir que ela não está lá para que desapareça. A depressão é um transtorno mental, precisa de tratamento médico e pode ser superada com tratamento apropriado.

A falta de apoio às pessoas que vivem com transtornos mentais, somado ao medo e ao estigma, impede muitas pessoas de terem o tratamento que necessitam para uma vida saudável e produtiva.

Em nível mundial, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas vivem com depressão. Nas Américas, o número de pessoas afetadas é de cerca de 50 milhões. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 5,8% da população brasileira tem depressão - um total de 11,5 milhões de casos. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, atrás apenas dos EUA, que registram 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos. O levantamento mostra que, além do Brasil e dos EUA, Ucrânia, Austrália e Estônia também registram altos índices de depressão em sua população - 6,3%, 5,9% e 5,9%, respectivamente. Entre as nações com os menores índices do transtorno estão as Ilhas Salomão (2,9%) e a Guatemala (3,7%). A prevalência na população mundial, segundo a OMS, é 4,4%.

E, embora muitas pessoas com mais de 60 anos sofram de depressão, o transtorno mental pode começar na infância e adolescência, que muitas vezes desencadeia o consumo de álcool e outras drogas, e também a violência.

A adolescência e a juventude apresentam diversas particularidades e desafios próprios dessa fase da vida. Entre as maiores dificuldades nesses momentos está o convencimento das pessoas que transtornos mentais em adolescentes são reais e não apenas “dramas juvenis”.

Não é incomum, os mais novos sofrerem com transtornos mentais, como a ansiedade e transtornos alimentares na adolescência. Comum é adultos serem negligentes com a saúde mental dos adolescentes, com o discurso que “trata-se de uma fase”, o conhecido “aborrecente”, ou a questão dos hormônios. Tudo pode mascarar o transtorno que tende a apenas se agravar quando não é cuidado como deveria.

A prevenção dos transtornos começa pelo conhecimento e compreensão dos primeiros sinais e sintomas que alertam para uma doença mental. Pais e professores podem ajudar a criar em crianças e adolescentes habilidades que os ajudem a enfrentar os desafios que serão encontrados todos os dias em casa e na escola.

A depressão também afeta cerca de uma em cada seis pessoas idosas. Algumas delas já tiveram depressão mais cedo nas suas vidas. Outras a desenvolveram pela primeira vez depois de idosas.

Outras fontes de estresse, como redução da renda, pioram de uma doença crônica, perda gradual da independência ou isolamento social, também podem contribuir. Doenças que podem levar à depressão são comuns entre pessoas idosas. Essas doenças incluem câncer, ataque cardíaco, insuficiência cardíaca, doenças da tireoide, acidente vascular cerebral, demência e doença de Parkinson.

O fato é que a depressão não significa uma fraqueza de caráter e pode não refletir um transtorno de personalidade, um trauma de infância ou falta de atenção dos pais.


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