Eleições 2018

Paulo Guedes nega fraudes e diz que investigação é para confundir eleitor

Economista acusa MPF de agir com motivação eleitoral; defesa diz que comprovará lisura de operações

Folha de S. Paulo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
(Paulo Guedes)

Em nota divulgada por seus advogados, o economista Paulo Guedes, guru econômico de Jair Bolsonaro (PSL), manifestou nesta quarta (10) perplexidade com a abertura de investigação para apurar supostas fraudes em seus negócios com fundos de pensão patrocinados por estatais. O texto acusa o MPF (Ministério Público Federal) de agir com motivação eleitoral.

"Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso. Resta claro que essa iniciativa é uma afronta à democracia, cujo principal objetivo é o de confundir o eleitor”, diz o comunicado.

A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu no último dia 2 um procedimento investigativo criminal para apurar a suspeita de que o economista se associou a executivos ligados ao PT e ao MDB para praticar fraudes em negócios com sete fundos de pensão, entre eles Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis Correios, além do BNDESPar – braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Os procuradores apuram possíveis crimes de gestão fraudulenta ou temerária, além de emissão e negociação de títulos sem lastros ou garantias. A apuração foi instaurada pela força-tarefa Greenfield, que mira esquemas de pagamento de propina em fundos de pensão e outros órgãos, a partir de relatórios da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar).

Conforme os documentos, obtidos pela Folha, a BR Educacional Gestora de Ativos, de Paulo Guedes, lançou em 2009 dois fundos de investimento que receberam, em seis anos, R$ 1 bilhão das entidades de previdência de estatais.

Um deles, o Fundo de Investimento em Participações (FIP) BR Educacional, obteve R$ 400 milhões entre 2009 e 2013 para empreendimentos na área de educação. A suspeita é de que o negócio tenha sido aprovado sem análise adequada e gerado ganhos excessivos a Guedes.

O economista negou ter causado perdas à entidades. “Cumpre esclarecer que o FIP BR Educacional não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão. Ao contrário. Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas”, sustentou.

“Não houve, ao longo da operação, qualquer conduta antiética ou irregular por parte de Paulo Guedes, cuja reputação jamais foi questionada e é amplamente reconhecida no Brasil e no exterior”, diz a nota, assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

A defesa acrescentou que vai apresentar toda a documentação que “comprova a lisura das operações”, esclarecer quaisquer dúvidas das autoridades competentes”.

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